Revista Jardins

Feijão-verde, um legume divertido

Uma das características que gosto muito no feijão-verde é o facto de ele dar frutos por um longo período de tempo. Tal como as ervilhas, o feijão-verde plantado nas hortas é de longe mais saboroso do que o comprado nas lojas. Desta forma o esforço de cultivar este legume é sempre compensador.

Pertence à mesma família dos feijões secos, como o feijão-manteiga, feijão-branco ou feijão-preto, etc. Mas ao contrário dos seus primos, todo o conteúdo, da vagem à semente, pode ser consumido.

Tal como o feijão seco, é uma leguminosa e apresenta uma grande gama de variedades. O mais normal mede cerca de 10 cm de comprimento, e a sua cor pode variar muito no registo cromático.

O nome científico do feijão-verde é Phaseolus vulgaris. É originário do México, onde é cultivado há mais de 2000 anos, foi introduzido na Europa por volta do sec. XVI e começou a ser cultivado pelas suas características ornamentais. Assim, podemos dizer que o feijão-verde é tão agradável para a boca como para os olhos.

Cuidados de cultivo

No fim da primavera ou no início do  verão coloque as sementes diretamente no local definitivo da horta, a uma profundidade de 2 a 4 cm e a uma distância de 25 cm no fim da primavera ou inicio do verão. Mas também pode optar por fazê-las germinar antecipadamente, semeando em alvéolos ou até em algodão, como costumávamos fazer nas escolas para observar a germinação, neste caso, mantenha o algodão húmido até ao surgimento da raiz em cada uma das sementes. As sementes germinadas são então cuidadosamente plantadas no solo.

O feijão-verde também pode ser facilmente cultivado em vasos e floreiras, desde que estes tenham um tamanho adequado ao porte da variedade a plantar. Muitos hortelões gostam de semear 3 feijões em cada cova – “um para o corvo, outro para as lesmas e outro para a cozinha” e removem os mais fracos posteriormente, deixando um só pé em cada cova.

Escolha um local soalheiro e protegido dos ventos. Não necessita de um solo rico em nutrientes, mas irá desenvolver-se melhor se este tiver sido adubado no outono anterior. Há quem faça uma cova profunda e a encha com composto ou até mesmo jornal. A ideia não é fornecer nutrientes, mas antes criar uma zona que retenha bastante humidade em volta das raízes. A colheita começa entre 50 e 90 dias após a sementeira, dependendo da variedade plantada e das condições de cultivo. As vagens são colhidas quando estiverem bem desenvolvidas e firmes, mas ainda tenras e com sementes imaturas.

As vagens vão-se tornando fibrosas quando as sementes (os feijões) terminam de se desenvolver e o feijão-verde ganha aqueles “fios” que o tornam bastante desagradável.

O feijão-verde estraga-se facilmente, pelo que deve ser consumido imediatamente após a colheita. O método de conservação mais utilizado hoje em dia é o congelamento, mas o ideal é ir direto da horta para o prato. O feijão-verde é bastante resistente a pragas e doenças, mas os caracóis e lesmas às vezes gostam de o consumir antes de nós.

Sabia que?

O feijão-verde forma uma associação simbiótica com bactérias conhecidas como rizóbios, capazes de fixar o nitrogénio (azoto) do ar no solo como amónia, provendo o nitrogênio necessário para a planta e ainda enriquecendo o solo com este elemento.

Existem variedades de feijão-verde de porte alto e de porte baixo. As variedades de porte alto são trepadoras e necessitam de um suporte com pelo menos 2 m de altura, como, por exemplo, varas de bambu, estacas, cercas e treliças. As variedades de porte baixo não necessitam de tutoramento, são rasteiras, mesmo assim alguns horticultores colocam ramos finos e pequenos galhos secos bem ramificados para servir de suporte para as plantas para que a estas não caiam com o peso das vagens, numa tentativa de impedir que fiquem em contato com o solo.

Não se deve comer vagens e feijões crus, pois estes contêm fitohemaglutinina, uma lectina tóxica. A fitohemaglutinina é destruída com a cozedura ou a fritura.

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