É uma fruta riquíssima em alguns nutrientes, o que explica a sua popularidade. É comercializada ao natural, mas também como polpa congelada. O teor em vitamina C é 20 a 30 vezes mais do que uma laranja.
A acerola (Malphigia emarginata), também conhecida como cerejeira-de-barbados ou cerejeira-das-antilhas é um arbusto nativo das Antilhas, da América Central e da América do Sul, cujo fruto, de cor vermelha ou laranja, contém um extraordinário teor de vitamina C, muito superior a frutos como a laranja e outros citrinos. Esta planta não deve ser confundida com o acerolo ou azarolo (Crataegus azarolus), uma planta nativa da Europa, do norte de África e do Médio Oriente, com flores semelhantes às da acerola.
O seu cultivo estendeu-se, com a globalização, a outros países de clima tropical ou subtropical, como a Austrália, a Etiópia, as Filipinas, a Índia, a Indonésia, Madagáscar, o Paquistão, a Birmânia, a Tailândia, o Sri Lanka ou o Vietname.
Os maiores produtores de acerola são o Brasil, Porto Rico, a Venezuela, o Equador e a Colômbia, sendo o Brasil o principal exportador mundial, sobretudo sob a forma de sumos e de polpa congelada, cultivando a acerola numa área de cerca de 11 mil hectares.
Ficha técnica da acerola
Origem: América do Sul, América Central e Antilhas.
Altura: Até três metros.
Propagação: Por sementeira e por estaquia.
Plantio: Na primavera.
Solo: Prefere solos arenosos, com excelente drenagem, não gosta de encharcamento.
Clima: Prefere climas tropicais e subtropicais.
Exposição: Pleno sol.
Colheita: Em plantas bem implantadas, mais do que uma vez por ano.
Manutenção: Mondas, fertilizações, podas.
Cultivo e colheita
No seu habitat de origem, a acerola é geralmente cultivada entre 150 e 1100 metros de altitude, em solos bem drenados, enxutos, com um pH ácido, entre 5,5 e 6,5. O sistema radicular do arbusto é relativamente frágil e, como tal, a acerola não resiste a ventos muito fortes.
A melhor época para o plantio é a primavera, quando as temperaturas já são mais altas. Como com outras árvores de fruto, tropicais e subtropicais, as melhores regiões de Portugal para o seu cultivo são as ilhas e o Algarve. Noutras zonas do País, o cultivo poderá ser feito, em estufa, visto que as acerolas são extremamente sensíveis a temperaturas negativas, a geadas e a ventos. Por outro lado, embora tolerem períodos de seca, necessitam de uma precipitação anual entre 1200 e 1600 mm; zonas onde a seca é forte ou muito recorrente são de evitar.
A floração ocorre entre abril e novembro, com pequenas flores entre o cor-de-rosa e o branco. A primeira floração costuma ocorrer por volta dos três anos. Os frutos são altamente perecíveis após a colheita, tendo de ser processados para se conservarem. O sabor é geralmente ácido ou agridoce, mas, em condições ótimas, pode ser doce. Existem algumas dezenas de cultivares de acerola, divididos em dois grandes grupos: acerolas vermelhas e acerolas laranja.
Manutenção
As acerolas, enquanto arbusto, sobretudo tendo raízes frágeis e superficiais, devem ser protegidas da competição das plantas infestantes através das mondas. Estas devem ser feitas com cautela para não se atingir as raízes da planta.
As adubações, bastante importantes para aumentarmos a colheita e a qualidade dos frutos devem ser feitas na primavera e se necessário for, também durante a época do crescimento dos frutos. Nutrientes como o potássio são fulcrais para uma boa floração e para o desenvolvimento dos frutos. As regas também são importantes durante as épocas de floração e de crescimento dos frutos; a seca tem um forte impacto sobre a produção de frutos.
Pragas e doenças
Como todas as plantas, a acerola também é sujeita a pragas e doenças. De entre as pragas, destacam-se os pulgões e os nematodes. Os pulgões atacam sobretudo os rebentos jovens e tenros, durante as épocas secas. Outras pragas aparecem com menos frequência, como as cochonilhas, a mosca-da-fruta ou as cigarrinhas, mas os seus números são menos expressivos e mais fáceis de controlar.
Quanto às doenças, destacam-se a antracnose e a verrugose. Estes tipos de doenças podem causar grandes prejuízos na produção e eventualmente levar também à morte das plantas. Fungos, como a fusariose, também atacam os arbustos de acerola. A prevenção e o combate rápido a qualquer sinal de doença são boas práticas a incentivar.
Propriedades e usos
Sendo uma fruta riquíssima nalguns tipos de nutrientes, isso explica a sua crescente popularidade, sendo comercializada ao natural, sob a forma de sumos, mas também como polpa congelada.
Além de possuir pequenas quantidades de vitaminas A e do complexo B, e de conteúdos em diversos minerais, dos quais se destaca o manganês, é o seu conteúdo extraordinário em vitamina C que a faz destacar-se no universo das frutas. O teor em vitamina C anda entre 1000 e 2000 mg por 100 g de polpa, entre 20 e 30 vezes mais do que uma laranja. Depois da ameixa-de-kakadu (Terminalia ferdinandiana) e do camu-camu (Myrciaria dubia), a acerola é a terceira fruta conhecida com mais vitamina C.
No que diz respeito a propriedades medicinais, a acerola tem sido usada em medicinas tradicionais para combater estados de fraquezas geral, constipações e problemas de garganta, mas também problemas do fígado. Estudos têm sido feitos relativamente às características da acerola enquanto antioxidante, antiglicémica e até antitumoral. As acerolas também são mantidas como bonsais, no interior de habitações ou de espaços comerciais.
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