A escolha de híbridos de orquídea pode ser uma boa opção para quem tem dificuldades no seu cultivo. Não são tão exigentes e as suas flores são igualmente belas e exóticas!
Se, na Natureza, existem mais de 25 mil espécies de orquídeas, são mais de 200 mil os híbridos criados por botânicos, viveiristas e orquidófilos em todo o mundo. É uma diversidade deslumbrante. Podemos pensar que já existem orquídeas com todas as formas, tamanhos e cores até aparecer alguma novidade surpreendente que deixa o mundo orquidófilo maravilhado. Essas novidades são frequentes.
O que são híbridos?
A palavra “híbrido” vem do grego hýbris e era utilizada como “ultraje” ou “algo que passou os limites”. Na Grécia Antiga, a mistura de raças era considerada uma violação das leis naturais. Literalmente a palavra significava “filho de uma desmedida” e tanto se utilizava para cruzamentos de animais diferentes como para humanos, e, nessa altura, era uma afronta social uma mistura entre raças.
No que respeita às orquídeas e simplificando muito, uma orquídea híbrida é uma planta que não existe na Natureza, resultando do cruzamento artificial, feito pelo Homem, de duas orquídeas, que podem ser espécies ou elas próprias já híbridas. Chamam-se híbridos intragenéricos, quando obtidos de um cruzamento de plantas do mesmo género, ou intergenéricos, quando resultantes do cruzamento de duas plantas de géneros diferentes. Como exemplo, ao cruzarem-se duas Cattleya, obteremos um híbrido ao qual vamos chamar igualmente Cattleya, mas, se cruzamos uma Laelia e uma Cattleya, duas orquídeas de géneros diferentes, geralmente o nome do híbrido resultante é a conjugação dos dois nomes dos géneros dos pais, neste caso resultará uma Laeliocattleya. As coisas complicam-se depois a nível taxonómico quando os híbridos são resultantes de diversos cruzamentos intergenéricos.
Os híbridos não são uma ideia dos seres humanos; na Natureza acontecem também hibridações – são os chamados híbridos naturais, que tantas vezes confundem quem estuda as plantas.
Quando se utilizam duas espécies do mesmo género, chamamos ao híbrido resultante um híbrido primário. São geneticamente muito próximos dos progenitores.
Na história
Com a expansão marítima, chegaram à Europa muitas espécies de orquídeas trazidas dos “quatro cantos do mundo”. Grande parte morria porque não se sabia quais as condições necessárias para o seu cultivo e, de início, muito poucas espécies chegavam a florir. Quando se iniciou
o cultivo em estufas ou jardins de inverno aquecidos a carvão e onde se conseguia manter as temperaturas mais amenas, o cultivo de orquídeas começou a ter melhores resultados e as flores eram mostradas como se fossem obras de arte valiosíssimas. No século XIX, o cultivo de orquídeas ornamentais já era mais comum e começaram a tentar fazer-se cruzamentos entre plantas. A primeira orquídea híbrida foi apresentada em Inglaterra, em flor, em 1856 e foi criada por John Dominyi. Era um cruzamento entre a Calanthe furcata e a Calanthe masuca, e a planta resultante veio a chamar-se Calanthe dominyi em honra ao cultivador. A partir daí nunca mais se parou de hibridizar orquídeas e grande parte das plantas que se encontram atualmente à venda é híbrida.
Porquê hibridizar?
Ao cruzarem-se duas orquídeas, nem todas as plantas resultantes são bons híbridos. Um bom híbrido é uma planta que reúne os aspetos mais positivos dos progenitores. A beleza da flor, o tamanho, uma bonita cor, um perfume agradável, uma floração mais durável, uma haste floral com mais flores, mais do que uma floração anual, uma maior resistência aos possíveis erros de cultivo, como o excesso de água, temperaturas mais frias e também mais quentes, menos exigentes com a humidade no ar, mais resistentes a doenças, entre tantos outros aspetos que podem tornar uma orquídea híbrido muito mais apetecida pelos cultivadores.
É por esse motivo que se aconselha o cultivo de híbridos a quem se inicia no mundo das orquídeas ou a quem não tem uma estufa aquecida com as condições ótimas para as espécies mais exigentes nas condições de cultivo. Os híbridos são plantas “trabalhadas” para terem menos exigências e logo serem de mais fácil cultivo.
Há tantos híbridos de belíssimas flores com cores e formas exóticas que é difícil não encontrar algo para o seu gosto e para as condições que lhes pode oferecer em sua casa. A escolha de híbridos é meio caminho para o sucesso no cultivo de orquídeas.
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