Revista Jardins

Sumagre

BILHETE DE IDENTIDADE

Nome científico: Rhus coriaria L.
Nome vulgar: Sumagre.
Porte: Arbusto.
Origem: Mediterrâneo oriental (sul da Europa, oeste da Ásia).
Família: Anacardiaceae.
Morada: Terras secas da costa sul da ilha da Madeira.

O sumagre (Rhus coriaria) é um arbusto nativo duma vasta região nas margens do Mediterrâneo oriental, que deve ter sido introduzido, no século XV, na Madeira, onde se aclimatou muito bem. Gaspar Frutuoso (1522-1591), no capítulo XIX do Livro Segundo das Saudades da Terra, escreveu que “ha nesta Ilha da Madeira muito sumagre, que serve para curtir couro (…). E este sumagre se planta em covas pequenas, como quem planta rosas e vinhas (…); colhe-se cada anno cortando-se rente com a terra, para não secar a soca delle, e poder tornar a arrebentar, por ser planta que dura muitos anos na terra: he novidade de muito proveito, porque multiplica tanto que se enchem delle os campos (…) e apanhada a rama, que he o dito sumagre, se deita ao Sol, e seca se moe em engenho d’agoa (…) e se faz em poo, e moído o carregão para diversas partes em sacas e pipas”.

UTILIZAÇÃO

No século XVI, já a Madeira exportava grandes quantidades de sumagre para as Canárias. José Silvestre Ribeiro, governador civil da Madeira entre 1846 e 1852, proibiu o “uso da casca do Vinhático e de Aderno para o curtume de peles” e mandou castigar quem matasse “uma árvore preciosa para lhe tirar uma substância que aliás pode dispensar, recorrendo ao Sumagre”.

FOLHAS, FLORES E FRUTOS

Este arbusto caducifólio, que atinge três metros de altura, tem folhas pinadas, pubescentes, com margens serrilhadas. As flores branco esverdeadas surgem na primavera, agrupadas em inflorescências densas pouco vistosas. Os cachos de pequenos frutos ficam maduros nos finais do verão e no início do outono, assumindo uma tonalidade acastanhada. O sumagre deixou de ser cultivado na Madeira há muitos anos. Presentemente é uma espécie naturalizada, que podemos observar nos terrenos pedregosos e soalheiros do Pináculo, do Caniço, do Cabo Girão ou nas arribas do Paul do Mar.

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