Em Portugal, a tradição de ter um pinheiro remonta ao século. XIX, quando, em 1844, D. Fernando II instalou, no Paço Real das Necessidades, em Lisboa, uma árvore de Natal decorada para recordar a sua infância na Alemanha. Porém, enquanto antigamente se cortavam as árvores na mata, hoje em dia esta prática deixou de ser permitida dada a insustentabilidade ambiental que representa. Para este efeito, existem quintas de produção de diferentes espécies que garantem exemplares bonitos e uma prática ambiental sustentável: por cada árvore abatida, outra é plantada no seu lugar.
Se as artificiais têm muitos amantes, cada vez mais há quem prefira a utilização de árvores vivas, com raiz, que, se tratadas devidamente, poderão ser replantadas na Natureza depois do período das festas! Para tal ser possível, não se esqueça de que se tratam de plantas de exterior (e climas frios!) pelo que, se as mantiver em casa, deve garantir luz solar, rega regular e distância de fontes de calor! Quando plantar a árvore no jardim, deve escolher um local soalheiro, mas não muito quente e garantir fertilizações regulares.
No nosso País e, dependendo de eventuais perturbações naturais (seca, pragas ou incêndios) que podem causar escassez, encontram-se normalmente à venda pinheiros, abetos e píceas porque são as mais fáceis de cultivar e rápidas de crescer. Os abetos (Abies nordmanniana) são as mais populares de árvores de Natal naturais, pois tendem a soltar menos agulhas quando secam, mantendo o aroma e a cor. As Picea abies são também muito comuns, distinguindo-se facilmente pelas suas agulhas mais finas e mais curtas. Encantadoras e remetendo ao imaginário dos contos infantis surgem as Picea pungens, com agulhas finas azul-acinzentadas. Para fugir ao tradicional, há quem prefira comprar zimbros (Juniperus comunis) ou falsos ciprestes (Chamaecyparis lawsoniana), que conferem aromas pungentes e uma forma diferente de decoração!
Dicas para facilitar a sua escolha e garantir que tem um exemplar bonito e saudável
1. Antes de ir até ao garden centre, planeie onde quer colocar a sua árvore e garanta que se encontra longe de fontes de calor – lareira, ar condicionado, aquecimentos, etc. Lembre-se que o melhor local para a colocar será com luz solar indireta e num ambiente seco, mas com a raiz (ou tronco) ligeiramente húmidos.
2. Meça o pé direito da divisão em que quer colocar a sua árvore e garanta que o exemplar que escolhe tem, pelo menos, uma altura 30 cm inferior ao teto. Ficará esteticamente mais elegante e conseguirá colocar a estrela no topo! Não se esqueça de medir também qual a área que tem disponível para a árvore porque, ao ar livre, quando estiver a escolher a árvore perfeita, as dimensões poderão parecer-lhe mais pequenas do que na realidade são. Nos viveiros, normalmente as árvores estão identificadas por espécie e altura, mas levar uma fita métrica é sempre uma boa ideia!
3. Em casa, procure um sítio longe das zonas de passagem para que não tombe ou seja sujeita a encontrões, mas suficientemente próxima de uma ficha elétrica para que possa ligar as luzes.
4. Tenha em consideração as árvores que poderá encontrar no mercado: pinheiros (mansos ou bravos), abetos ou píceas. Enquanto os pinheiros e os abetos têm agulhas menos rígidas, as píceas têm agulhas mais aguçadas. As cores de cada uma das espécies também variam pelo que, se tem os ornamentos já escolhidos, pode sempre fazer-se acompanhar de um ou dois aquando da escolha da árvore de forma a garantir que seleciona a perfeita!
5. Quando tiver escolhido a espécie favorita, recue um ou dois metros e veja a árvore de vários pontos de vista! O ideal é procurar um exemplar denso cujo tronco não se veja por entre a “folhagem”.
6. Verifique se o exemplar que está a comprar está “fresco”. Se puxar um galho e caírem muitas agulhas, escolha outro exemplar. Assegure-se de que as agulhas são verdes e brilhantes e não baças ou secas.
7. Garanta que não leva para casa uma árvore doente ou infestada! Quando estiver a escolher a sua árvore, sinta como cheira bem (e não a mofo) e confirme que as suas agulhas e troncos não apresentam pontos ou manchas;
8. Se comprar uma árvore com o tronco cortado (sem raiz), garanta que, quando chegar a casa, serra cerca de 2 cm da base para que este possa absorver mais água e manter-se bonito durante mais tempo. Garanta também que o pé do tronco está reto de forma a conseguir manter a árvore direitinha em casa!
As dicas para a compra de uma árvore de Natal natural estão dadas, mas, se estiver na dúvida entre uma árvore natural ou artificial, lembre-se: produzir uma árvore de plástico e metal é altamente poluente e, quando se cansar dela, não vai poder reciclá-la. Por sua vez, após o Natal, se não conseguir replantar a sua árvore natural, as câmaras municipais costumam fazer recolha dos resíduos verdes pelo que a sua poderá dar origem a estilha (usada em materiais de construção) ou para biomassa!
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