Revista Jardins

Afídeos e cochonilhas

Saissetia oleae – Cochonilha-negra

Saissetia oleae – Cochonilha-negra

 

Conheça as principais pragas das fruteiras agora na primavera e saiba como atuar.

 

Os afídios, ou pulgões, a par das cochonilhas, são talvez os dois grupos de pragas mais relevantes ao nível das espécies fruteiras, o que se deve ao enorme leque de espécies de insetos que cada um destes grupos agrega e, por conseguinte, à quantidade de hospedeiros atacados, destacando-se as pomóideas, as prunóideas, os citrinos, mas também a oliveira, a nogueira, entre outras.

 

Afídeos

Os afídios são um grupo de insetos que se caracteriza pela sua vasta gama de hospedeiros, de entre os quais se destacam os seguintes: Ameixoeiras, Cerejeiras, Citrinos, Macieiras, Pereiras, Pessegueiros, entre outras.

Os ataques dos insetos adultos caracterizam-se pela presença de colónias de insetos no tronco e/ou nos ramos, na página inferior das folhas em geral. A deformação das folhas, nomeadamente o enrolamento das margens, sintoma tão característico dos ataques destas pragas, ocorre durante a primavera, verão e outono, sendo a queda prematura das folhas um sintoma associado.

A digestão destas pragas faz com que ocorram as típicas secreções melosas (com fumagina associada) presentes durante a primavera, verão e outono.

 

Myzus persicae – Afídio-verde-do-pessegueiro

 

Danos

Ao nível da produção em fruteiras, os pulgões ao deformarem as folhas e originarem a sua queda prematura, têm influência sobretudo na taxa fotossintética e no equilíbrio energético das plantas, reduzindo desta forma a produção das mesmas. Note-se que os danos mais significativos ocorrem em plantas jovens e/ou em folhas jovens.

Controlo

Como forma de prevenir o aparecimento destas pragas, deve-se evitar e realização de podas severas, evitar adubações azotadas em exagero, selecionar várias espécies para plantar e criar condições para fauna auxiliar, nomeadamente joaninhas, sendo que esta se assume como uma forte predadora de afídios.

Na presença de ataques de pulgões, devem ser efetuadas pulverizações com detergente e água (intensidade média a baixa). Em situações nas quais os ataques são fortes, é preferível recorrer a inseticidas homologados, nomeadamente à base de óleo de verão. Estas intervenções deverão ser repetidas ao longo do período de ataque.

 

Conheça algumas plantas que controlam pragas

 

Cochonilhas

O grupo de pragas a que vulgarmente chamamos cochonilhas reúne na verdade uma quantidade de espécies bastante considerável e de aspeto bastante distinto. Entre as espécies mais suscetíveis, identificam-se a título de exemplo as macieiras, as pereiras, as nogueiras, as cerejeiras, os loureiros, a oliveira, o damasqueiro, os citrinos, entre outras. De formas e tonalidades diferentes, apresentam em comum o facto de possuírem um tegumento endurecido e alimentarem-se dos sucos das plantas.

 

Planococcus citri – Cochonilha-algodão dos citrinos

 

Na cochonilha-pinta-vermelha, a fêmea é mais larga que comprida, amarela mudando para castanho/encarnado. Com os ovos no seu interior, adquire forma arredondada, coberta por uma capa endurecida que a protege.

As fêmeas da cochonilha-vírgula possuem escudos alongados de cor castanha. Preferem locais sombrios, atacando a página inferior das folhas. Devido ao aparelho bucal picador-sugador destas cochonilhas, as plantas atacadas ficam cloróticas, surgindo a produção de meladas, com a consequente fumagina. Ocorre a formação de superfícies esverdeadas nos frutos, levando à sua depreciação.

A fêmea da cochonilha-algodão apresenta forma oval, com o corpo envolto numa camada cerosa de cor branca, protegendo o tegumento de cor rosada. Esta cochonilha possui mobilidade ao contrário de outras. Uma característica típica desta praga são as secreções brancas nas quais deposita os ovos. Ocorrem cloroses e necroses nas folhas. Durante a alimentação, segregam meladas que propiciam a formação de fumagina, originando uma diminuição da fotossíntese. Ocorre também nos frutos, causando perda de valor de mercado.

A cochonilha-de-são-josé apresenta fêmeas adultas desprovidas de patas e possui o corpo aplainado ligado à superfície da planta, escondendo-se atrás de um escudo circular de cor cinza-escura e aproximadamente 2 mm de diâmetro. O macho é alado.

 

Hyalopterus pruni – Piolho farinhento

 

Danos

Ocorrem cloroses e necroses nas folhas, originando uma diminuição da fotossíntese e nos frutos, levando à sua depreciação e redução da produção. Note-se que os danos mais significativos ocorrem em plantas jovens e/ou em folhas jovens.

 

Controlo

É aconselhável evitar as fertilizações azotadas. A utilização de inseticidas homologados, sendo que a variedade de produtos é grande, é uma hipótese a considerar. A altura ideal para a realização da intervenção deve ser avaliada através das observações das eclosões, sendo que se verifica a presença de escamas brancas, correspondendo a ovos já vazios. O tratamento deve ser dirigido às formas larvares jovens, após o fim do período das eclosões, normalmente na segunda metade do verão.

 

Como tratar as principais pragas das fruteiras: afídeos e cochonilha

 

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