Revista Jardins

Schizophyllum commune

Schizophyllum commune

 

A espécie Schizophyllum commune é um fungo que coloniza mais de 150 géneros de plantas arbóreas, desde espécies florestais a fruteiras e a ornamentais.

Paralelamente, o fungo consegue desenvolver-se no interior do corpo humano, criando diversas patologias, de acordo com o descrito na edição anterior.

 

Identificação e sintomatologia

O basidiomicete apresenta carpóforos semicirculares em forma de leque, com pé incipiente quase sésseis, fixados lateralmente no hospedeiro e que se desenvolvem agrupados, em forma de prateleira, podendo variar entre 1-4 cm de diâmetro e até 0,3-1 cm de espessura.

Os corpos das frutificações apresentam consistência esponjosa a rígida, com a face superior irregular, aplanada assemelhando-se a uma concha, de coloração branca, por vezes com tonalidade rosa a roxa, coberta por densa pilosidade hirsuta. A margem é relativamente fina, arredondada, apresentando por vezes recortes.

O himenóforo exibe falsas lâminas fendidas longitudinalmente, dispostas radialmente a partir do ponto de inserção e de coloração castanho-rosado. Os esporos microscópicos são esbranquiçados, cilíndricos a elipsoidais e lisos, medindo 4 a 6 x 1,5 a 2,5 μm. Observam-se carpóforos no tronco e nos ramos principais durante praticamente todo o ano.

O fungo encontra-se associado à produção de podridão branca.

 

Veja o vídeo:

Podas de outono: Árvores

 

Ciclo biológico

A colonização inicia-se através da entrada dos basidiósporos em lesões de ordem diversa existentes nas zonas mais elevadas do hospedeiro, geralmente no tronco e nos ramos mais baixos.

Os esporos são responsáveis pela infeção do lenho degradado, que ocorre quando as condições atmosféricas são favoráveis.

A germinação dos esporos leva à formação de um conjunto de hifas, denominado micélio, cuja fusão de hifas de diferentes micélios permite a formação de um novo micélio com dois núcleos.

Quando as condições são adequadas, verificando-se humidade elevada e temperatura entre os 30oC e os 35oC, este micélio dá origem a um corpo frutífero (carpóforo).

Os carpóforos, que, não sendo perenes, emergem anualmente no lenho contaminado, observando-se a sua presença em zonas mais elevadas da árvore e durante quase todo o ano, devido à sua capacidade de desidratar em condições de seca prolongada e de posterior reidratação em condições de humidade.

Os basídios formados nos carpóforos rapidamente produzem esporos.

frutífero, as falsas lâminas reabrem, ficando as superfícies produtoras de esporos expostas ao ar e os basidiósporos libertados na atmosfera, reiniciando assim um novo ciclo da doença ao infetar um novo hospedeiro com tecidos vegetais expostos.

Em laboratório o fungo pode completar o ciclo de vida em aproximadamente dez dias. O fungo comporta-se principalmente como saprófita, desenvolvendo-se em árvores, ainda que vivas, como lenho necrosado.

 

Fatores de risco

Presença de feridas no tronco e nos ramos dos hospedeiros, causadas sobretudo por escaldões solares, podas, geadas, entre lesões de outras origens.

 

Danos

Além de podridões causadas nas espécie vegetais que coloniza, o fungo, em micologia médica, está associado a sinusites e a outros episódios alérgicos bronco pulmonares. Também em animais de companhia, nomeadamente cães, os episódios relatados são diversos.

 

Medidas de controlo

Manter o hospedeiro nas melhores condições de vitalidade possíveis e prevenir o aparecimento de grandes áreas debilitadas, por exemplo, lesões que tendem a ser colonizadas por esta espécie de fungo.

Evitar a realização de podas em simultâneo com a época de maior concentração de esporos na atmosfera.

Por motivos de risco de rutura, geralmente só é necessária a remoção de ramos muito debilitados e amplamente atacados pelo fungo.

 

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