A mostarda é uma planta herbácea anual originária da região mediterrânica. Em Portugal é espontânea ou subespontânea em quase todo o país. Foi introduzida na Grã-Bretanha e em França pelos romanos, e hoje em dia encontra-se difundida por quase todo o mundo por se adaptar bem a diferentes condições ecológicas, dando origem a numerosas variedades que normalmente se distinguem pela cor das sementes que vai do preto (mostarda-negra) ao branco (mostarda-branca).
Nome científico: Brassica nigra (L.) Koch
Família: Brassicáceas
Nomes vulgares: Mostarda, mostarda-preta, mostarda negra, mostarda-ordinária
Descrição: Muito ramificada desde a base, folhas pecioladas, flores amarelas, silíquas eretas e encostadas ao eixo não ou pouco torulosas.
Cultivo: A sementeira deve fazer-se de tal forma que os frutos estejam formados durante o período mais quente do ano e as plantas devem ser colhidas antes das silíquas abrirem para evitar grandes perdas de semente. As plantas completas são secas ao sol e durante este período as síliquas abrem na sua maioria facilitando a recolha da semente. A sementeira faz-se no lugar definitivo e pelo outono nos climas temperados. Na sementeira a lanço, ainda hoje muito usada, emprega-se sempre uma quantidade de desbastes frequentes nas primeiras fases de vida. Como a semente é relativamente pequena, usando a sementeira manual é conveniente misturar a semente antes de aplicada com areia, terra ou cinzas para melhor se poder dispersar a semente.
Usos
A planta é cultivada principalmente para a obtenção da semente que se usa como especiaria e como medicinal e para a extração de um óleo.
As sementes, descascadas e moídas, são usadas na medicina popular como revulsivo e rubefasciente em sinapismos, pedilúvios e cataplasmas. Em França e na Grã-Bretanha começou a preparar-se uma mistura de sementes de mostarda com mosto de uva formando uma pasta que encontrou grande mercado.
Há uma história curiosa referida por alguns autores, tomando como orientação as pequenas dimensões da semente destas espécie. Assim, segundo Mulherin, em 33 aC. o general persa Darius enviou ao sei rival o grego Alexandre, o Grande, um saco de semnetes de gergelim (Sesamum indicum L.), como indicação do número dos seus soldados e o general grego teria retribuído mandando o mesmo saco mas com sementes de mostarda que são incomparavelmente mais pequenas e por isso para o volume do mesmo saco representavam que o número dos seus soldados ainda era maior.
Os portugueses terão introduzido as mostardas no Brasil logo nos princípios do século XVI, possivelmente pelo valor medicinal das suas sementes.
Livro “Especiarias e aromáticas do campo à cozinha” de José Eduardo Mendes Ferrão
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