Ornamentais

Como criar orquídeas-bebé

Com paciência e os cuidados aqui explicados é possível assistir à floração de uma planta que está connosco desde bebé.

Quando compramos uma orquídea num centro de jardinagem ela vem, a maior parte das vezes, já florida. É uma planta que já está no seu estado “adulto” ou, pelo menos, como já fez a sua primeira floração. Podemos até atribuir-lhe a idade mínima de cerca de 3 anos.

No entanto, essa não é a única forma de termos uma orquídea em casa. Muitas vezes oferecem-nos uma pequena planta, uma divisão de uma planta maior. Aliás, quantos de vocês não foram já à Ilha da Madeira e trouxeram uma “soca” (pseudobolbo) de Cymbidium comprado no mercado do Funchal? Esse pseudobolbo é também uma pequena parte de uma planta que vai originar, em dois ou três anos, uma planta com tamanho suficientemente grande para florir.

Quem já viajou à Ilha da Madeira, à Tailândia, ou quem assistiu a eventos de jardinagem ou exposições de orquídeas, já conhece certamente os famosos frascos onde são criadas pequenas plantas, os chamados “seedlings”. Essas plantinhas são orquídeas criadas num meio esterilizado a partir de sementes. São orquídeas-bebé.

Pseudobolbos e frascos

Este artigo explica o que fazer com esses “projetos” de orquídeas e a melhor maneira de os cultivar. Com paciência podemos vir a obter plantas adultas e capazes de produzirem boas florações.

Com os pseudobolbos é mais fácil. Basta sabermos qual a espécie de orquídea que temos e plantar o bolbo num substrato adequado para essas orquídeas. Se for uma orquídea terrestre, deve utilizar um substrato mais fino. Se for uma epífita, deve colocá-la num substrato mais grosso e poroso, de modo a dar-lhe a drenagem necessária para a planta se desenvolver sem apodrecer por acumulação de água nas raízes. Se o pseudobolbo já tiver raízes, enterram-se as raízes no substrato e o pseudobolbo até metade. Se o pseudobolbo não tiver raízes, podemos colocá-lo só em cima do substrato e humidificá-lo levemente até a planta começar a enraizar. Devemos utilizar sempre vasos pequenos porque, como já aqui mencionei antes, as orquídeas gostam de estar apertadas nos vasos. Em cerca de 3 anos, teremos uma planta suficientemente grande para florir.

Com os frascos é um pouco mais complicado e podem ocorrer mais acidentes.  A planta está em meio estéril, numa substância gelatinosa que a alimenta e vai passar para um meio onde se podem desenvolver fungos e outros agentes que a podem prejudicar.

Primeiro que tudo, os frascos só se devem abrir, quando as pequenas plantas já estão a tocar na tampa do frasco. Assim, sabemos que já estão suficientemente grandes para serem colocadas em vasos. De seguida tiram-se com cuidado dos frascos e lavam-se bem as raízes de modo a tirar toda a substância gelatinosa. Depois, dividem-se por pequenos vasos onde vamos colocar um substrato que absorva bem a humidade. Atenção que o substrato tem que ter a drenagem suficiente para não ficar encharcado. Assim, podemos por exemplo utilizar uma mistura de casca de pinheiro fina com um pouco de musgo de esfagno e um pouco de perlite. Depois, observando o desenvolvimento das plantinhas, podemos corrigir o substrato se notarmos algum problema. Com os “seedlings” em frascos, teremos uma planta adulta e capaz de florir em cerca de 5-7 anos, dependendo da espécie.

Nos pseudobolbos e nas plantinhas pequenas, devemos fertilizar junto às regas com fertilizante rico em azoto. Este fertilizante vai incentivar o crescimento das raízes, folhas e novos rebentos.

Pode ser um processo bastante lento, mas é um prazer enorme ver florir uma planta que está connosco desde bebé.

e José Santos

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