Indispensável na horta e na mesa, pois é muito versátil. É utilizada em entradas, pratos principais, acompanhamentos e sobremesas.
A abóbora pertence à família botânica das Cucurbitáceas, género Cucurbita. Este inclui cinco espécies domesticadas:
Abóbora-menina (Cucurbita maxima) − exemplos de variedades tradicionais (v.t.) − “Monteluz”, “Sonho”
Abóbora-gila ou chila (C. ficifolia) − exemplos de v.t.: Borbela
Abóbora-almiscarada (C. moschata) − exemplos de v.t.: flávia, famoesa
Abóbora-porqueira e Aboborinhas: Medula, cocozelle, zucchini ou courgette, concha ou alcachofra-de-jerusalém, bolota, pescoço-torto e pescoço-direito (todas estas cultivares pertencem à espécie C. pepo)
Abóboras-mexicanas (C. argyrosperma)
As abóboras são ricas em vitamina A, C, sais minerais e oligoelementos, sendo muito versáteis em termos de utilização culinária (em sopas, soufflés, doces, tartes, bolos, gratinadas, em puré, recheadas no forno, salteadas, fritas em polme, estufadas, raladas em cru, etc.). Também se comem as flores masculinas (as que não dão fruto) em omeleta, recheadas, etc.
Sementeira e/ou plantação
As abóboras precisam de sol, calor e de um solo rico em matéria orgânica e com bom poder de retenção da humidade e, simultaneamente, boa drenagem. Aplicar duas pazadas de composto ou de estrume bem curtido ou 300 g de vermicomposto por covacho. Para melhorar a retenção de humidade, pode fazer-se uma cobertura do solo com palha e/ou erva cortada, fetos, etc. junto às plantas já instaladas antes do desenvolvimento dos caules rasteiros.
Deverão semear-se:
Em local definitivo, no fim da primavera (no norte, de abril a junho; no Algarve, em abril-maio), a 2 cm de profundidade em solos pesados ou 5 cm em solos arenosos. Semeia-se 2-3 sementes por covacho, que se desbastam logo após a emergência, deixando 1-2 por covacho (no caso das cultivares híbridas, semeia-se apenas um por covacho).
O compasso varia com a cultivar, podendo variar de 2-3 metros na entrelinha e 50-150 cm na linha. Compassos mais estreitos permitem melhor cobertura do solo, facilitando o combate a infestantes, mas uma densidade elevada reduz o número de frutos vingados.
Em local protegido, em vasos biodegradáveis (para evitar a perturbação das raízes aquando da plantação), no início da primavera. Germinam com temperaturas superiores a 15 ºC, passados cinco a dez dias. Transplantam-se para o local definitivo antes de terem 5-6 folhas.
Consociações favoráveis
As abóboras são oriundas do continente americano e eram, tradicionalmente, cultivadas em consociação com o milho e o feijão. Esta consociação é recomendável, trazendo benefícios às três culturas, sendo que a abóbora cobre o solo, evitando o aparecimento de infestantes e retém a humidade; o feijão fixa azoto no solo, utilizado pela abóbora e o milho; o milho serve de tutor para os feijoeiros.
Para este efeito, semeia-se primeiro o milho e quando este atinge os 15 cm semeia-se ou planta-se à sua volta o feijão alternado com abóbora.
Outras plantas benéficas em consociação: Chagas (atraem os insetos polinizadores), rabanetes (semeados com a abóbora, ficam prontos ainda antes de as abóboras recobrirem o solo com as suas folhas).
Cuidados culturais
Deve assegurar-se uma boa rega ao longo do ciclo cultural, sendo especialmente sensível à falta de água nas fases de floração e de vingamento dos frutos. A falta de água nestas fases leva à podridão da extremidade floral e ao não vingamento do fruto. Deve regar-se em profundidade e, depois, regar quando o solo ficar seco nos primeiros 10-20 cm. A rega gota a gota evita a alternância de secura/excesso de água e permite também poupar água.
Podar a seguir às duas primeiras folhas verdadeiras, para suscitar o desenvolvimento de braços secundários; faz acelerar o aparecimento dos frutos. Em algumas variedades, os ramos principais enraízam, podendo ser útil mergulhá-los no solo, para esse efeito.
Regar regularmente com chorume de urtiga diluído até 20% até à formação dos frutos. Podar duas folhas a seguir a cada fruto formado.
Se não dispuser de muito espaço, pode orientar as aboboreiras na vertical, por meio de latadas, tripés de canas ou outras estruturas de suporte, assegurando, no entanto, no caso das espécies com frutos de maior porte, que estes ficam apoiados (ex.: rede de suporte).
Colheita e conservação
As aboborinhas de verão devem ser colhidas quando os frutos têm um tamanho pequeno ou moderado e a casca é penetrada com facilidade com a unha do dedo polegar. A colheita regular encoraja a planta a produzir novos frutos.
As abóboras e aboborinhas de inverno devem ser colhidas quando a casca é suficientemente espessa para não ser penetrada pela unha. Se forem deixadas uns dez dias ao sol a “curar”, a casca fica mais dura e conservam-se mais tempo.
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