Revista Jardins

Plantas e abelhas, mutualidades

O exemplo mais vivo da organização de sociedade que se pode encontrar em toda a biosfera é a das abelhas.

abelhas

Todos os animais integram e vivem em sociedades. Assim, surgem e justificam designações biológicas específicas, como enxame, cáfila, cardume, vara… A formação de sociedades respeita e pressupõe, basicamente, cooperação e competição. Dir-se-á que cada grupo social respeita um código comum de mutualidade e um pacto de não agressão.

Sob estes códigos, a grande parte dos animais sociais é, na ordem comportamental, muito semelhante aos humanos.

Os animais irracionais, como seres sencientes, têm sensações e emoções, dores, prazeres e pressentimentos como os animais racionais. Todos nós sentimos e pertencemos a uma organização social. Há-as mais ou menos perfeitas no mundo dos animais, e vão evoluindo ao longo do tempo.

Charles Darwin, naturalista e biólogo, observou, profunda e demoradamente, escreveu e defende, no seu livro A Origem das Espécies, que estas sociedades (vegetais e animais) sofrem alterações, ao longo das respetivas gerações. Há, assim, seleções naturais que tendem a deixar mais tempo descendentes do que outras. Estes fenómenos são condicionados por fatores genéticos e fatores ambientais.

Eussocialidades

O mais alto grau de organização destas sociedades corresponde a este neologismo – disciplina da Sociobiologia ou Biossociologia.

A eussocialidade pressupõe três características:

1. Sobreposição de gerações (com pais e filhos no mesmo espaço familiar);

2. Presença de castas (com dominância reprodutiva por poucos);

3. Mutualidade (cooperação interna na construção dos ninhos e esmerado cuidado com os ovos…). O imediato e mais ilustrado exemplo organizacional é, indubitavelmente, o contido na ordem Hymenoptera (abelhas, vespas e formigas).

De certo modo, opera-se também, além da racional, em algumas das diferentes sociedades organizadas uma certa autodidaxia!

Vantagens da vida em sociedade

Garantia da alimentação;
Garantia da reprodução e criação;
Divisão de tarefas;
Altruísmo;
Defesa contra predadores e inclemências naturais.

Atentemos a um dos vários e peculiares exemplos na sociedade das abelhas:

E nas áreas alimentares e farmacêuticas, quantos produtos, originariamente, estes seres eussociais produzem?

No quadro global das ditas sociedades organizadas, quanto à especificidade da sociedade racional, ainda haverá algum caminho a percorrer até um humilde e harmónico consenso, face às complexas e exclusivas características da sua cultura que compreende também a da agricultura. O debate científico continuará vivo!

O trabalho é obrigatório para todos

Para o imediato, até porque vão sendo propícias as decisões, em assembleia, sobre a complexa preparação para enxameação e até à sua decisão de consumação, adiciono já, o de exemplo alguns passos (delas), naturalmente bem ordenados, para esse efeito.

Até aqui, agem acauteladamente. A mestra, as suas obreiras e alguns zangãos seguem para sítio, com prévio repetido e aturado reconhecimento, em questão de local com segurança física e alimentar.

Nunca à toa, pois a rainha não está habituada e preparada, além das de fecundação. Essas companheiras batedoras e identificadoras de espaços, já muito experimentadas noutros momentos, indicam-lhe para onde deve rumar, a que distância e zona e em que poiso, em concreto, irão ficar e até de acordo com as previsões meteorológicas instintivas ou de intuição, se não ficarem pelo caminho por eventual perda de rainha! Nesta circunstância, sem ela, não se perderão. Reunirão, durante algum tempo, regressarão de seguida, continuando a ter como guia as especializadas batedoras. No fim do retorno, reagrupam-se imediatamente, pois espera a todas muito trabalho para fazerem, sempre em prol da sobrevivência e garantia da espécie, sob o natural e vital lema “um por todos e todos por um”.

 

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