Revista Jardins

Conheça a Couve Negra da Toscana

couve negra da toscana

A couve negra da Toscana é rica em nutrientes que a tornam num alimento antioxidante, que protege contra o cancro e que favorece o bom funcionamento do intestino. Esta prima da kale é, por isso, ideal para uma dieta detox.

Conheça melhor esta hortícola e aprenda a cultivá-la.

Apresentação

Nomes Comuns Couve-de-toscana, couve-negra-de-toscana, couve-dinossauro, couve-palmeira, palmeira-negra-de-toscana.

Nome científico Brassica oleracea, grupo das Acéfala.

Origem Itália (costa mediterrânica).

Família Crucíferas ou Brássicas

Características Pode crescer até aos 60-100 cm, folha estreita, enrugada, verde-escura. O sabor é ligeiramente apimentado. Fecundação/polinização As flores são brancas, hermafroditas, autoférteis e na sua maioria polinizadas por abelhas.

Factos históricos A origem é variada, encontrando-se formas silvestres na Dinamarca, Grécia, mas sempre em zonas costeiras. Já era conhecida dos egípcios desde 2500 a.C., sendo cultivada e consumida pelos gregos no século IV a.C. Era utilizada a nível medicinal, para facilitar a digestão e eliminar a embriaguês. A couve-negra-de-toscana tem origem em Itália, onde é muito popular, foi adotada pelos ingleses (desde 1800). Devido ao seu valor nutricional, tornou-se popular nos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia.

Ciclo biológico Planta bienal (5-8 meses), pode durar até dois anos em climas frios, espigando depois.

Variedades mais cultivadas Existem outras variedades de couves de folhas (do tipo kale), semelhantes: chidori-vermelha, spigarielo-liscia, branca-darússia, escocesa-azul, Dwarf German Kale, Marrow Stem, Pentland Brig, Tall Green Curled.

Parte comestível/utilizada Folhas e inflorescências.

Condições ambientais

Solo Prefere solos de textura média, arenosa, soltos, profundos frescos, ricos em húmus e bem drenados. O pH deve ser de 6,5-7,5.

Zona Climática Zona mediterrânica e temperada. Tolera bem as brisas marítimas.

Temperaturas ótimas 15-20oC

Temperatura crítica mínima -13oC

Temperatura crítica máxima 35oC

Temperatura do solo (germinação) 10-30oC

Zero da vegetação -9oC

Exposição solar Pleno sol.

Humidade relativa Elevada

Fertilização

Adubação Aplicação de estrume de ovelha e vaca, bem decompostos. É uma planta que aproveita bem os estrumes de curral, compostos caseiros e os resíduos sólidos urbanos bem decompostos e os adubos feitos com restos de peixe. Antigamente a cal em pó era utilizada como um grande estimulador do desenvolvimento e do crescimento. Em terrenos ácidos deve-se juntar cálcio ao composto, Lithothame (algas) e cinzas.

Adubo verde Azevém, luzerna, trevo-branco, Medicago lupulina e favarola.

Exigências nutritivas 2:1:3 (azoto: fósforo: potássio)

Técnicas de cultivo

Preparação do solo Pode utilizar-se um escarifi cador de bico curvo de ponta dupla, para uma lavoura profunda, fragmentar os torrões e destruir as ervas daninhas. No terreno, podem ser feitos camalhões com 1-1,25 m de largura.

Data de plantação/sementeira Quase todo o ano, embora recomende setembro-outubro.

Tipo de plantação/sementeira Em tabuleiros de sementeira em alfobre.

Germinação 4-7 dias com temperaturas entre 20-30oC.

Faculdade germinativa (anos) 4 anos.

Profundidade 0,5-1 cm.

Compasso 60-70 entrelinhas x 50-60cm entre plantas na linha.

Transplantação 6-7 semanas depois da sementeira ou quando tiverem 5-10 cm de altura com 4-6 folhas (antes ou durante o mês de novembro).

Consociações Cenoura, alface, cebola, batata, espinafre, tomilho, acelga, hortelã-pimenta, salsa, funcho, aipo, alfazema, feijão, ervilha, pepino, beterraba, valeriana e espargos.

Rotações As plantas do grupo das solanáceas (tomate, beringela, etc.), cucurbitáceas (abóbora, pepino, aboborinha) são bons precedentes. Depois de retirada a couve, não deve voltar ao terreno durante pelo menos 5-6 anos. É uma boa cultura para terrenos em que o estrume ainda não esteja totalmente decomposto,  podendo iniciar  um esquema de rotação  de culturas (embora seja uma cultura esgotante).

Amanhos Sachas, amontoas, tutoramento quando a couve ultrapassa 1m de altura, “mulching” ou empalhamento, monda de folhas amarelas.

Regas Por aspersão ou gota-a-gota, não deve faltar água, senão a planta entra em stress hídrico  e começa a produzir flores  e sementes.

Entomologia e patologia vegetal

Pragas Lagarta da couve, afídios (pulgão), larva-mineira, lesmas  e caracóis, nemátodos, áltica, mosca-da-couve, nóctuas, traça-  -da-couve e mosca-branca.

Doenças Míldio, oídio, alternariose, podridão, ferrugem branca, potra e viroses.

Acidentes Pouca tolerância  á acidez, espigamento prematuro, necrose marginal, carências  de boro e molibdénio.

Colheita e Utilização

Quando colher Cortam-se com uma faca ou tesoura de poda as folhas mais novas e tenras, assim que tiverem o tamanho aceitável, deixando algumas para estimular o aparecimento de folhas novas e com isso mais colheitas.

Produção 15-17 t/ha/ano

Condições de armazenamento 0-1oC e 90-100% de humidade relativa, durante 1-3 meses, com CO2 e O2 controlados. No frigorífico aguenta bem dez dias e seis meses se for congelada.

Valor Nutricional Rica em carotenoides, flavonoides (45 formas) e clorofila, tendo boas quantidades de pró-vitamina A, vitamina C, B1, B2, B6, K e E, cálcio, ferro, magnésio, enxofre, cobre, bromo, silício, iodo, potássio e ácido fólico.

Usos Em saladas, quando colhida muito cedo, ou cozinhada ao vapor, quando as folhas são mais velhas e utilizadas em sopas (Sopa de Toscana “Ribollita”).

Medicinal Previne a incidência de alguns tipos de cancro (cólon, ovário, peito, próstata), pois tem na sua constituição glucosinolatos, que determinam o aroma e previnem o início do cancro. Tem efeitos antianémicos, bom funcionamento do intestino (comida para as bactérias do “Bem”), energéticos, remineralizantes, anti-inflamatórios e antibacterianos. Muito recomendada nas dietas detox.

Conselho de especialista

Deve plantar-se no outono-inverno (resistente a baixas temperaturas); dá-se mesmo nas zonas mais frias de Portugal. Depois de um dia com temperaturas baixas, as folhas ficam mais saborosas (devido à produção de açúcares na folha). Em Inglaterra, este tipo de couves estão no grupo das kales (couve de folhas): são variedades enrugadas, com folhas mais pequenas e recortadas e podem ter a cor roxa, são utilizadas em jardins como plantas ornamentais. O seu grande poder antioxidante torna esta couve um alimento medicinal que combate o cancro. O único problema é que a couve é uma planta “desgastante”, que precisa muito de azoto e outros nutrientes indo retirá-los ao solo, empobrecendo-o.

Gostou deste artigo?
Então leia a nossa Revista, subscreva o canal da Jardins no Youtube, e siga-nos no Facebook, Instagram e Pinterest.


Exit mobile version