Saiba como usar este meio de luta cultural sem contraindicações ambientais e eficaz para o combate de diversas infestantes, doenças e pragas das plantas.
A produção de bens agrícolas tem registado um aumento significativo nas últimas décadas. Este incremento de produção nem sempre foi conseguido à custa das melhores técnicas do ponto de vista ecológico.
Para minimizar ou mesmo evitar muitos destes problemas ambientais, têm-se vindo progressivamente a adotar sistemas de produção mais adequados e menos agressivos para o Homem e para o meio ambiente, como tem acontecido em particular na proteção das plantas, com recurso a técnicas e metodologias alternativas ao uso dos fitofarmacêuticos. A solarização do solo surge pois como um meio de luta cultural sem contraindicações ambientais e eficaz para o combate de diversas infestantes, doenças e pragas das plantas.
O conceito
A solarização do solo consiste no aproveitamento da energia solar nos meses em que esta é mais elevada, potenciada através da aplicação de um filme de plástico, provocando assim um aumento significativo das temperaturas do solo e destruindo as formas de propagação dos agentes patogénicos e das infestantes.
A metodologia
Para que o processo de solarização seja eficaz, é necessário proceder à mobilização do terreno a solarizar, até aproximadamente 30 cm de profundidade, sendo necessário proceder a uma fresagem superficial para que a superfície do solo seja regular e se ajuste convenientemente ao filme de plástico.
O passo seguinte será regar o solo por alagamento ou por aspersão para que este permaneça saturado e aumente a sua condutividade térmica.
Posteriormente, cobrir-se-á o solo com um filme de polietileno transparente de espessura reduzida (0,03 a 0,05 mm). O plástico deverá permanecer esticado e aderente à superfície do solo para evitar a formação de bolsas de ar. As extremidades do filme de plástico deverão ser enterradas.
Este processo deve ser mantido por um período entre 30 e 60 dias.
Os benefícios
Esta técnica é passível de ser aplicada em todas as culturas hortícolas tanto em estufas como ao ar livre em pré-sementeira ou pré-plantação.
O efeito herbicida que a solarização apresenta tem sido um dos aspetos mais referenciados desta técnica. Importa sublinhar não só o efeito imediato da solarização do solo, mas sobretudo o efeito a longo prazo (6-9 meses) sobre muitas espécies infestantes.
A solarização tem-se mostrado muito eficaz no controlo de fungos patogénicos do solo em diversas culturas hortícolas e fruteiras. Os resultados têm-se revelado igualmente promissores quando utilizada no controlo de nemátodos fitófagos e de bactérias. Paralelamente, a solarização do solo permite ainda a obtenção de efeitos secundários positivos no crescimento da produção das culturas, através da melhoria das características químicas do solo e de um aum•ento das populações microbianas benéficas.