Revista Jardins

Uma orquídea para o interior e exterior: Bletilla striata

Bletilla striata alba

Há orquídeas às quais não se dá a devida atenção. Existem muitas razões para que as Bletilla striata fossem das orquídeas mais presentes nos jardins portugueses. Pela sua beleza, pela facilidade de cultivo e floração, por serem terrestres e poderem ser cultivadas tanto em vaso como em floreiras ou canteiros. No entanto, no nosso país são raros os orquidófilos que as cultivam e poucos os que as conhecem.

História

Esta foi uma das primeiras orquídeas a ser documentada. Existem registos na China, datados do segundo milénio antes de Cristo, onde ela fazia parte de um remédio à base de plantas. Ainda hoje os seus bolbos, raízes e folhas são utilizados para fins medicinais, no fabrico de tintas para escrita e pintura e ainda em misturas usadas como porcelana.

Descrição

O género Bletilla é composto por nove espécies, todas originárias da China, Taiwan e do Japão. São orquídeas terrestres que crescem em prados, nas orlas das florestas e muitas vezes à beira das estradas, a altitudes entre 500 e 2000 m. São plantas perenes, com rizoma subterrâneo parecido com um pequeno bolbo. Com caule ereto e folhoso. Cada planta tem entre 2 a 4 folhas plicadas.

A inflorescência é apical e racemosa que pode ter até doze flores que abrem sucessivamente da base para o topo. Cada flor tem cerca de 5 cm e podem ser encontradas em variados tons de rosa e também em branco (planta alba).

Bletilla striata

Cuidados a ter

São muito fáceis de cultivar em zonas temperadas, tanto no exterior como no interior. Podem ser plantadas em vasos de plástico ou barro, bem como em floreiras ou no chão, desde que o substrato tenha uma boa drenagem. Normalmente uso uma mistura de casca de pinheiro fina com húmus e perlite.

Os pequenos bolbos (rizomas) começam a rebentar na primavera, por vezes antes, e nos meses de março a maio florescem em todo o seu esplendor. Depois dessa altura e durante o verão, a planta seca e fica reduzida aos bolbos subterrâneos que se deixam na terra ou nos vasos para voltarem a florir nos anos seguintes. Devem ser bastante regadas com fertilizante apropriado quando estão a crescer e a florir e após as folhas caírem, as regas diminuem bastante. No inverno as regas quase são suspensas limitando-nos a manter as raízes húmidas. Devemos ter cuidado com as geadas, especialmente quanto os rebentos tenros começam a “espreitar” para fora da terra.

Bletilla

Cultivo Bletillas há dois anos em vasos pequenos e numa floreira no jardim. Estão sempre no exterior e sobrevivem às baixas temperaturas do nosso inverno e a toda a chuva que cai. O substrato tem bastante drenagem e assim evito que os bolbos apodreçam pelo alagamento do substrato. A fertilização é feita com adubo próprio para orquídeas, líquido na água das regas ou em granulado de libertação lenta. Ficam muito bonitas em grupos e dão bastante  cor ao jardim.

Procure-as à venda na primavera, muitas vezes só com pequenos rebentos nos vasos, outras vezes em botão. Em flor são difíceis de encontrar.  Espera-se que floresçam em nossas casas para assim aproveitarmos ao máximo as suas florações.

Foto: José Santos

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