Revista Jardins

Segredos do reenvasamento de orquídeas

Para uma boa floração, a planta tem que respirar saúde

Com a chegada da primavera e quando as orquídeas que florescem no outono/inverno já praticamente não têm flores, chegou a altura da preparação dos Cymbidium, dos Dendrobium nobile, dos Paphiopedilum, Cattleyas e todas as outras que floriram, para a floração seguinte.

No final da floração, como já disse várias vezes, cortam-se as hastes florais junto à base da flor. Muitas vezes, mesmo antes de terminar a floração, corto as hastes florais e coloco-as em jarras. As flores terminam o seu tempo a embelezar a sala e não estou a forçar a planta a gastar as suas energias até a última flor cair. Já estou a pensar na floração seguinte, que se quer que seja abundante, com flores grandes, bem formadas e muito coloridas.

Para que a floração seja memorável, a planta tem que estar saudável e forte. Se a planta ainda tiver espaço para crescer e não for necessário mudar de vaso, basta que nos preocupemos com as regas e com a fertilização. No período a seguir à floração devemos usar um fertilizante mais rico em Azoto (N) para ajudar a planta a desenvolver-se melhor, crescer, formar novos pseudobolbos e folhas e aumentar também o sistema radicular. Resumindo, vamos fortalecer a planta para que esta possa produzir uma boa floração na próxima época.

A planta não deve sentir dificuldades em se ambientar no novo vaso

Vasos e substrato

Se as plantas que temos já estão a encher completamente os vasos, se já não são reenvasadas há mais de dois anos e se já se vê muitas raízes no vaso e muito pouco substrato, esta é a altura ideal para fazer o reenvasamento. O substrato utilizado e o tipo de vaso vão depender da espécie que estamos a reenvasar, mas geralmente queremos obter um substrato poroso e com boa drenagem, que absorva alguma humidade mas que não fique empapado, secando em poucos dias de modo a que as raízes não fiquem muito tempo impregnadas de água, correndo o risco de apodrecerem.

Os vasos não deverão ser muito maiores do que os anteriores de maneira a que a planta não tenha dificuldades a ambientar-se no novo vaso. Geralmente, uso somente um ou dois números acima do vaso que tinha (se a planta estava num vaso de 9 cm de diâmetro, escolho um com 12 cm), mas cada planta deve ser vista de forma individual.

Divisão ou plantas grandes?

Há orquidófilos que gostam muito de dividir as plantas. Ou porque querem ter muitas plantas, ou porque querem trocar com os amigos, assim que a planta atinge um certo tamanho, é logo dividida. Eu prefiro ter plantas grandes, a beleza de uma planta madura bem tratada e as florações que podemos obter numa planta assim não se comparam às de uma planta pequena. É verdade que por vezes é vantajoso dividir a planta para esta florir e crescer melhor mas na minha opinião, nada fica mais bonito do que um vaso grande com uma planta saudável e cheia de flores.

Aproveite a altura do reenvasamento para limpar a planta tirando folhas secas e cortando raízes velhas ou podres. Se a planta estiver limpa e com as raízes saudáveis, não lhe mexa muito, basta colocá-la no novo vaso com o novo substrato.

Uma mudança de vaso pode causar algum stress à planta e nessa altura eu costumo sempre colocar um fortificante para orquídeas, à base de ácidos húmicos e fúlvicos que vai estimular a vida microbiana no substrato, a produção de fito hormonas na planta e ajudá-la a estabelecer-se mais rapidamente no novo ambiente, facilitando o seu crescimento. Não devemos também esquecer do fertilizante de crescimento, em regas alternadas.

Abril é um bom mês para estas tarefas. Não deixem para mais tarde para dar tempo  à planta para se preparar para a floração. Boa jardinagem!

Fotos: José Santos

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