No passado mês de dezembro estive nas Astúrias, região que não conhecia e que recomendo, graças à variedade de paisagem, pois vamos da montanha ao mar em menos de meia hora, a riqueza gastronómica, desde o peixe, marisco até à carne, tudo é delicioso, variado e com uma excelente relação qualidade/preço.
Locais a visitar nas Astúrias
Estive em Oviedo, Llanes, Cudillero, Aviles, Covadonga, entre outros locais maravilhosos que recomendo. Quando estou em viagem gosto sempre de saber que jardins existem na zona, tento sempre visitar alguns. Neste caso encontrei na internet uma listagem dos 10 jardins históricos da Astúrias a visitar, mas infelizmente só consegui visitar um, tentei visitar mais dois privados que estavam fechados (estive à porta e foi com muita pena que não pude entrar), um deles, uma fundação estava fechado por tempo indeterminado, o outro no FB estava um contacto para marcação de visita, enviei uma mensagem mas até hoje ninguém me respondeu.
O único que consegui visitar e recomendo vivamente, foi o jardim da Fundação Evaristo Valle, visitei também a casa-museu. Tenho de confessar que gosto muito de visitar casas de artistas, já visitei algumas e são sempre um momento especial, a de Salvador Dali, na Catalunha, a de Monet na Normandia e a de Joaquim Sorolla estão entre as minha favoritas, este último tem uma coleção de quadros excelente no museu.
Jardim e Museu Evaristo Valle
Desconhecendo este artista, desloquei-me à fundação para visitar o jardim, no entanto também visitei também o museu que me surpreendeu pela positiva, quer pela beleza da casa, arquitetura e mobiliário, como pela coleção de obras do autor, um dos maus conceituados pintores asturianos da sua época.
A origem da propriedade
A quinta onde está inserida esta fundação denominada “La Redonda” localiza-se no bairro de Somió, em Gijón e nunca foi habitada pelo pintor, pertencia sim a uma das suas sobrinhas. Originalmente esta propriedade pertencia à família Menéndez de Valdés, em 1881 foi adquirida pelo Vice cônsul britânico em Gijón William Penlington Mac Alister, mais tarde a propriedade é vendida a José Maria Rodrígues González , sendo quando da sua morte herdada pela sua mulher María Rodríguez del Valle, sobrinha do pintor, que anos mais tarde faz a doação da propriedade bem como de outros bens à Fundação que criou com o nome do seu tio Evaristo Valle.
A casa
Este edifício onde hoje funciona o museu é um projeto de 1942 do Arquiteto Álvares-Sala y Morís, com a colaboração de Evaristo Valle. A casa com influências medievais tardias é composta por um corpo central em forma de torre com ameias e torres circulares laterais.
O jardim
O desenho original do jardim é do próprio Penligton, pois como inglês era um grande amante de jardins e de plantas. A influencia britânica percebe-se pelo tipo de enquadramento, criação de um grande prado/relvado central bem como o elevado número de árvores exóticas. No jardim com cerca de 16.000m2 estão colocadas 55 obras de arte contemporâneas de autores como Alba, Del Río, Legazpi, Menéndez, Castillo, Cohen entre outros.
É clara a influencia britânica no desenho do jardim, no vasto relvado, nos maciços de camélias, azáleas, magnólias, etc, Mas também há alguma influencia do jardim francês, nas numerosas e elaboradas topiárias, de formas, dimensões e plantas diferentes. Algumas delas de grande dimensão e impecavelmente mantidas e podadas, como aliás todo o jardim, cuja manutenção é fantástica, estando tudo podado, tratado, organizado e com aspeto saudável.
Coleção botânica
Neste jardim encontram-se mais de 120 espécies de diferentes plantas, muitas árvores ornamentais como as araucárias, tuyas, ciprestes, falsos-ciprestes, pinheiros, cedros, tulipeiro-da-virgínia, magnólias, bétulas, plátanos, criptomérias, loureiros, falsa-acácia, sófora, áceres e ulmeiros entre outras. Também as árvores de fruto se encontram em grande número e variedade; aveleiras, castanheiros, laranjeiras, limoeiros,
Os arbustos floridos ou não também são em grande número e variedades; teixos, azáleas, rododendros, dióspiros, medronhos, hortênsias, buganvílias, escalónias, filadelfos, rosas, kérrias, buxos, alecrins, lírios, etc.
Bonsai
Um dos pontos de interesse do jardim é a coleção de Bonsai que aparece organizada, numa zona ao lado do museu e que pela sua variedade, raridade e beleza merecem uma visita.
Os bonsai que aqui se encontram em exposição são da autoria de Rolf Beyebach que os cedeu para esta exposição, podemos observar espécies como: Gingko biloba, Juniperus horizontalis, Cedrus libani, Pinus mugo, Fagus sylvatica, Jacaranda ovalifolia, Acer campestris, etc.
Fotos: Teresa Chambel
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