Nome científico: Phlebodium aureum.
Nome comum: Feto azul, feto ‘blue star’.
Família: Polypodiaceae.
Ciclo biológico: Perene.
Origem: América do Sul e Central.
Agora que chegou o outono e passamos mais tempo em casa, as plantas de interior voltam a tomar a nossa atenção e maior cuidado, sendo também altura de encontrar novos inquilinos para a coleção. Este mês, sugiro o Phlebodium, uma das plantas do momento considerando que a sua folhagem não deixa ninguém indiferente. As suas folhas acinzentadas conferem um aspeto atrativo para qualquer amante de plantas, não só pela sua cor, mas pela forma diferente e arrojada. Por outro lado, é uma excelente opção para iniciantes por ser uma planta com poucas exigências para sobreviver.
Com origem em regiões tropicais e subtropicais, os Phlebodium são plantas epífitas, ou seja, na Natureza podem ser encontradas a trepar troncos de arvores ou a “invadir” outras plantas como forma de suporte. No seu habitat, a planta desenvolve-se com temperaturas elevadas, grande humidade relativa e sob a luz filtrada da copa das árvores, sendo estas algumas das razões pelas quais no nosso clima esta planta se adapta a ambientes interiores, desde que se garanta humidade e luz indireta. Em boa verdade, todas as plantas “de interior” têm um comportamento semelhante – poderão ser plantadas no interior ou no exterior desde que quando cultivadas, sejam dadas as condições aproximadas ao seu habitat natural. No caso do Phlebodium, a sua adaptação ao exterior acontecerá sempre com consequências, por exemplo: com temperaturas mais baixas, o ritmo de desenvolvimento diminuirá e poderá mesmo perder as folhas até que as temperaturas amenas retornem.
Nas condições ideais, esta planta tem um crescimento relativamente rápido.
Luz: Não suporta luz solar direta, mas aprecia luminosidade, podendo adaptar-se ambientes menos luminosos.
Solo: Substrato para plantas epífitas, como o recomendado para as orquídeas, contudo suporta qualquer tipo de solo desde que bem drenado. A mistura com turfa será uma boa aposta, dado que este feto aprecia solos ligeiramente ácidos desde que retenham humidade sem ficar encharcados.
Rega: Quando em vaso, não precisa de regas muito regulares, mas aprecia o solo ligeiramente húmido, pelo que deverá ser regada quando a camada superficial de solo se encontra seca. A melhor forma de a regar é por imersão: imergir o vaso (não as folhas) durante alguns segundos e retirá-lo de água, deixando escorrer toda a água, cuidadosamente.
Toxicidade: Não foi reportada toxicidade para humanos ou animais, pelo que é uma boa opção para quem tem animais de estimação curiosos.
O Phlebodium aureum é um feto, ou seja, uma planta vascular que não se reproduz por semente, mas por esporos que se desenvolvem na página inferior das folhas, criando um elegante detalhe dourado à planta. O verde-azulado das suas longas folhas torna-o diferente de outros fetos, assim como a sua resiliência e capacidade de prosperar em ambientes desfavoráveis, mas também os rizomas castanhos-dourados que desenvolvem na base do feto e acabam por cobrir o vaso, tornam-no uma planta muito peculiar e interessante para se ter em casa.
Apesar de se reproduzir por esporos, a sua propagação poderá ser feita por divisão do rizoma, no entanto, é bom ter em consideração que esta espécie é sensível à troca de vasos e transplantação. Se essa for a intenção, o ideal é fazê-lo na primavera, altura em que a planta poderá beneficiar de dias maiores (mais luz) e ainda de alguma humidade. Considerando as características do Phlebodium, é importante que a transplantação seja sempre feita para vasos com boa drenagem e a garantia de que os rizomas não ficam totalmente enterrados.
Como já foi dito, a sua manutenção é simples e pouco exigente, mas devem ser sempre e garantidos alguns cuidados:
• Deverão ser retiradas as folhas secas e amarelecidas não só para que a planta se mantenha bonita, mas também porque estas acabam por facilitar o aparecimento de pragas e doenças;
• O seu crescimento poderá ser controlado através de corte de folhagem;
• A sua localização deverá ter em consideração a luz a que a planta fica sujeita – um sinal de que poderá apanhar demasiada luz é a sua mudança de coloração – passa a ser mais clara e menos glauca. Por sua vez, a ausência de luz inibirá o seu desenvolvimento.
• A rega deverá ser atenta: um solo demasiado molhado/encharcado levará a que o rizoma apodreça.
Além de diferente e elegante o Phlebodium aureum é considerado como uma planta purificadora do ar, por isso não se esqueça: da próxima vez que visitar o centro de jardinagem, tenha em consideração esta espécie tão atrativa e fácil de cuidar!
Diferentes usos
É uma planta ideal para a cozinha ou para a casa de banho por apreciar altos níveis de humidade relativa, razão pela qual também beneficiará da transpiração de outras plantas se estiverem em proximidade. Não se tratando de uma planta muito exigente, funciona muito bem sozinha ou articulada com outras plantas e, dadas as suas características originais, poderá ser colocada em suspensão!
Curiosidade
Os rizomas deste género são utilizados em medicina (em fármacos anti-inflamatórios, antipiréticos e/ou antifebris) sendo mesmo a espécie cultivada para este fim em países como o México ou Honduras.
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