Revista Jardins

Cultura da cana do açúcar

Nomes comuns: Cana de açúcar, cana.

Nome científico: Sacchaeum officinarum

Origem: Ásia (Índia, Polinésia, Bornéu ou Malásia) ou Nova Guiné.

Família: Gramíneas.

Características: Planta herbácea, com caule de forma cilíndrica, com 3-7 cm de diâmetro e 5-6 cm de diâmetro, que pode ter tons amarelo, avermelhado, roxo e esverdeado. A planta pode ter entre 2 a 6 metros de altura. As folhas são longas e estreitas como uma espada e alternas. O sistema radicular é profundo.

Factos históricos: Expandiu-se para o Ocidente, graças a Alexandre o Grande, no século IV antes de Cristo. Foi introduzida na Europa pelos árabes, que a cultivaram na Andaluzia, Espanha.

Mais tarde, passou a ser plantada em regiões mais quentes e mais favoráveis à produção do açúcar: Canárias, pelos espanhóis e ilha da Madeira pelos portugueses, que a levaram para o Brasil. Neste país, a plantação iniciou-se em São Vicente em 1522, com a cana trazida da Ilha da Madeira por Martim Afonso de Sousa, tornando-se o Brasil o principal produtor de cana de açúcar, que serve para a extração de açúcar e etanol, utilizado este último como fonte de combustível. O Brasil e a Índia produzem mais de metade do açúcar mundial.

Ciclo biológico: Perene (3-5 anos ou mais).

Variedades mais cultivadas: A maioria das variedades são híbridas e identificadas com números e letras, como a NCO-310, CP 44-101, CP65-357 e CO 11-48, que são algumas das variedades mais cultivadas. As mais antigas eram conhecidas pelos seguintes nomes: “Criola (mirim)”, “Caiena”, “P.O.J”, “Caiana”, “Amarelinha”, “Caninha”, “Prata”, “Rainha”, “A Cristalina”, “La raiada”, “Caledónia”, “Kavangire”, “Otaheite”, “Bourbon”, “Rose Bamboo”, “Yuba”, entre outros.

Parte comestível: Caule da planta (1014,5% de aproveitamento de sacarose).

Condições ambientais

Solo: Gosta de terrenos com boa capacidade de retenção, argilosos e limosos, com muito húmus e algum calcário. O pH pode ir desde os 5 até 8.

Zona climática: Temperada, tropical ou subtropical.

Temperaturas: Óptimas: 25-30ºC Min: 0ºC Max : 30ºC Paragem do Desenvolvimento: 14ºC

Exposição solar: Muito Sol.

Humidade relativa: Alta.

Precipitação: 1.200 mm/ano.

Fertilização

Adubação: Estrume de ovelha, vaca, Bagaço de cana e cinzas, calcário dolomítico.

Adubo verde: Leguminosas, azevém, colza, mostarda e rábano forrageiro.

Exigências nutritivas: 2:1:3 ou 3:1:3 (azoto: fósforo: potássio) mais calcário.

Técnicas de cultivo

Preparação do solo: Lavrar o subsolo com uma ferramenta que penetra a 45 cm de profundidade. Gradar (com grade pesada) o terreno até este estar desterrado, pronto para plantar.

Data de plantação/sementeira: No princípio do outono. tipo de plantação/sementeira: por estaca com 3 a 4 nós (30-40 cm).

Profundidade: 20 cm de profundidade.

Compasso: 60 x 90 cm.

Consociações: Com leguminosas, entre as quais a soja.

Rotações: De 3-4 anos com culturas de amendoim e soja.

Amanhos: Efetuar “mulching” com restos da cultura do ano anterior e sobras de elaboração do bagaço, entre as linhas da cultura.

Regas: Por aspersão em épocas mais secas (700-900 m3/ha/ano).

Entomologia e patologia vegetal

Pragas: Nemátodos, broca e lagarta.

Doenças: Algumas doenças provocadas por fungos (podridões) e bactérias (estrias vermelhas), vírus do mosaico e vírus das folhas amarelas.

Acidentes: Pouco resistentes a ventos fortes e geadas.

Colheita e utilização

Quando colher: 12-20 meses depois da plantação, assim que as folhas comecem a ficar castanhas. Depende sempre das variedades e clima.

Produção: 55-100 t/ha.

Condições de armazenamento: Não é costume conservar as canas inteiras, mas a temperatura de -2º C é a mais utilizada.

Valor nutricional: Se o açúcar não for refinado, possui numerosos sais minerais (caliço, fósforo, ferro, cloro, potássio, sódio e magnésio) e vitaminas do complexo B.

Usos: Matéria-prima para a produção de álcool e vários tipos de açúcar (refinado, cristal, mascavado, cristal, rapadura) e melaço (parte líquida). Este tipo de açucares serve, essencialmente para fazer vários tipos de bolos, gelados, tartes e bebidas alcoólicas (rum). A cana de açúcar é também utilizada para fabricar papel e velas (cera de cana). O álcool da cana e muito utilizado na industria farmacêutica, nos hospitais e mesmo nas nossas casas. A nível medicinal, pode ser utilizada para anemias, aumentar a produção de leite nas lactantes, insónias e resfriados.

Conselho de especialista: Para o nosso clima (no Continente), esta cultura não é rentável, mas se tiver algum espaço na sua horta com o terreno mais pesado (argiloso) ou ligeiro, poderá colocar esta planta a fazer bordaduras, sebes ou zonas de sombra. A cana em “bruto”, pode sempre servir como sobremesa.

Gostou deste artigo?
Então leia a nossa Revista, subscreva o canal da Jardins no Youtube, e siga-nos no Facebook, Instagram e Pinterest.


Exit mobile version