Revista Jardins

Azáleas: guia de cuidados

Apesar do frio próprio desta época, as azáleas (Azalea e Rhododendron sps.) oferecem cores primaveris graças às suas numerosas flores. Basta que lhes proporcione zona de sombra e terreno húmido.

As azáleas pertencem ao género Rhododendron, que pode ser traduzido por “em torno da árvore”. Embora seja fácil de encontrar nos livros de botânica e de jardinagem, o termo azálea (“rente ao solo”) foi posto de lado porque provoca confusões mesmo no seio dos profissionais mais experientes. O género engloba cerca de 800 espécies de folha caduca ou perene, que formam arbustos de grande e pequeno porte, assim como pequenas árvores. Originárias do hemisfério Norte, sobretudo da América, Himalaias, Birmânia e China, são muito populares pela riqueza e variedade de cores das suas flores que, em muitas ocasiões, surgem no inverno, quando o jardim se encontra praticamente despido. Graças à diversidade das espécies, a vegetação pode prolongar-se até à primavera. Existem variedades que florescem mesmo durante o verão.

À sombra

A maioria das azáleas são originárias de regiões montanhosas, onde desfrutam de clima fresco e húmido mas pode cultivá-las em qualquer zona, desde que em local adequado. Sobretudo, onde a sombra é uma constante: debaixo de grandes árvores, na zona oeste de um muro ou no interior de um pátio crescem bem e oferecem uma magnífica palete de cores. Ao aguentarem o frio, constituem a solução ideal para decorar o jardim no inverno, onde as pode plantar isoladamente, combinando variedades com flores de cores diferenres ou junto a outros arbustos.

Localização

Não convém sombra muito densa mas é importante que permaneçam parte do dia a coberto do Sol. A melhor localização é em zona de sol-sombra, debaixo de grandes árvores que atenuem o efeito dos raios solares.

O melhor terreno

O solo deve ser ácido, com pH de 5 ou 6 e com abundante matéria orgânica. É importane te mantê-lo húmido mas com drenagem adequada para evitar o encharcamento.

Plantação

Plante na primavera ou no outono em covas com 50 cm de profundidade e junte à terra turfa ou estrume bem decomposto. Separe o furo de plantação do resto da terra com um pedago de plástico.

Rega

As azéleas gostam de climas húmidos mas se na sua região a chuva não é abundante, isso não trás problemas desde que regue abundantemente, sobretudo no verão. Use água da chuva.

Cobertura e corte

Se aplicar anualmente folhas secas decompostas, consegue manter a humidade do solos durante mais tempo. Deve também cortar as fl ores secas e desbastar os exemplares mais jovens.

Prevenção e cura de doenças

Ramo roído? Aplique inseticida

Um dos insetos mais perigosos para as azáleas é o Otiorrhynchus, cujas larvas roem as raízes e o ramo, tornando-as débeis. Pode, inclusivamente, causar a morte. SOLUÇÃO: é difícil prevenir o aparecimento. O melhor é seguir as recomendações de cultivo e observar a planta para ao menor sintoma aplicar inseticida. Borrife a folhagem com inseticida polivalente e na base aplique granulado para pragas do solo.

Botões secos? Elimine-os

O saltafolhas do rododendro é um inseto de cor verde turquesa e laranja que impede que os botões abram. Estes ficam castanhos com brilhos de cor cinzentoprata ou surgem cobertos de cerdas negras fúngicas. SOLUÇÃO: mantenha-se alerta no verão, época de maior risco. Faga pulverizações preventivas com inseticida para evitar o aparecimento deste inseto. Em caso de ataque, retire e destrua de imediato os rebentos afetados.

Dissecação dos ramos? Abra uma cova

Se as suas azéleas estão debilltadas, com os ramos secos e apresentam lesões (cancros e podridões) por altura do talo da raiz, trata-se de um fungo do solo, o Phytophthora. Pode alastrar rapidamente nos terrenos encharcados e causam a morte do exemplar. SOLUÇÃO: para impedir o apareciment deste fungo evite que a água da rega ou a chuva toquem o talo da planta. Para isso, cave um buraco a cerca de 30 cm, onde a água fi cará depositada. Dote o terreno de drenagem efi caz. Se existem sinais do fungo, então faga tratamentos com fungicida. Se os estragos são muito extensos, arranque a planta, desinfete o solo e não volte a plantar imediatamente no mesmo local.

Folhagem amarelada? Aplique ferro

Nos terrenos alcalinos é habitual que as folhas fiquem amareladas com o tempo. O sintoma mais evidente é a clorose férrica, uma alteração na formação da clorofila. As folhas perdem a coloração, ficam amareladas e o exemplar revela aspeto pobre. SOLUÇÃO: nos solos com muito calcário, a assimilação do ferro é mais difícil. Para prevenir o aparecimento da clorose junte bastante matéria orgânica quando preparar o terreno.

Teias de aranha? Aumente a humidade

Em ambientes secos e muito quentes podem surgir ácaros, como o aranhiço-vermelho. Estes insetos picam as folhas para absorver a seiva da planta que entretanto fi ca debilitada. Os sintomas da sua presença são teias de aranha nas folhas, que ficam cobertas de pontinhos amarelados. SOLUÇÃO: a humidade é o pior inimigo dos ácaros. Aumente a rega e utilize o método de aspersão para os manter afastados. Em caso de ataque, pulverize com inseticida.

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