Saiba como tirar mais partido do seu jardim nesta estação.
Um jardim é a conjugação de todos os elementos que o constituem e da graciosidade com que todos se complementam. Sejam plantas, pavimentos inertes, mobiliário ou artigos de decoração, as escolhas certas podem transformar o seu espaço e torná-lo um espaço confortável e prazeroso.
Neste mês em que o vislumbre da primavera nos atrai para o exterior, damos algumas dicas relacionadas com a potencialização da harmonia do jardim recorrendo à cor e às texturas, fatores que contribuem para a estimulação dos sentidos.
A cor no jardim
A linguagem da cor está presente nas mais básicas ações da nossa vida, sendo que uma paisagem com cor afeta, mais ou menos positivamente a nossa conceção e vivência nela. Da mesma forma que sabemos que o verde nos transmite paz e tranquilidade e que o azul nos transmite confiança, cores como o encarnado, o laranja ou o amarelo induzem-nos a estados de felicidade, excitação e contentamento. Estes princípios podem ser aplicados no desenho do jardim de diferentes formas: conjugando cores “quentes com cores frias”, brincando com a uniformidade/contraste e cores neutras e criando padrões de cor.
A conjugação de cores quentes com cores frias é um princípio útil perante o planeamento de um pequeno jardim, pois poderá alterar a perceção da profundidade do espaço, dando uma perspetiva ilusória da escala. As cores quentes como o encarnado, o laranja e o amarelo, ao cativarem o olhar criando um ponto focal, se forem colocadas em primeiro plano, seguidas de plantas com tons mais frios (roxo, lilás, azul e verdes), atribuirão a ilusão de profundidade ao espaço. Neste caso, podem aplicar-se plantas de flor numa primeira linha como: dipladénias, bidens, gazânias, verbenas, petúnias ou santolinas e, num segundo nível, plantas de folhas verdes mais claras e/ou florações brancas, roxas ou azuladas como, por exemplo, diosmas, alfazemas, salvas ou plumbagos. Por sua vez, cores brilhantes e chamativas parecem sempre estar mais próximas do que na realidade estão, pelo que, usadas à distância (não em primeiro plano), destacar-se-ão no jardim e darão a ilusão de que o espaço é menor e mais íntimo.
Outra teoria aplicada é da criação de manchas de cor utilizando uniformidade e/ou contraste de tons. A junção de duas cores quentes em mancha dará a sensação de unidade enquanto que a conjugação de cores quentes com cores frias que se conjugam harmonicamente também poderá dar uma sensação de complementação; Por exemplo, laranja e roxo acabam por intensificar-se mutuamente e funcionar como um par criando manchas ou canteiros harmoniosos. A utilização de cores neutras como “intermediárias” destes binários de cor nem sempre é fácil, mas permite articular manchas de cores justapostas.
A combinação de cores mais fortes com branco, cinza e prata e alguns tons de castanho destacará áreas criando pontos focais e tornando os espaços mais vivos e frescos!
É possível ter cor a mais?
O truque para a criação de um jardim harmonioso está na conjugação subtil, mas complementar dos diferentes tons e não na quantidade que se aplica. A melhor forma de prevenir um caos de cor (no caso de um espaço de grandes dimensões) é criar padrões não só com cor mas com texturas e formas.
Apesar de a cor atribuir ao espaço personalidade e carácter, a escolha de plantas não pode exclusivamente considerar esta característica. A escolha das colorações deve complementar a escolha das plantas de acordo com as características do local, o solo, a exposição solar, as proporções do espaço e, claro, os objetivos finais do uso do espaço.
Leia também “A vegetação como elemento arquitetónico”.
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