Revista Jardins

Psila-da-Tipuana

 

Esta é uma praga que provoca o aparecimento de cloroses amareladas nas folhas, queda das folhas e aparecimento de meladas que podem tornar-se um incómodo nos ambientes urbanos.

 

A psila-da-tipuana (Platycorypha nigrivirga) é uma espécie que se encontra referenciada em Portugal desde 2009, tratando-se de uma praga picadora-sugadora da tipuana.

 

Morfologia

Estado adulto: Os imagos medem entre 3 e 4 mm de comprimento, sendo a fêmea ligeiramente maior que o macho; A cabeça apresenta uma faixa transversal preta, e as antenas filiformes são castanho-claras, escurecendo gradualmente até o ápice; Os adultos do psilídeo possuem coloração que varia do verde ao castanho-amarelado e vértice com uma faixa transversal castanho-escuro ao preto. A margem anterior do pronoto varia de castanho escuro a preta e o mesonoto apresenta sete faixas longitudinais no mesmo tom; As pernas são em geral verdes ou amarelas e com o último segmento do tarso castanho; As asas anteriores são transparentes com nervuras evidentes de cor castanha e células apicais com pequenas manchas triangulares também castanhas.

 

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Postura

Os ovos são fusiformes e medem longitudinalmente entre 0,7 e 0,8 mm; Nas posturas mais recentes, os ovos são esbranquiçados, brilhantes e ligeiramente viscosos, passando posteriormente a amarelados.

Ninfa: As ninfas desenvolvem-se em cinco instares (L1 a L5); O corpo das ninfas neonatas (L1), com menos de 1 mm de comprimento, é achatado dorsalmente e, geralmente, apresenta coloração que varia do verde ao amarelo e algumas vezes pode apresentar manchas escuras; No segundo instar ninfal, surgem os primórdios das asas. O tórax apresenta cinco manchas arredondadas, duas triangulares e quatro alongadas, todas elas negras. Na superfície dorsal do abdómem são visíveis quatro faixas transversais de coloração preta, interrompidas no meio. O tegumento vai-se depois esclerotizando; As ninfas de L3 exibem os primórdios das asas sobrepostos e, dorsalmente, o ápice do abdómen adquire tonalidade amarelada. As faixas transversais do abdómen vão-se tornando mais delgadas e mais definidas relativamente ao amarelado do corpo; Em L4, as ninfas readquirem o tom escuro do ápice abdominal; No final do desenvolvimento, em L5, as ninfas apresentam as manchas torácicas e as faixas abdominais bem definidas, assim como a individualização do abdómen relativamente ao tórax se torna notória.

 

Armadilhas cromotrópicas

 

Ciclo biológico

A espécie é multivoltina, ou seja, apresenta várias gerações anuais. O período de atividade da espécie ocorre entre o final do inverno ou início da primavera até ao final do verão. No final da primavera até meados do verão, a elevada dinâmica populacional de P. nigrivirga origina diversas gerações sobrepostas. Após a cópula, a fêmea inicia as posturas, pondo ovos na página inferior das folhas do hospedeiro.

O desenvolvimento do embrião no interior do ovo é rápido, culminando com a eclosão das ninfas. As ninfas desenvolvem-se em cinco instares, alimentando-se de seiva sugada no floema das folhas e dos rebentos jovens da tipuana. Parece existir alguma propensão para os instares ninfais mais novos se encontrarem nas folhas e os instares mais avançados abrigados e alimentando-se mais nos pedúnculos das folhas e ramos mais tenros do hospedeiro. Os psilídeos, enquanto insetos sugadores de floema, utilizam um sistema de filtração altamente eficiente que concentra os nutrientes, retirando o excesso de água. Desta forma, o excesso de líquido sugado é eliminado pelo ânus em forma de gotículas açucaradas. Parte destas secreções acumula-se sobre as folhas, favorecendo o aparecimento de fumagina, dificultando a fotossíntese e a respiração da planta. A ninfa L5 dá origem a um imago, maduro, alado e com capacidade de reprodução, reiniciando o ciclo de vida da espécie.

O desenvolvimento das populações estivais é afetado negativamente pelas temperaturas muito elevadas. O ciclo de vida dura aproximadamente um mês em climas temperados, nos quais se verifique temperatura média de 18 oC e humidade relativa na ordem dos 70%.

 

Sintomatologia

 

Fatores de risco

 

Danos

A alimentação das ninfas e dos adultos inflige estragos diretos na folhagem, provocando o seu amarelecimento, sendo que acaba por cair;

Os ataques da praga afetam o crescimento vegetativo e conduzem a uma desvalorização estética do hospedeiro;

A produção de meladas é considerada um importante incómodo no meio urbano não só devido ao aspeto conspurcado que confere aos passeios, mas também aos veículos estacionados sob exemplares arbóreos infestados.

 

Medidas de controlo

Não existem no mercado produtos fitofarmacêuticos homologados para a presente finalidade, embora, por exemplo, em Espanha, o controlo seja efetuado com inseticida, através de injeções no tronco.

 

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