Revista Jardins

Plantas suculentas

Pela sua diversidade de formas e cores, são o fascínio de tantos colecionadores.

Com a moda da “selva urbana”, as plantas de fácil manutenção são muito populares, é o caso das suculentas.

As plantas suculentas preferem lugares secos e geralmente são nativas de locais áridos ou semiáridos. São espécies que não se desenvolvem em locais desertos, ou seja, regiões sem nenhuma precipitação e onde não é possível as raízes encontrarem águas profundas; também não se adaptam a solos com concentração excessiva de sais, pois inibe a sucção das águas subterrâneas. Estas plantas têm de armazenar reservas hídricas no corpo vegetativo, proteger-se contra a transpiração em excesso, bem como apresentar adaptações para se defenderem de uma evaporação rápida. Estas adaptações podem levar ao aumento da espessura da cutícula e formação de camadas cerosas, assim como à redução, ausência ou alteração das formas que as folhas adquirem para se protegerem de uma evaporação rápida. Tendo presente a noção do perigo de extinção a que algumas espécies estão ameaçadas, algumas das quais chegaram mesmo a desaparecer, a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos

Recursos Naturais (IUCN) listou o nome de várias espécies suculentas na sua Lista Vermelha de espécies ameaçadas visando protege-las no seu habitat natural ou ex situ. Existem suculentas de vários tipos, das que possuem folhas robustas às que fazem as vezes de plantas pendentes. Geralmente apresentam uma grande diversidade de cor das suas folhas − do verde ao rosa e roxo − e algumas dão flor. A maioria das suculentas prefere exposição direta ao sol − caso a luz solar seja reduzida, pode levar ao estiolamento, um processo que faz com que a planta cresça rapidamente, mas de forma desordenada perdendo a sua forma natural. Nestes casos, para minimizar este efeito deve-se colocar a planta, aos poucos, ao sol direto novamente. Outra questão importante na manutenção destas plantas é a rega, que deve ser moderada, ou seja, regar uma vez por semana no verão e uma ou duas vezes por mês no inverno, e é importante não regar as folhas, mas regar apenas o substrato.

Este mês destacamos a coleção de plantas suculentas que se encontra na Estufa Fria do Parque Eduardo VII em Lisboa. Convidamos também o leitor a visitar a 4.a Exposição de Catos, Suculentas e Bromélias, nos dias 2 e 3 de outubro, a decorrer no âmbito da XVIII Festa do Outono no Jardim Botânico da Ajuda.

AEONIUM ARBOREUM (L.) WEBB. & BERTHEL.

FLOR-DE-PEDRA

Família: Crassulaceae
Origem: Marrocos
Porte: Arbusto de 0,4 a 1,5 metro
Breve descrição: Hastes longas, com grandes rosetas de folhas dispostas nas extremidades. Apresenta folhas de 5-9 cm de comprimento com 1,5-3 mm de espessura; as suas inflorescências desenvolvem-se em cachos que despontam do centro das rosetas. As flores, de cor amarelo-dourado, aparecem no verão.

COLLETIA PARADOXA (SPRENG.) ESCAL.

Família: Rhamnaceae
Origem: Uruguai, Argentina e Sul do Brasil
Porte: 1 a 3 metros de altura.
Breve descrição: arbusto rizomatoso, de crescimento lento, adaptado a viver em ambientes áridos. As flores são brancas, hermafroditas, organizadas em grupos de cinco a 12, nos fascículos axilares. Apresentam corola tubular de cor branco-amarelado, pétalas ausentes, com cinco estames perfumado com fragância a amêndoa.

KALANCHOE BLOSSFELDIANA POELLN.

FOLHA-DA-FORTUNA

Família: Crassulaceae
Origem: Madagascar
Porte: Herbácea até 40 centímetros
Breve descrição: Planta perene muito ramificada e compacta, glabra e de caule ereto; as suas folhas são ovaladas, carnosas e denteadas; tem flores de cor vermelha com quatro pétalas agrupadas. Existem cultivares com flores simples ou dobradas, que se caracterizam por diversos tons de vermelho, rosa, laranja, amarelo e creme. As flores aparecem no início do inverno até à primavera. Prefere meia-sombra.

ALOE PLICATILIS (L.) MILL.

ALOÉ-LEQUE

Família: Aloeaceae
Origem: África do Sul (província do Cabo)
Porte: 3-5 metros de altura
Breve descrição: Arbusto ou pequena árvore com caule ramificado várias vezes. O tronco tem casca resistente ao fogo e os ramos bifurcam-se em pares sem eixo principal central. Os ramos apresentam folhas suculentas, oblongas, em forma de língua, dispostas em duas fiadas opostas em forma de leque. As folhas são de cor cinzento-esverdeada, com cerca de 300 mm de comprimento e 40 mm de largura, e têm dentes minúsculos ao longo das margens, que só são percetíveis quando examinados de perto. Produzem uma grande quantidade de flores cor-de-rosa brilhantes, dispostas em cachos solitários com 25 a 30 flores.

Curiosidades

A ilustração mais antiga que se conhece de uma planta suculenta é a da inflorescência de Kalanchoe sp, com data de 1500 a.C., existente no Egipto. Na Europa, as plantas suculentas, eventualmente, foram trazidas da América por Cristóvão Colombo, quando da expansão do caminho marítimo. Terão sido os marinheiros do navio Santa Maria que ofereceram à rainha de Castela catos, juntamente com objetos preciosos de ouro e prata.

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