Por que é que em 2002 decide lançar no mercado português uma revista dedicada à jardinagem e aos jardins?
Porque gosto de jardins e era um nicho de mercado por preencher. Da mesma maneira que, quando tive filhos, lancei a Pais e Filhos, como gosto de andar de bicicleta, lancei a Bike Magazine, gosto de arte lancei a L+arte, leio bastante comprei a Os meus livros, etc., numa altura em que poucos editores olhavam para as revistas especializadas.
Recorda-se de como foi na época a aceitação da revista, quer por parte dos leitores quer por parte dos anunciantes, uma vez que era a primeira e única revista do sector?
Precisamente por não haver mais nenhuma, os anunciantes, primeiro timidamente, depois com mais confiança, começaram, devagar a apostar na revista; nenhuma revista ou jornal sobrevive sem publicidade, que é a principal fonte de rendimento da maioria das revistas, pelo que foi e é essencial que o sector acredite na revista.
Ao longo deste 20 anos, a relação dos portugueses com os seus jardins, com a jardinagem e com as plantas modificou-se. Pensa que a Jardins continua a fazer a diferença? Como?
Por ser a primeira, depois vieram mais três que já desapareceram e sobretudo porque soube evoluir com a Teresa Chambel* para o digital e para a televisão; o mérito da Teresa na afirmação e continuidade da revista foi e é essencial, espero que continue a ter a coragem e a visão para renovar constantemente a revista.
Em 2017, a Jardins passou a ter uma presença digital mais forte, até essa data tinha apenas FB e, desde março 2017 existe um site, canal Youtube e Instagram. De que forma é que esse passo foi importante para a revista?
Nenhum órgão de comunicação social sobrevive sem uma forte componente digital, chega a um público mais vasto e afirma a marca; sem isso estou convencido de que já não existiríamos. Uma coisa é lermos sobre jardins e jardinagem; outra é vermos vídeos sobre como fazer, é essencial para os amadores de jardinagem.
Sei que gosta de jardinar, quais são as tarefas de jardinagem que lhe dão mais prazer fazer e com que frequência as faz?
Podar é sem dúvida para mim um prazer, aprendi a teoria em cursos de jardinagem da Associação de Jardins Históricos e pratico quase diariamente no meu jardim, que é grande e dá muito que fazer. Jardinar é para mim uma espécie de meditação com a enorme vantagem que se vê de imediato o resultado do nosso trabalho, quer melhor?
Por que é que a Jardins pode ser uma ferramenta indispensável para quem gosta de jardinar?
Porque ensina, faz-nos sonhar com as suas reportagens e é útil no dia a dia de um jardineiro.
Com a pandemia dos últimos dois anos, apareceu toda uma nova geração de jardineiros urbanos e pessoas que mudaram para casas com espaço exterior. Todas as empresas do sector sentiram esta alteração de forma muito positiva e para a Jardins também foram anos muito bons. Quais serão os maiores desafios para a revista daqui para a frente?
Continuar a inovar. Qualquer revista que não esteja constantemente a pôr-se em causa, procurando melhorar e assim “prender” os seus leitores, acaba por desaparecer. Uma revista deve informar, entreter e surpreender; o mesmo se aplica ao digital e esse é o grande desafio de
qualquer revista e também da Jardins.
* TERESA CHAMBEL, diretora da Revista Jardins desde fevereiro de 2015.
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