Revista Jardins

A chegada da primavera ao seu relvado

A nova estação marca o acordar do seu relvado depois do tristonho e frio inverno do qual estamos a sair.

Se o seu relvado resulta de mistura de relva semeada, as “relvas de inverno” usualmente compostas por Festuca arundinacea, Poa pratensis e Lolium perenne, em combinação destas três espécies ou só de duas então, este artigo é para si. Se, pelo contrário, tem um relvado composto pelas relvas plantadas, as “relvas de verão”, as nossas recomendações dos cuidados a ter no próximo mês ser-lhe-ão destinadas.

A primavera é uma das duas épocas de crescimento das “relvas de inverno” e, sem sombra de dúvidas, a mais importante, porque permite a preparação do seu relvado para o período de máxima utilização, o verão. A organização dos trabalhos a desenvolver na preparação do seu relvado é fundamental não só para a máxima eficácia das operações, mas para a eficiência no aproveitamento do tempo que lhe dispensamos.

Avaliação do estado do relvado

Primeiro que tudo, há que avaliar o estado do seu relvado no final deste inverno. Para efeitos deste planeamento vamos considerar o pior cenário e programar os trabalhos nesse sentido. Se o seu relvado não tiver algum destes desafios, só tem de passar à frente da respetiva operação.

Restabelecer o corte regular do relvado

O seu relvado lúdico deve ser mantido a uma altura de corte entre 3 cm e 4 cm. Porque o corte da relva não deve eliminar mais da que 1/3 da folha, sob pena de causar danos na relva, se a altura a que está atualmente acarretar a eliminação de mais do que esta porção de folha, então deve fazer o corte em duas passagens, que deverão ser cruzadas ou, pelo menos, por forma a que o rodado da máquina de corte passe a meio da distancia do rodado na 1.a passagem.

A partir de agora, deve manter um corte semanal do relvado, esperando que este tenha as folhas secas antes de cortar.

Eliminar as ervas daninhas que se instalaram no inverno

Se o corte da relva não for o suficiente para eliminar as ervas da-ninhas do seu relvado, recomendamos que use um adubo que contenha na sua composição uma mistura de herbicida; existem várias opções no mercado. Caso prefira uma aplicação de herbicida separada do adubo, deverá recorrer a um aplicador certificado para a execução desta operação.

Relvado com excesso de “manta morta” ou com falta de densidade – Parece contraditório que o procedimento para a eliminação de “manta morta” seja o mesmo a ter no caso de o relvado estar com falta de densidade e necessitar de ser ressemeado, mas não é.

A “manta morta” não é mais do que a acumulação de raízes superficiais que morrem naturalmente e ficam como que depositadas entre o solo e colo das plantas, formando uma camada esponjosa que acaba por dificultar a infiltração da água para o solo bem como a passagem dos nutrientes provenientes das adubações.

Está normalmente a associada a relvados mais velhos e com densidade elevada. Tem de ser eliminada por escarificação e o material vegetal que fica à superfície do relvado deve ser retirado pela utilização, por exemplo, de vassouras de remoção de folhas. A profundidade da escarificação deverá ser a suficiente para que o corte vertical que faz chegue à superfície do solo.

Ressementeira de relvados ou zonas de relvados pouco densas

Uma vez o relvado escarificado e limpo de qualquer resíduo orgânico que tenha ficado à sua superfície, nos relvados que necessitem de ser ressemeados, na sua totalidade ou em zonas, está na altura de distribuir semente.

O valor de referência de densidade de ressementeira vai de 20 g a 40 g/m2, nas misturas de relva já mencionadas e depende do grau de falta de densidade do seu relvado. De seguida, a escovagem das sementes com escovas de cabo de cerdas duras, para que a semente penetre nas fendas da escarificação e chegue ao solo para germinar é fundamental.

Adubação

Esta é uma operação que, tal como o corte, é indispensável, independentemente do estado do seu relvado. É muito importante fornecer ao seu relvado os nutrientes para que possa iniciar e manter o crescimento ativo característico desta época que lhe vai permitir regenerar-se e estar preparado para reagir de forma positiva aos stresses que o verão vai trazer-lhe.

O adubo a utilizar deverá ter um equilíbrio entre azoto (N), fósforo (P) e potássio (K) com uma relação 2:1:2 ou o mais perto possível. A dose de adubo a utilizar e a frequência com que deve adubar daqui para a frente até ao final do verão dependem do tipo de adubo que escolha usar, se de libertação rápida, controlada ou lenta, e deve seguir as instruções do fabricante do adubo que escolher utilizar.

Rega

Deve limpar o seu sistema de rega, retirar os filtros dos aspersores e eliminar impurezas. Depois há que regular os seus aspersores/pulverizadores para que o recobrimento do seu sistema de rega seja o que estava projetado. É muito importante não esquecer que a escarificação e a adubação têm de ser seguidas de rega já que aumentam muito a exposição do relvado ao stresse.

No caso de ressementeira, a humidade nos primeiros centímetros de solo, é fundamental para assegurar o sucesso da germinação e o desenvolvimento da relva semeada. No caso de não haver chuva, o valor de referência de 4 mm de rega diária para as temperaturas diurnas até 24 ºC – 26 ºC é aconselhado.

O tempo de irrigação para este débito vai depender do seu sistema de rega; convêm, por isso, conhecer as características do mesmo.

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