Revista Jardins

Parque de Santa Catarina no Funchal

Parque de Santa Catarina

 

O Parque de Santa Catarina ocupa uma posição privilegiada sobranceira ao porto, com uma belíssima vista sobre o Funchal e a sua baía até à Ponta do Garajau. É dominado por um grande relvado, envolvido por canteiros e caminhos empedrados, por onde se pode passear observando árvores, arbustos, trepadeiras e ervas provenientes de todos os impérios biogeográficos, com especial destaque para as regiões tropicais e subtropicais. A lagoa confronta com aparte mais alta do relvado e é um dos elementos estruturantes do parque.

 

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Syzygium jambos

 

Projeto inicial

O Parque de Santa Catarina é o maior espaço verde do centro histórico do Funchal, mas a sua área de 35.200 m2 está muito longe dos 92.000 m2 previstos no projeto do arquiteto Miguel Jacobetty, que visava criar “o principal logradouro público arborizado de que a cidade virá a dispor de futuro com as respetivas instalações desportivas e locais de cultura e recreio” (Jacobetty, M. –1957).

O perímetro do parque englobaria “as três quintas do Estado: Bianchi, Pavão e Vigia; a Quinta particular de Nossa Senhora das Angústias; os terrenos dos herdeiros de Dias Nascimento; os terrenos municipais do antigo cemitério e do edifício demolido da cadeia; outros já expropriados e, finalmente a Capela de Santa Catarina e os terrenos adjacentes” (ibidem).

O projeto só foi parcialmente realizado porque o espaço das quintas Bianchi, Pavão e Vigia foi ocupado pelo casino, hotel e centro de congressos, inaugurados em outubro de 1976, e porque a Quinta de Nossa Senhora das Angústias (atual Quinta Vigia) se manteve privada até 1979, altura em que foi adquirida pelo Governo Regional.

 

Syzygium malaccense

 

A riqueza botânica

No Parque de Santa Catarina vivem árvores de cerca de 80 espécies, das quais selecionei apenas duas do género Syzygium. O Syzygium jambos (jambeiro), nativo de uma vasta região que abarca a península Malaia e a Indonésia. É uma pequena árvore perenifólia, e as suas folhas são procuradas para infusões que têm fama de possuírem propriedades antidiabéticas. As flores, ricas em néctar, ocorrem entre março e julho. Os frutos, aromáticos e comestíveis são bons para confecionar compotas, gelatinas e sumos.

O jambeiro-vermelho é mais raro na Madeira. As flores vermelhas começam a aparecerem abril e podem ser apreciadas até junho. O Syzygium malaccense é nativo da península Malaia. Além de ter um interessante desempenho ornamental, goza da vantagem de produzir frutos comestíveis e com valor medicinal, porque são muito ricos em vitaminas, ferro e fósforo. Das sementes é extraído um fluido usado como antidiabético. A infusão das folhas, das raízes ou da casca é usada como laxativa.

 

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