Aromáticas e Medicinais

Jardins de ervas com poderes curativos

Combatem infeções, ajudam a digestão, tratam doenças e aliviam dores. Estas são apenas algumas das propriedades das plantas aromáticas e medicinais. Devem ser usadas com moderação e sempre respeitando os métodos e doses indicadas. Uma das grandes vantagens é que pode ter estas plantas em casa durante praticamente todo o ano. Como? Siga os nossos conselhos e mantenha uma série de plantas úteis para a sua saúde.

Um jardim de ervas não é apenas um espaço repleto de cores e aromas deliciosos, é também uma zona de plantas frescas para usos medicinais, cosméticos e culinários, à sua disposição durante praticamente todo o ano. A característica que as diferencia é a fragrância que, ao contrário das outras plantas, se concentra nas folhas e não nas flores. As folhas libertam óleos essenciais ao serem trituradas ou aquecidas. Além das herbáceas vivazes, as espécies que formam parte do grupo das aromáticas e medicinais incluem anuais, arbustos e até árvores, pelo que a variedade é enorme, assim como os tamanhos, desde as rasteiras ao loureiro.

Cultivo

A maioria destas plantas prefere locais com sol e solo bem drenado, embora algumas tolerem localizações húmidas e sombra parcial, como é o caso da erva-cidreira ou da salsa. Mas, principalmente, é importante que cresçam bem protegidas do vento, já que este faz baixar muito a temperatura em locais frios. Recomenda-se clocar estas plantas debaixo de uma sebe resistente de folha perene.

Veja o vídeo: Como fazer um mini-jardim de aromáticas

Preparação do solo

Prepare o solo no outono. Elimine as daninhas, deixe o terreno sem cultivos durante todo o inverno e, na primavera, elimine as plantas que possam ter surgido e aplique adubo orgânico bem fermentado, por exemplo composto caseiro ou industrial. Com a forquilha, misture bem o terreno. Não é recomendável usar fertilizantes artificiais (a não ser específicos para espécies aromáticas) porque provocam desenvolvimentos fracos, pouco fragrantes e pouco resistentes a geadas.

Multiplicação

A maioria das espécies tratadas aqui compartilham uma característica: a necessidade de renovação todos os anos para que não percam as benéficas qualidades ornamentais ou curativas. A estacaria, para este objetivo, é o procedimento ideal. Nas arbustivas (alecrim, salva, hissopo, lavanda ou tomilho), selecione estacas dos rebentos laterais entre finais do verão e início do outono, ou dos rebentos tenros na primavera e início do verão, se pretender desenvolvimento rápido.

Colheita

É óbvio que as flores colhem-se durante a floração, melhor no início desta e pela manhã, completamnete abertas. Mas se o que necessita são folhas, faça a colheita antes da floração nas espécies caducifólias ou em qualquer altura nas que mantêm a folha. Retire as folhas das grandes de forma individual, das pequenas, com o respetivo ramo. Necessita toda a parte aérea? Aproveite também a floração. Escolha sempre um dia seco e a parte da manhã para estas operações.

Conservar a colheita

Secar este tipo de plantas é um bom método de conservação, que desativa os fermentos vegetais e elimina os vírus, bactérias e fungos. Coloque as plantas cortadas sobre uma rede de forma a arejar por cima e por baixo. Também pode atar as plantas em raminhos e pendurar em local seco e à sombra, expostas a corrente de ar. Se, após a secagem, triturar e voltar a secar, reforça a conservação. Por último, introduza as plantas num recipiente de vidro escuro ou uma lata branca com fecho hermético, de forma a que fiquem ao abrigo da luz e da humidade, mantendo assim a sua qualidade. Não esqueça etiquetar as caixas com o nome da espécie e a data da colheita.

Localização

Reserve um local separado no jardim, por exemplo num canteiro de desenho atrativo como a clássica roda de carroça ou o tabuleiro de xadrez. Também as pode associar em maciços a plantas ornamentais. Junto a portas e janelas ou caminhos adquirem elevado poder decorativo. Mas também onde necessitar de um tapete fragrante com, por exemplo, tomilho e camomila.

Em casa

Se pretende ter este tipo de plantas em casa pode colocar cada espécie num vaso e juntar todas, por exemplo, no parapeito da cozinha ou no pátio, ou ainda agrupar várias espécies numa jardineira. É importante que recebam luz de qualidade e ventilação suficiente. A humidade do substrato deve ser controlada todos os dias. Regue quando estão secas. Faça replantações na primavera para que não percam propriedades. Escolha variedades de crescimento lento: salva, camomila, tomilho ou mneta, entre outras. Coloque as mais altas na parte posterior da jardineira e as mais baixas à frente.

Manjericão.

Manutenção

Embora a primavera e o verão sejam as épocas de colheita da maioria, é possível ter este tipo de plantas durante todo o ano. Algumas, como a salsa, crescem durante o inverno se plantadas no final do verão e protegidas em gavetas. Outras, como o cebolinho ou a menta, que se extinguem naturalmente com o frio, podem ser forçadas. Retire-as do solo no início do outono, faça a divisão e volte a plantar em vasos colocados em locais bem iluminados e sem corrente de ar ou geadas. O tomilho e o alecrim resistem todo o ano.

Cuidados

Se adquiriu as plantas em vaso, assegure-se que não estiveram em estufa quente. Neste caso, deve fazer a aclimatação à temperatura do jardim antes de as instalar no local definitivo, por exemplo, mantendo-as numa caixa no exterior. Regue os torrões de raízes antes de as retirar dos recipientes originais e imediatamente depois da plantação, com o objetivo de assentar a terra em redor das raízes.

Quase todas as aromáticas suportam sem problemas as mudanças térmicas e hídricas não muito intensas, desde que bem estabelecidas no jardim. De qualquer forma, evite a retenção da água para evitar podridão e perdas foliares. No inverno, em locais muito frios, proteja as mais delicadas com coberturas de palha ou folhas, sem deixar de regar. Por outro lado, a colheita regular de folhas e ramos para diversos usos medicinais e culinários, reduz a necessidade de realizar podas drásticas. Um ligeiro recorte depois da floração pode ser suficiente. Controle o desenvolvimento de ervas invasoras.

Utilizações

Infusão: verta água fervida sobre a planta (folhas e ou flores frescas ou secas) e deixe repousar. É importante tapar para os princípios ativos não evaporarem.

Maceração: misture a planta triturada com água fria ou quente, de acordo com o tipo de maceração pretendida, e deixe 6 a 12 horas, remexendo de vez em quando.

Cozedura: utiliza-se com materiais duros como a casca, as raízes ou os frutos. Introduza 30 g. da planta seca ou 60 g. da planta fresca é água fria (750 ml), e deixe cozer em lume brando durante 20-25 minutos.

Compressa ou cataplasma: empape uma infusão num pano de algodão e aplique sobre a zona afetada. Na compressa, deve colar a parte da planta utilizada para fazer a infusão.

Extrato: consiste em extrair o suco do material mediante escaldamento rápido e a imediata pressão do mesmo com a ajuda de uma pequena prensa.

Camomila.

As sete imprescindíveis

Equinácea

Colheita: Todo o ano. Utiliza-se a raiz.

Usos: Combate infeções respiratórias, acne e feridas.

Camomila

Colheita: No verão, as flores para usar em seco.

Usos: Favorece a digestão e reduz a formação de gases. Trata úlceras e gengivites.

Salva

Colheita: Em maio ou junho, as folhas que se secam à sombra.

Usos: Trata doenças da boca e garganta. Diminui a fl atulência.

Erva-cidreira

Colheita: Parte aérea, para usar fresca

Usos: Alivia transtornos digestivos, associados ao stress. regula a tensão arterial.

Calêndula

Colheita: No verão. Usam-se as fl ores e as pétalas

Usos: Erupções cutâneas, feridas, etc. Alivia dor menstrual.

Lavanda

Colheita: As flores, no início do outono.

Usos: Para dor de cabeça, depressão, esgotamento nervoso. relaxante e antireumático.

Alecrim

Colheita: Todo o ano, as folhas.

Usos: Estimula a circulação e o sistema nervoso. Alivia dores musculares. É digestiva.

Leia também: Como cultivar alfazemas com sucesso

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