Revista Jardins

Tradições de Natal

 

Que continuam a acompanhar-nos no século XXI.

Algumas das mais famosas tradições de Natal que se celebram por todo o mundo são de origem Germânica. Entre elas, destacam-se a arte de decorar a árvore de Natal, a imagem moderna do Pai Natal, o calendário do Advento e os mercados de Natal.

Foi na década de 1860 que o caricaturista e cartoonista alemão Thomas Nast (1840-1902) criou a imagem moderna do Pai Natal com as suas roupas encarnadas e cinto preto. Posteriormente, estas ilustrações foram publicadas na revista americana Harper’s Weekly e, mais tarde, juntamente com o escritor americano Clement Clarke Moore (1779-1963), foram publicadas em livro e passaram a ser o encanto das crianças com a imagem alegre do Pai Natal.

A história dos mercados de Natal terá surgido no final da Idade Média, na parte de língua alemã da Europa e em muitas regiões do antigo Sacro Império Romano-Germânico (que inclui regiões do leste da França e da Suíça). Acredita-se que o primeiro mercado tenha surgido em 1310 na cidade de Munique, seguido do de Bautzen, em 1384, e do de Frankfurt, em 1393. Posteriormente, esta tradição viria a ser replicada em todo o mundo. São mercados de rua, associados à celebração do Natal, abertos durante as quatro semanas do Advento.

Em Portugal também podemos festejar esta quadra natalícia nos vários mercados espalhados por todo o País. Referimos alguns emblemáticos como: Alenquer, com o seu presépio de Portugal; a Vila Natal de Óbidos; Porto Christmas Village; o Mercado de Natal World of Wine, em Vila Nova de Gaia; em Lisboa o mercado EDP Planeta Zero & Pinheiro Bombeiro, o Wonderland Lisboa no Parque Eduardo VII, o Rossio Christmas Market e o Cascais Christmas Village no Parque Marechal Carmona, mas muitos outros mercados transformam-se numa verdadeira vila Natal, com cenários pensados para encantar todos os que o visitam. Nestes mercados podemos encontrar artesanato, plantas, diversos tipos de presentes, diversões e gastronomia alusiva à época natalícia.

Este mês, o nosso destaque vai para as plantas cujos frutos estão presentes nesta quadra.

CASTANEA SATIVA MILL.

(Castanheiro)

Árvore caducifólia de tronco cinzento-claro e brilhante, fendido em placas verticais. As suas folhas apresentam se em forma de ferro de lança com 10-25 cm. O seu fruto é a castanha que se encontram em grupos de 2-4 no interior de uma cúpula espinhosa “tipo ouriço”, a castanha apresenta-se madura em novembro. Árvore originária da Anatolia e da Turquia.
Família: Fagaceae
Altura: Até 30 m
Propagação: Semente ou por estaca.
Época de plantação: Qualquer altura do ano. 
Condições de cultivo: Sol, solos arenosos e profundos.
Manutenção e curiosidades: Não requer grandes cuidados de manutenção, apenas remoção dos ramos, folhas e flores secas. A sua madeira é de alta qualidade, e o seu fruto é comestível a castanha.

FICUS CARICA L.

(Figueira-comum, figueira-de-Portugal)

A figueira-comum, também designada como figueira-da-europa e figueira-de-Portugal, é uma árvore caduca, originária da região do Mediterrâneo. Possui ramos frágeis e folhas recortadas, com cinco a sete lóbulos. Há registos que referem ter sido umas das primeiras plantas cultivadas pelo homem. O seu fruto, o figo comestível, apresenta uma estrutura carnuda e suculenta, com uma coloração branco-amarelada que vai até ao roxo, é um alimento muito rico em açúcar.
Família: Moraceae
Altura: Até 8 metros de altura e com ramos todos retorcidos.
Propagação: estaca e alporquia.

Época de plantação: primavera ou outono.
Condições de cultivo: Tal como a maioria das espécies fruteiras, prefere exposição ao sol, solos fundos, frescos, férteis e bem drenados.
Manutenção e curiosidades: As figueiras não requerem grandes cuidados de manutenção, e não são muito exigentes quanto à natureza do solo, no entanto se este for rico em matéria orgânica o seu desenvolvimento será mais rápido. Uma poda no final do inverno pode ser feita para estimular a fruticação no verão.

JUGLANS REGIA L.

(Nogueira)

Árvore caducifólia, de grande porte, oriunda da Grécia e Península Balcânica. O seu ritidoma enquanto jovem apresenta uma cor castanho-esverdeada, de textura lisa, dando lugar como passar dos anos a uma tonalidade mais acinzentada de textura fendida. As suas folhas de cor verde, são alternas, imparifolioladas, com 5 a 9 folíolos elíptico-obovados. Possuem flores masculinas e femininas. As masculinas dispõem-se em amentilhos pendentes em ramos do ano anterior, enquanto as femininas se dispõem em amentilhos axilares de ramos formados no presente ano. São árvores valiosas, não apenas pela sua beleza, mas pelos seus variados usos, com a nogueira nada se desperdiça. O seu fruto é comestível e apresenta um elevado valor nutritivo; as suas folhas apresentam propriedades medicinais; a sua madeira é considerada um produto nobre; e as suas raízes são utilizadas como revestimento em carros de luxo.
Família: Juglandaceae
Altura: mais de 10 metros.
Propagação: sementes, alporquia, enxertia.
Época de plantação: primavera ou outono.  
Condições de cultivo: Não tolera bem climas frios. Deverá ser plantada em locais abertos (devido ao seu grande porte), em sol pleno, abrigadas de ventos fortes, em solo profundo
e bem drenado.
Manutenção e curiosidades: Os cuidados a ter com a nogueira são sobretudo aquando do seu estabelecimento. Para que se desenvolva bem uma boa manutenção nos primeiros anos é fundamental. Quando adulta não necessita de cuidados especiais. A nogueira não gosta de ser podada, desta forma o ideal é plantá-la num um espaçoso, aberto, de forma a permitir que se desenvolva de forma mais natural possível. Apenas devem ser removidos os ramos de morta e galhos que crescem para dentro.

PUNICA GRANATUM L.

(Romãzeira-de-jardim)

Arbusto caduco originário do SE da Europa até ao Himalaia. Carateriza-se pela flor encarnada/laranja que ocorre de maio a junho, e pelo seu fruto comestível, a romã. É muito utilizado como ornamental nos jardins principalmente as suas cultivares, como por exemplo: Punica granatum cv. “Alboplena” (flor cor branca); Punica granatum cv. “Flore Pleno Rubro” (flores dobradas de cor encarnada/ laranja); Punica granatum cv. “Legrelleae” (flores dobradas listadas de cor encarnada e branca).
Família: Lythraceae
Altura: até 4 metros.
Propagação: por semente.
Condições de cultivo: Prefere sol, solo profundo e fértil. Suporta a exposição a ventos e ao ar do mar. Manutenção e curiosidades: Deve ser regada nos primeiros anos quando o solo está muito seco e deve-se fazer uma adubação anual na primavera.

PHOENIX DACTYLIFERA L.

(Tamareira, palmeira-das-igrejas)

Palmeira dioica (existem plantas masculinas e plantas femininas), originária das zonas áridas do norte de África e do médio Oriente, a tamareira (Phoenix dactylifera), juntamente com o coqueiro (Coco nucifera), constituem as espécies de palmeiras mais plantadas a nível mundial. A tamareira é uma palmeira perenifólia, até 35 m de altura e com um espique com diâmetro até 50 cm. Folhas pinadas (3 a 5 m de comprimento), espinhosas, compostas por folíolos (10 a 80 cm de comprimento), de cor glauca. O fruto é a tâmara, uma drupa, inicialmente de cor verde, mas que se torna colorido de amarelo, ou vermelho, conforme a variedade e maturidade.
Família: Arecaceae
Altura: até 35 metros.
Propagação: semente.

Época de plantação: preferencialmente no verão (maio a agosto).
Condições de cultivo: Para produção de fruto requer um clima quente, seco e ensolarado, no entanto, se for para uso ornamental um clima temperado ensolarado e excesso de água, é suficiente. 
Manutenção e curiosidades: Por ser uma espécie de crescimento lento – 80 a 100 anos para produzir os primeiros frutos – existe um ditado, de origem árabe, que diz “Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras”. Hoje em dia, com as técnicas de produção modernas o tempo da primeira frutificação é muito mais reduzido. As tâmaras são um dos frutos mais utilizados no mundo, constituindo a base da alimentação dos povos das regiões de onde é originária a tamareira. Dependendo do seu estado de maturação, o fruto recebe nomes específicos para os definir: khalal (quando passa de verde a amarela, ainda com alto teor de humidade); rutab (quando está madura e a polpa inicia o seu processo de amolecimento) etamar (quando curada, apresentando um baixo teor humidade).

PINUS PINEA L.

(Pinheiro-manso)

Árvore perenifólia de grande porte, autóctone de Portugal continental. Tronco direito, de cor cinzento-escuro, muito gretada. Folhas aciculares, agrupadas em pares, com 10-20 cm. Fruto são pinhas – solitárias ou em grupos de 2 ou 3 – que possuem uma semente comestível, o pinhão. As pinhas amadurecem ao fim de 3 anos, e libertam os pinhões na primavera do quarto ano.
Família: Pinaceae
Altura: até 30 m.
Propagação: semente.
Época de plantação: primavera e outono.
Condições de cultivo: sol ou meia-sombra, sem geada, em solos profundos e arenosos.
Manutenção e curiosidades: Espécie de crescimento lento. Inicia a sua frutificação ao fim de 8-10 anos. O epíteto específico, pinea, significa pinha em latim, uma alusão aos pinhões comestíveis. O número de agulhas é uma forma interessante de distinguir diferentes espécies de pinheiro: grupos de 2 agulhas (Pinus pinea, P.pinaster, P. halepensis, P. nigra, P. sylvestris); grupos de 3 agulhas (P. canariensis, P. radiata) e grupos de 5 agulhas (P.cembra, P. strobus). Possuí propriedades medicinais, sendo utilizado como balsâmico para curar doenças respiratórias.

 

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