Revista Jardins

Cila da Madeira

Entre as espécies que florescem no outono e no princípio do inverno, a cila-da-madeira é a minha predileta. Trata-se duma herbácea bolbosa endémica da Madeira, que se mantém classificada como Scilla madeirensis em An Online Flora of All Known Plants (worlfloraonline.org), apesar de ter sido rebatizada cientificamente em 1998 como Autonoe madeirensis (Phyton. Annales Rei Botanicae 38: 95. 1998). Já pertenceu à família Liliaceae, mas agora está registada na família Asparagaceae.

Indiferente aos argumentos esgrimidos pelos botânicos a cila-da-madeira resiste à concorrência das plantas invasoras em escarpas rochosas desde a beira-mar até aproximadamente 500 metros de altitude.

O núcleo mais importante desta espécie, que integra o Anexo 2 da Diretiva Habitats da União Europeia, localiza-se no litoral da freguesia das Achadas da Cruz, concelho do Porto Moniz, classificado como Zona Especial de Conservação na Rede Natura 2000.

BILHETE DE IDENTIDADE

Nome científico: Autonoe madeirensis (Scilla madeirensis).

Nome vulgar: Cila da Madeira.

Porte: Herbácea.

Família: Asparagaceae (Liliaceae).

AS FLORES

Contrariando o que acontece com a maioria das cilas, que florescem na primavera, a cila-da-madeira presenteia-nos com as suas belíssimas inflorescências azul-arroxeadas entre setembro e dezembro.

AS FOLHAS E OS FRUTOS

As folhas caem no verão e reaparecem no outono, pouco antes da emergência das hastes florais. Os pequenos frutos ficam maduros na primavera. A propagação faz-se por semente ou por separação de escamas dos bolbos no período de repouso (verão).

Esta espécie endémica da Madeira tem um enorme potencial ornamental. Pode ser cultivada nos jardins sem colocar em risco as populações existentes na Natureza.

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