Revista Jardins

Masdevallia, pequenas maravilhas

Foram descritas pela primeira vez em 1794 pelos espanhóis Hipólito Ruiz López e José Antonio Pavón Jiménez. Estes, patrocinados pelo Rei Carlos III de Espanha, fizeram a “grande travessia pelo Peru e chile”, que durou 11 atribulados anos e de onde resultaram registos de mais de 3000 plantas desconhecidas na Europa, entre elas várias orquídeas. A Masdevallia uniflora foi uma delas, e a primeira espécie do género Masdevallia a ser descrita.

Origem do nome

O nome foi dado em honra de Dom José de Masdevall, um botânico e físico espanhol que viveu no séc. XVIII. São plantas pequenas, a maior parte consideradas micro-orquídeas, e que apesar de terem crescimento simpodial, têm um rizoma muito curto e não têm pseudobolbos. Do rizoma brota uma pequena folha verde de aspeto frágil e na verdade são mesmo algo frágeis. São encontradas na sua maioria a crescer nas árvores em florestas densas e húmidas em muitos países da América do sul. A Nicarágua e a Costa Rica têm o maior número de espécies.

Cultivo

As Masdevallia regra geral não gostam de temperaturas muito altas. Se não tem um lugar mais fresco, à sombra, onde as colocar no verão, não cultive estas orquídeas. As espécies mais coloridas e vistosas são as que gostam de temperaturas mais baixas e, logo, as mais difíceis de manter em Portugal, especialmente nos  nossos quentes meses de verão. Podem ser cultivadas em pequenos vasos de plástico ou de barro, em cestos de madeira de pequeno tamanho ou montados em cortiça. O tamanho do vaso é importante. As Masdevallia não gostam de vasos muito grandes, gostam de estar apertadas. O tamanho do vaso mede-se pelo tamanho das raízes e não pelo tamanho das folhas.

Substrato

Como substrato, uma mistura de casca de pinheiro fina, fibra de coco aos pedaços e Leca® da mais pequena ajuda a que haja alguma drenagem importante para evitar que o substrato fique empapado. Mas como as Masdevallia necessitam de uma humidade constante no substrato, juntamos também pedacinhos de musgo de esfagno e/ou perlite para que não seque demasiado. O substrato deverá ser substituído anualmente para evitar que apodreça com o excesso de água.

Luz

As Masdevallia gostam de alguma luz mas sombreada ou filtrada. Devemos evitar que recebam sol direto pois podem queimar as suas folhas tenras. O ideal é a luz que apanhariam na natureza, a crescer num tronco alto de uma árvore mas protegidas pela sua copa frondosa a agir como um filtro aos raios solares.

Fertilização

São orquídeas que não entram em dormência. Estão todo o ano, em todas as estações, a crescer ou a florir. Apesar de toda esta atividade, não são plantas que apreciem ser fertilizadas com frequência. Uma ou duas vezes por mês com metade da dose recomendada é mais do que suficiente.

As flores são muito peculiares e nada parecidas com as orquídeas que costumamos encontrar mais frequentemente. A maior parte das vezes parece que a flor é somente constituída pelas três sépalas, mas se analisarmos com mais cuidado, encontramos as pétalas e o labelo que juntamente com as sépalas constituem a fisiologia característica de uma flor de orquídea. As flores das Masdevallia fazem também parte da cultura dos habitantes de vários países sul-americanos, por exemplo no dia de finados, ou dia dos mortos, como muitas vezes é chamado, as flores das Masdevallia são utilizadas para decorar pratos e mesas e assim colorir as oferendas!

Fotos: José Santos

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