Com o mínimo de água e o máximo de encanto, as plantas perenes mediterrânicas transformam o jardim num refúgio natural e duradouro – uma ode à adaptação e à estética da secura. Num jardim mediterrânico, a beleza nasce da resiliência. Entre a luz intensa e a parcimónia da rega, as plantas perenes revelam uma harmonia subtil entre força e delicadeza.
Rega mínima e tolerância à seca
Num jardim mediterrânico, a rega é mantida ao mínimo. As plantas escolhidas devem ser tolerantes à seca e conseguem sobreviver sem água durante várias semanas ou até meses. A única rega necessária é para ajudar as plantas novas a estabelecerem-se, antes de desenvolverem raízes suficientemente profundas no solo. Em períodos de seca extrema, pode-se fornecer alguma água adicional, mas a ideia de um jardim mediterrânico é permitir que as plantas sobrevivam sem ajuda suplementar. Isto pode levar à perda de algumas plantas, e outras podem não crescer tanto como cresceriam num jardim mais tradicional, mas o estilo de plantação torna-se mais natural.
Um ecossistema em evolução
Com uma mistura variada de plantas, incluindo bolbos e anuais juntamente com perenes, um jardim mediterrânico comporta-se mais como um ecossistema em evolução que muda com o tempo. As ervas daninhas têm menos probabilidade de se instalar, e as plantas adaptadas às condições prosperam, criando um esquema de plantação muito mais sustentável que não só reduz o uso de água no jardim como também oferece um aspeto muito diferente aos canteiros.
Formas e texturas na composição
Plantas perenes de porte baixo, como a aromática erva-dos-gatos (Nepeta), expandem-se suavemente pelos caminhos, suavizando os contornos rígidos do jardim. Já espécies de fácil propagação por sementes, como a charmosa margacinha (Erigeron karvinskianus) e a vibrante verbena-do-brasil (Verbena bonariensis), preenchem com naturalidade os espaços entre outras plantas, promovendo uma estética espontânea e acolhedora.
Estrutura vertical e dinamismo
Para adicionar verticalidade e movimento, hastes altas de lírio-tocha (Kniphofia) e dedaleira (Digitalis purpurea) surgem como destaques esculturais, trazendo contraste e dinamismo à composição paisagística
1. Acanto
Nome científico: Acanthus mollis L.
Distribuição geral: C e Região Mediterrânica, estando cultivada e naturalizada noutras zonas.
Época de floração: Na primavera e verão, de maio a setembro.
Condições de cultivo: Pleno sol ou meia-sombra. Indiferente ao tipo de solo, desde que bem drenado. Requer pouca manutenção e rega. É bastante resistente a pragas e doenças.
Curiosidades: As folhas de acanto são representadas como um motivo ornamental nos capitéis das colunas coríntias.
Propagação: Propague por divisão ou por estacas de raiz.
Porte: Altura (1 – 1,5 m); Largura (1 – 1,5 m).
2. Milefólio
Nome científico: Achillea millefolium L.
Distribuição geral: Europa, rara na Região Mediterrânica.
Época de floração: Na primavera e verão, de maio a agosto.
Condições de cultivo: Pleno sol ou meia-sombra. Indiferente ao tipo de solo, desde que bem drenado. Requer pouca manutenção e rega. É bastante resistente a pragas e doenças.
Curiosidades: É tradicionalmente usada para estancar hemorragias, tanto externa como internamente, graças às suas propriedades anti-hemorrágicas e adstringentes.
Propagação: Propague por sementeira ou por divisão na primavera.
Porte: Altura (0,5-1 m); Largura (0,1- 0,5 m)
3. Alfinetes
Nome científico: Centranthus ruber L.
Nome comum: Alfinetes.
Distribuição geral: Europa, norte de África, Ásia Menor.
Época de floração: Na primavera e verão, de março a julho.
Condições de cultivo: Pleno sol ou meia-sombra. Indiferente ao tipo de solo, desde que bem drenado. Requer pouca manutenção e rega. É bastante resistente a pragas e doenças.
Curiosidades: Produz pequenas flores agrupadas em cachos densos, geralmente em tons de rosa, vermelho ou branco, que florescem durante grande parte do ano.
Propagação: Propague por sementeira na primavera.
Porte: Altura (0,5-1 m); Largura (0,1-0,5 m).
4. Cardo-globoso
Nome científico: Echinops sp.
Nome comum: Cardo-globoso.
Distribuição geral: Europa.
Época de floração: Na primavera e verão.
Condições de cultivo: Pleno sol ou meia-sombra. Indiferente ao tipo de solo, desde que bem drenado. Requer pouca manutenção e rega. É bastante resistente a pragas e doenças.
Curiosidades: Echinops vem do grego echinos, que significa “ouriço”, numa alusão às inflorescências esféricas e espinhosas da planta, semelhantes a pequenas bolas com picos.
Propagação: Propague por sementeira em canteiro na primavera. Pode também propagar por divisão na primavera ou no outono, ou por estacas de raiz durante o inverno.
Porte: Altura (1-1,5 m); Largura (0,5-1 m).
5. Verbena do brasil
Nome científico: Verbena bonariensis L.
Distribuição geral: Originária de América do Sul, cultivada como ornamental nos dois hemisférios.
Época de floração: Na primavera, verão e outono, de junho a novembro.
Condições de cultivo: Pleno sol. Indiferente ao tipo de solo, desde que bem drenado. Requer pouca manutenção e rega. É bastante resistente a pragas e doenças.
Curiosidades: As suas flores são altamente apreciadas por borboletas, abelhas e outros insetos, tornando-a uma excelente planta para jardins que promovem a biodiversidade.
Propagação: Propague por sementes em vasos do outono ao início da primavera, ou deixe que se autossemeie.
Porte: Altura (1,5-2,5 m); Largura (0,1-0,5 m).
6. Lírio-tocha
Nome científico: knipholia sp.
Distribuição geral: África.
Época de floração: No final do verão e outono.
Condições de cultivo: Pleno sol ou meia-sombra. Indiferente ao tipo de solo, desde que bem drenado. Requer pouca manutenção e rega. É bastante resistente a pragas e doenças.
Curiosidades: Quase todas as plantas conhecidas são originárias de África, mas são cultivadas em jardins temperados por todo o mundo.
Propagação: Propague por divisão de touceiras já estabelecidas no final da primavera ou por separação de rebentos da coroa.
Porte: Altura (0,6-2 m); Largura (0,5-1 m).
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