CLADÓDIOS
Esta planta endémica da ilha da Madeira possui cladódios coriáceos, que parecem folhas mas são ramos foliares, no centro dos quais brotam flores pequeninas, unissexuais, com sépalas branco-esverdeadas e corola violácea. A floração geralmente ocorre no outono e inverno, mas tenho observado flores em julho e agosto.
FRUTOS
Os frutos globosos, com aproximadamente 1-1,5 cm de diâmetro, escondem-se pendurados nas páginas inferiores dos cladódios, o que dificulta a observação enquanto estão verdes. As bagas vermelhas, quando maduras, atraem os melros, que se encarregam da dispersão das sementes.
BILHETE DE IDENTIDADE
Nome científico: Ruscus streptophyllus.
Nome vulgar: Alegra-campo-anão.
Porte: Subarbusto.
Origem: Ilha da Madeira.
Família: Asparagaceae.
Morada: Campo de Educação Ambiental do Santo da Serra − Eva e Américo Durão.
No Campo de Educação Ambiental do Santo da Serra − Eva e Américo Durão está a ocorrer um processo de restauração da Laurissilva. Porque a biodiversidade é enorme, são muitas as surpresas. É o caso do aparecimento do alegra-campo-anão, uma rara planta subarbustiva (aproximadamente 60 cm de altura), que vive no ambiente húmido e sombrio do sub-bosque da floresta classificada pela UNESCO como Património Natural da Humanidade em dezembro de 1999.
DISTRIBUIÇÃO
O Ruscus streptophyllus, que foi descrito, em 1966, pelo botânico inglês Peter Frederick Yeo, é uma das sete espécies do género Ruscus, cuja área de distribuição se estende desde a Madeira até ao Irão. O Ruscus aculeatus, nativo da Europa Central e Meridional, incluindo a Península Ibérica, é a espécie mais popular em Portugal Continental, onde é conhecida por gilbardeira ou erva-dos-vasculhos, esta última deriva da antiga utilização da sua ramagem no fabrico de vassouras.
Quando o alegra-campo-anão foi classificado, o género Ruscus pertencia à família Liliaceae, depois passou a integrar a família Ruscaceae, agora faz parte da família Asparagaceae. E a migração ainda não terminou…