Vamos andar pelo país para lhe mostrar o que de melhor se produz em Portugal.
História
A Raiz da Terra é uma empresa que foi fundada por José Augusto Martins e mais dois sócios em 1998, por desafio de um amigo neerlandês, uma vez que em Portugal o clima é favorável e a mão de obra ainda é mais barata do que no norte da Europa. Era também uma necessidade de mercado, pois não havia nenhuma empresa do género em Portugal, e continua a não haver. Os primeiros anos foram bastante complicados, foi todo um processo de aprendizagem, pois havia, por um lado, desconhecimento técnico e do mercado e, por outro lado, o problema da dimensão da propriedade no Minho, que obriga a que os campos de cultivo e as estufas estejam muitas vezes em zonas separadas umas das outras por parcelas de vizinhos.
Nunca desistiram; foram crescendo, chegando ao que são hoje: quatro hectares de estufas e mais uma em construção e 20 hectares de produção ao ar livre.
Começaram cedo o processo de internacionalização dando-se a conhecer primeiro em Portugal, nos Países Baixos, em Espanha e Itália, estando neste momento em grande parte dos países da Europa – 80% do seu volume de negócios é para exportação.
Uma das primeiras plantas que produziram foi o buxo, tendo chegado a produzir 400.000 exemplares desta planta num só ano.
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Produção
Fomos recebidos na empresa por José Augusto Martins, o sócio-gerente e fundador que nos mostrou a produção e todo o processo desde a recolha da estaca da planta-mãe até à plantação, enraizamento, etc.
Esta é uma empresa de referência no sector da produção de plantas jovens ornamentais para produtores profissionais, produzindo exclusivamente por encomenda para muitos países da Europa e para Portugal.
O processo de produção é feito a partir das plantas-mães que estão nos campos e as plantas só começam a ser propagadas assim que recebem a encomenda. Têm cerca de 250 clientes, sendo mais de 100 fixos esporádicos, e todos os anos ganham novos clientes.
São especialistas de referência na produção de plantas arbustivas em geral, como as camélias, Buxus, Euonimos, Cistus, gardénias, Pyracanta, Photinia, Chamelaucium e Hedera, etc., e também de um grande número de coníferas. As estacas são feitas a partir das plantas-mães – a equipa é composta maioritariamente por mulheres (80%) –, que posteriormente são plantadas nos paperpots que são produzidos numa máquina própria, o que se revelou uma excelente aquisição e uma enorme poupança económica e ambiental (esta máquina chega a estar a trabalhar 24 horas por dia).
Em seguida colocam-se os paperpots já plantados nas estufas de enraizamento. Aí todas as condições são controladas desde a porta dupla, com cortina de vento para evitar a entrada de insetos, o que permite que desde há 4-5 anos não se utilizem praticamente inseticidas, fazendo-se apenas luta biológica, proteção integrada com recurso a insetos auxiliares.
O controlo da rega e da humidade é um fator crucial para o desenvolvimento das plantas, todos os dias os responsáveis verificam o estado de desenvolvimento das plantas para perceber quando estão a começar a enraizar.
Preocupações com a sustentabilidade ambiental e económica
A empresa tem certifi cação MPS (A+), é a certificação padrão global líder em sustentabilidade no sector da horticultura. Também grande parte dos terrenos onde estão a ser cultivadas as plantas-mães são terrenos que estão arrendados e que estavam abandonados. A Raiz da Terra contribui para a redução do risco de incêndio ao cultivar estes terrenos, aumentando ainda a biodiversidade e em termos económicos e contribuindo muito para a criação de emprego localmente. O crescimento da empresa na última década foi significativo. Cresceu em produção, em instalações, em pessoal e em volume de exportação.
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