Ornamentais

Descubra as orquídeas Tolumnia

Ainda pouco conhecidas do grande público orquidófilo, estas orquídeas estão, cada vez, mais a conquistar novos adeptos em todo o mundo. As Tolumnia estiveram classificadas como Oncidium até ao ano 1986, quando o botânico belga, Guido Josef Braem, as colocou num género à parte. O nome Tolumnia foi retirado de um personagem, Tolumnius, do poema épico Eneida, de Virgílio.

São originárias do continente americano. São encontradas no estado da Flórida (E.U.A), no México, em várias ilhas das Caraíbas e em mais alguns países da América Central.

A planta

É, de facto, muito diferente dos Oncidium. Cresce também de forma simpodial mas não tem quaisquer pseudobolbos. Cada novo rebento que cresce ao longo do rizoma é composto por folhas que crescem aos pares, sobrepondo-se mas unidas na base, com a disposição de um leque. Atingem no máximo entre 15 a 20 cm e têm uma dobra longitudinal. Nas 25 espécies que compõem o género Tolumnia a maioria tem os rebentos juntos mas há algumas espécies que crescem mais espaçadas nos rizomas.

De entre as folhas aparecem as hastes florais, finas e compridas, podendo atingir mais de 30 cm e ramificando-se dando múltiplas flores de 2-3 cm de comprimento. Estas sim, lembrando a configuração de alguns Oncidium . Em algumas espécies as sépalas são fundidas, em outras são livres. O labelo representa dois terços da flor e é, geralmente trilobado. As cores são normalmente quentes. Amarelos, laranjas, vermelhos, castanhos, etc.

Nos últimos 50 anos os produtores têm vindo a hibridar as Tolumnia. Hoje em dia a variedade de cores e de matizados é imensa, sendo este colorido muito atrativo aos colecionadores. Nunca corte a haste até esta secar pois a mesma haste pode voltar a florir.

Cultivo

Poderíamos dizer que o cultivo depende do cultivador mas há, evidentemente linhas gerais que nos podem guiar. Poderemos ter que experimentar diferentes métodos de cultivo até acertarmos com uma “fórmula de sucesso”. É importante compreender a planta e a forma como cresce no seu habitat para mais fácil ajustarem-se as condições ao seu cultivo.

As Tolumnia crescem a várias altitudes, desde o nível do mar até aos 1500 m. Podem crescer de forma terrestre ou litófita mas são principalmente epífitas crescendo ao longo de ramos das árvores com as suas raízes enroladas nos ramos e penduradas ao vento. Gostam de lugares com boa luz difusa, muita humidade, chuvas diárias ou fortes orvalhos. As Tolumnia vivem em locais ventosos ou arejados e apesar da humidade alta, as raízes nunca permanecem muito tempo molhadas.

São de zona temperada, com temperaturas ótimas entre os 12 ºC e os 28 ºC. Podem também chegar às mínimas de 10 e máximas de 32. Fora desses valores poderemos colocar as nossas plantas em perigo de vida.

A forma mais natural de as cultivar é montando a planta num pedaço de cortiça ou num tronco de madeira. Não use muito musgo.

As regas devem ser feitas de modo a que as plantas recebam água mas não fiquem molhadas durante muito tempo. Uma planta montada pode ser regada ou borrifada diariamente. No entanto se notar que as folhas estão a começar a ficar franzidas e desidratadas é aconselhado mudar a planta para um pequeno vaso com casca de pinheiro e um pouco de fibra de coco grossa ou para um pequeno cesto com o mesmo substrato. Se o vaso for de plástico as raízes mantem-se molhadas mais tempo, se for de barro a água evapora mais depressa. Se as mantivermos no interior as regas de verão ser mais espaçadas, se no exterior, mais frequentes. Deve alimentar a sua planta com um fertilizante próprio para orquídeas e colocar em cada duas regas na água de rega mas numa dose mais diluída.

As Tolumnia têm poucos problemas com doenças. No entanto deve manter vigia apertada a afídios e cochonilhas que podem atacar as plantas refugiando-se nas dobras das folhas.

Fotos: José Santos

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