O espinheiro-marítimo, Hippophae rhamnoides, é um arbusto espinhoso da família das Elaeagnaceae, cujos frutos são comestíveis. As suas propriedades medicinais fazem dele uma superfruta. Existe numa vasta área, que abrange muitos países na Europa e na Ásia, incluindo Portugal. A grande maioria da área de cultivo comercial da planta encontra-se na China, onde é usada para proteger os solos da erosão em zonas em perigo de desertificação, para os seus frutos serem usados como alimento e para a produção de medicamentos. Noutras zonas, como a Suécia, é cultivada para uso na indústria cosmética.
O espinheiro-marítimo resiste bem à salinidade do ar e do solo e a ventos, e, na Europa Ocidental, encontra-se sobretudo em zonas costeiras, até onde outras plantas não crescem. Na Ásia Central, crescem em zonas arenosas e desérticas e, na Europa Central, é encontrada em zonas de montanha. Seja onde for, necessita de sol pleno para se desenvolver. É um arbusto entre meio e seis metros. É extremamente resistente ao frio e ao calor, resistindo a uma amplitude térmica entre -43 °C a 40 °C. É também muito resistente à seca, apenas necessita de regas em zonas com menos de 400 mm de chuva por ano. Serve como proteção contra a erosão e fixa o azoto no solo.
Ficha técnica do espinheiro-marítimo
Origem: Europa e Ásia.
Altura: Até seis metros.
Propagação: Sementes, estacas.
Plantio: Inverno
Solo: Adapta-se a vários tipos, mesmo secos e pobres, preferindo argiloarenosos.
Clima: Climas temperados ou frios.
Exposição: Sol pleno.
Colheita: De agosto a outubro
Manutenção: Podas, fertilização
Cultivo e colheita
A propagação é sobretudo feita a partir de sementes, mas pode ser igualmente feita por estacas de ramos, estacas de raízes, entre outras. É uma planta dioica, existem plantas macho e outras plantas fêmea. Nas plantações comerciais, a proporção é de cerca de uma planta macho para seis a oito plantas fêmea. A polinização é sobretudo feita pelo vento; as flores não têm néctar para atrair polinizadores. Num jardim ou quintal, temos de ter pelo menos uma planta macho e outra fêmea ou adquirir uma variedade autofértil, que também já existe. As plantas demoram cerca de quatro anos até começarem a produzir, mas depois de iniciarem produzem durante dezenas de anos. A sementeira, com alto grau de germinação, é usualmente feita em janeiro ou fevereiro, e as plantas são transplantadas em maio. Adaptam-se melhor a solos com pH neutro ou próximo. Apesar de se darem bem em vários tipos de solos, dão-se melhor e com melhores frutos em solos argiloarenosos, bem drenados e com bastante matéria orgânica. Os frutos permanecem nos ramos muitos meses após a maturação e é daí que devem ser colhidos.
Manutenção
A manutenção do espinheiro-marítimo centra-se nas podas para eliminação de ramos velhos e secos, e para melhor penetração da luz. O controlo das ervas daninhas também é bastante importante, devido ao sistema de raízes mais superficial do espinheiro-marítimo. A adubação não deve esquecer o fósforo, uma vez que o azoto é fixado pela planta e necessita por isso de quantidades mais pequenas.
Pragas e doenças
Os espinheiros-marítimos são bastante resistentes, mas existem doenças e pragas que os afetam. Em termos de doenças, destaca-se a doença da murcha, causada por bactérias. Em termos de pragas, destacam-se os pulgões-verdes, que danificam bastante as folhas, em certos países comercializadas para chá, os tripes, a mosca-da-fruta e as larvas das mariposas do espinheiro-marítimo. Como sempre, prevenção e atenção aos primeiros sintomas são essenciais para podermos controlar da forma menos nociva as pragas.
Propriedades e usos
Os frutos do espinheiro-marítimo são bastante adstringentes e oleosos ao natural, ganham em serem congelados, para posteriormente serem transformados em doces e geleias, sumos ou licores. Os seus conteúdos em nutrientes e em antioxidantes são muito altos, embora os frutos não tenham tido ainda grande sucesso comercial.
Dos frutos extrai-se também óleo com propriedades medicinais, que pode ser usado como aditivo alimentar, para combater problemas de pele ou cardiovasculares, entre outros. Os frutinhos são ricos em vitaminas A, C e E e em componentes como carotenoides e polifenóis. O teor em vitamina C é 15 vezes superior ao da laranja. Potássio, cobre e magnésio são alguns dos minerais presentes. Há quem conserve os pequenos frutos em frascos com mel, para serem consumidos em conjunto. São também usados para fazer produtos de beleza, dadas as suas propriedades saudáveis para a pele. Nalguns países, as folhas são usadas para fazer infusões com fins medicinais.
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