Aromáticas e Medicinais

Plantas que curam

Apesar dos espetaculares avanços da medicina, para curar doenças continua a ser muito comum o uso de medicamentos à base de plantas. Mas que plantas são estas? Como obter o seu poder curativo? A resposta a todas dúvidas está neste artigo.

Que condições de cultivo preferem?

Proteção e boa drenagem

A maioria destas plantas prefere locais com Sol e solo bem drenado, embora algumas tolerem localizações húmidas e sombra parcial, como é o caso da erva-cidreira ou da salsa. Mas, sobretudo, é importante que cresçam bem protegidas do vento, já que este faz baixar muito a temperatura em locais frios. Recomenda-se amparar estas plantas debaixo de uma sebe resistente de folha perene.

Em que se diferenciam de outras plantas?

A fragância concentra-se nas folhas

Um jardim de ervas não é apenas um espaço repleto de cores e aromas deliciosos, é também uma fonte de plantas frescas para usos medicinais, cosméticos e culinários, à sua disposição durante praticamente todo o ano. A característica que as diferencia é a fragrância que, ao contrário das outras plantas, se concentra nas folhas e não nas flores. As folhas soltam óleos essenciais ao serem trituradas ou aquecidas. Além das herbáceas vivazes, as espécies que formam parte deste grupo incluem anuais, arbustos e até árvores, pelo que a variedade é enorme, assim como os tamanhos, desde as rasteiras ao proeminente loureiro.

Como conservar a colheita?

Seca, em caixa hermética

Secar este tipo de plantas é um bom método de conservação, que desactiva os fermentos vegetais e elimina os vírus, bactérias e fungos. Coloque as plantas cortadas sobre uma rede de forma a arejar por cima e por baixo. Também pode atar as plantas em raminhos e pendurar em local seco e à sombra, expostas a corrente de ar. Se, após a secagem, triturar e voltar a secar, reforça a conservação. Por último, introduza as plantas num recipiente de vidro escuro ou uma lata branca com fecho hermético, de forma a que fiquem ao abrigo da luz e da humidade, mantendo assim a sua qualidade. Não esqueça etiquetar as caixas com o nome da espécie e a data da colheita.

É necessário preparar  o solo?

Utilize adubo orgânico

Prepare o solo no outono. Elimine as daninhas, deixe o terreno sem cultivos durante todo o inverno e, na primavera, elimine as plantas que possam ter surgido e aplique adubo orgânico bem fermentado, por exemplo composto caseiro ou industrial. Com a forquilha, misture bem o terreno. Não é recomendável usar fertilizantes artificiais (a não ser específicos para espécies aromáticas) porque provocam desenvolvimentos fracos, pouco fragrantes e pouco resistentes a geadas.

Qual o melhor método de multiplicação?

As estacas prosperam bem

A maioria das espécies tratadas aqui compartilham uma característica: a necessidade de renovação todos os anos para que não percam as benéficas qualidades ornamentais ou curativas. A estacaria, para este objectivo, é o procedimento ideal. Nas arbustivas (alecrim, salva, hissopo, lavanda ou tomilho), selecione estacas dos rebentos laterais entre finais do verão e início do outono, ou dos rebentos tenros na primavera e início do verão, se pretender desenvolvimento rápido.

Qual a melhor altura para recolher as folhas?

No verão, antes ou depois da floração

É óbvio que as flores colhem-se durante a floração, melhor no início desta e pela manhã, completamnete abertas. Mas se o que necessita são folhas, faça a colheita antes da floração nas espécies caducifólias ou em qualquer altura nas que mantêm a folha. Retire as folhas das grandes de forma individual, das pequenas, com o respectivo ramo. Necessita toda a parte aérea? Aproveite também a floração. Escolha sempre um dia seco e a parte da manhã para estas operações.

Posso ter em casa?

Em vasos bem iluminados

Se pretende ter este tipo de plantas em casa pode colocar cada espécie num vaso e juntar todas, por exemplo, no parapeito da cozinha ou no pátio, ou ainda agrupar várias espécies numa jardineira. É importante que recebam luz de qualidade e ventilação suficiente. A humidade do substrato deve ser controlada todos os dias. Regue quando estão secas. Faça replantações na primavera para que não percam propriedades. Escolha variedades de crescimento lento: salva, camomila, tomilho ou menta, entre outras. Coloque as mais altas na parte posterior da jardineira e as mais baixas à frente.

Principais utilizações

  • Infusão: Verta água fervida sobre a planta (folhas e ou flores frescas ou secas) e deixe repousar. É importante tapar para os princípios ativos não evaporarem.
  • Cozedura: Utiliza-se com materiais duros como a casca, as raízes ou os frutos. Introduza 30 gr da planta seca ou 60 gr da planta fresca é água fria (750 ml), e deixe cozer em lume brando durante 20-25 minutos.
  • Maceração: Misture a planta triturada com água fria ou quente, de acordo com o tipo de maceração pretendida, e deixe 6 a 12 horas, remexendo de vez em quando.
  • Extrato: Consiste em extrair o suco do material mediante escaldamento.

Qual o melhor local decorativo?

Em canteiro

Reserve um local separado no jardim, por exemplo num canteiro de desenho atractivo como a clássica roda de carroça ou o tabuleiro de xadrez. Também as pode associar em maciços a plantas ornamentais. Junto a portas e janelas ou caminhos adquirem elevado poder decorativo. Mas também onde necessitar de um tapete fragrante com, por exemplo, tomilho e camomila.

É possível desfrutar todo o ano?

Sem qualquer problema

Embora a primavera e o verão sejam as épocas de colheita da maioria, é possível ter este tipo de plantas durante todo o ano. Algumas, como a salsa, crescem durante o inverno se plantadas no final do verão e protegidas em gavetas. Outras, como o cebolinho ou a menta, que se extinguem naturalmente com o frio, podem ser forçadas. Retire-as do solo no início do outono, faça a divisão e volte a plantar em vasos colocados em locais bem iluminados e sem corrente de ar ou geadas. O tomilho e o alecrim resistem todo o ano.

Quando plantar?

Na primavera em vaso

Se adquiriu as plantas em vaso, assegure-se que não estiveram em estufa quente. Neste caso, deve fazer a aclimatação à temperatura do jardim antes de as instalar no local definitivo, por exemplo, mantendo-as numa caixa no exterior. Regue os torrões de raízes antes de as retirar dos recipientes originais e imediatamente depois da plantação, com o objetivo de assentar a terra em redor das raízes.

Necessitam de muitos cuidados?

Controlar charcos e pouco mais

Quase todas as aromáticas suportam sem problemas as mudanças térmicas e hídricas não muito intensas, desde que bem estabelecidas no jardim. De qualquer forma, evite a retenção da água para evitar podridão e perdas foliares. No inverno, em locais muito frios, proteja as mais delicadas com coberturas de palha ou folhas, sem deixar de regar. Por outro lado, a colheita regular de folhas e ramos para diversos usos medicinais e culinários, reduz a necessidade de realizar podas drásticas. Um ligeiro recorte depois da floração pode ser suficiente. Controle o desenvolvimento de ervas invasoras.

Gostou deste artigo?
Então leia a nossa Revista, subscreva o canal da Jardins no Youtube, e siga-nos no Facebook, Instagram e Pinterest.


Poderá Também Gostar