No âmbito do Dia Mundial das Cidades, que se assinala a 31 de outubro, é lançada oficialmente a Rede de Miniflorestas de Portugal. Esta é uma iniciativa que pretende aumentar a resiliência das cidades aos efeitos das alterações climáticas e promover a biodiversidade urbana, através da plantação de florestas Miyawaki. Esta rede é coordenada por várias organizações ambientais e já mapeou 30 miniflorestas em várias regiões do país, com planos de expansão para os próximos anos.
A iniciativa de criar miniflorestas é dirigida às comunidades urbanas e rurais, instituições de ensino e entidades do governo local, que têm como objetivo transformar os seus espaços verdes e melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos. Nestes projetos a participação ativa da comunidade é incentivada, de forma a criar um impacto social e ambiental duradouro.
As miniflorestas, baseadas no método japonês Miyawaki, são florestas nativas densas que se desenvolvem rapidamente e proporcionam benefícios como a melhoria da qualidade do ar, a captura de carbono, a redução do calor urbano, a regulação hídrica e a criação de habitats naturais para a fauna e flora locais. Ao transformar espaços urbanos degradados em ecossistemas autossustentáveis, a iniciativa procura envolver as comunidades locais, promover o bem-estar e o sentido de pertença.
Em Portugal, a utilização do método japonês Miyawaki, que promove o crescimento rápido e eficiente das florestas, é recente. Fazem parte da rede 30 miniflorestas, espalhadas em locais como Évora, Vila Viçosa, Castro Marim, Faro, Silves, Torres Vedras, Peniche e na área metropolitana de Lisboa. Pretende aumentar a escala e o impacto das suas ações ao expandir as iniciativas pelo país, para aumentar a
resiliência das cidades portuguesas e promover a sustentabilidade ambiental.
A Rede de Miniflorestas de Portugal é composta por seis organizações que, colaborativamente, impulsionam a plantação de florestas Miyawaki em áreas urbanas e rurais, criando ecossistemas sustentáveis. Os fundadores partilham a sua visão sobre o impacto transformador desta rede.
Luís Afonso, cofundador da Biggest Mini Forest, comenta: “Se os nossos antepassados tivessem adotado práticas agrícolas que combinam preservação ambiental com produção de alimento, hoje teríamos um legado de abundância e resiliência. Neste momento, não temos tempo a perder. Ações de regeneração são cada vez mais necessárias”.
Para Sónia Soares, fundadora da Floresta Nativa / Nativawaky, “Se localmente o impacto resultante do nosso trabalho já é imenso, todos juntos temos a dimensão para agir a nível nacional. Acredito que este é o caminho para garantir o futuro saudável das nossas crianças, até porque planeta Terra só há um!”. “A criação desta rede de organizações que plantam florestas Miyawaki é um passo significativo na nossa
missão de transformar o ambiente e as comunidades em Portugal. Unindo forças, mostramos que não há espaço para competição quando o objetivo é tão vital como o nosso: restaurar a natureza e garantir um futuro sustentável para todos. O que está em jogo é maior do que qualquer necessidade individual,” afirma Manuela Madonia, cofundadora da Forest Impact.
Vitor Gordo, fundador das Ilhas da Biodiversidade, reforça: “Ao agirmos juntos, estamos a fortalecer toda a rede e a criar oportunidades de restaurar a natureza. Faz muito sentido esta cooperação para obtermos uma visão mais ampla”. “Um ecossistema como uma floresta é tanto mais resiliente e sustentável quanto maior o número de relações de cooperação e interligação entre os seus seres vegetais e animais. Por isso, acredito que a aposta numa cultura de cooperação entre os membros desta Rede de Miniflorestas é o caminho a seguir para quem tem como propósito contribuir para a regeneração dos espaços urbanos de Portugal” afirma David Avelar, cofundador da 2adapt.
Por outro lado, Sasi Kandasamy, fundadora da URBEM, acrescenta: “A nossa visão é criar cidades mais verdes onde todos os seres vivos, incluindo seres humanos, flora e fauna, possam florescer. Fazemo-lo encorajando cada pessoa a agir como cidadão, em vez de apenas como consumidor, e assumindo a responsabilidade de fazer parte da solução”.
A criação da rede visa dar visibilidade às miniflorestas já plantadas e a explorar colaborações futuras entre os membros, expandido assim estas ações a todo o território português. Com este esforço conjunto, pretende aumentar o conhecimento, potenciar os resultados das novas miniflorestas e apelar à ação para que empresas, escolas e o poder local colaborem e contribuam para uma maior sustentabilidade ambiental em Portugal.
Alinhada com vários dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), nomeadamente o ODS 3 e 4 (Saúde e Educação de qualidade), o ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), o ODS 13 (Ação Climática) e o ODS 15 (Vida Terrestre), ao promover a criação de espaços verdes resilientes, combater as alterações climáticas e restaurar a biodiversidade em ambientes urbanos, a Rede de Miniflorestas de Portugal está a promover as parcerias entre diversas entidades (ODS 17 Parcerias para o desenvolvimento sustentável) para facilitar a implementação de miniflorestas e criar uma verdadeira rede nacional na Plataforma ODSlocal.
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