Revista Jardins

Fruteira do mês: Damasco

Damasco

São ricos em vitaminas C e A, além de terem quantidades mais pequenas de vitaminas do complexo B, E e K. Também têm vários minerais, como potássio, ferro e fósforo.

O damasqueiro (Prunus armeniaca) é uma árvore frutífera originária da Ásia Central. O seu nome está associado à Arménia. Na China, o seu cultivo já é antigo, tendo chegado àquela região há cerca de dois milénios. O damasco, também conhecido como alperce e albaricoque, é uma fruta de época, consumida no final da primavera e no verão, mas também é muitas vezes vendida seca, encontrando-se assim durante todo o ano, sobretudo nas épocas festivas do Natal e do Ano Novo. Os maiores produtores mundiais de damascos são a Turquia, o Uzbequistão, o Irão, a Argélia, a Itália, a Espanha, o Paquistão, a França, o Japão e a Ucrânia, sendo o seu consumo a nível mundial cada vez maior.

Ficha técnica do damasqueiro

Origem: Ásia Central.

Altura: Pode atingir seis metros de altura.

Propagação: Sobretudo por estacas e enxertia.

Plantio: Durante a fase de dormência, no inverno.

Solo: Solos fundos, bem drenados, ricos em matéria orgânica, com pH entre 6 e 7,5.

Clima: Temperado ou continental, pois precisa de horas de frio para uma boa floração.

Exposição: Sol.

Colheita: Fim da primavera e verão.

Manutenção: Podas, regas, adubações.

Cultivo e colheita

Sendo nativo de climas temperados, o damasqueiro resiste bem a temperaturas baixas, que são mesmo essenciais para uma boa floração e para que os frutos vinguem.

Muito embora seja plantado a pleno sol, aguenta algumas geadas, mas geadas tardias, quando já tem flores, são prejudiciais e existem proteções, como mantas térmicas, para proteger as árvores. Como gostam de solos fundos, ricos em matéria orgânica e bem drenados, os damasqueiros não são uma cultura para todos os locais, mas mesmo um solo menos rico pode ser corrigido com a aplicação de matéria orgânica, como composto bem curtido.

Os damasqueiros beneficiam da polinização cruzada, assim, plantar pelo menos duas árvores vai aumentar a possibilidade de boas produções e facilitar a polinização de flores. A presença de outras plantas melíferas pode ajudar a atrair polinizadores naturais, como as abelhas.

Existem diversas variedades no mercado. Algumas das mais conhecidas em Portugal são “Royal”, “Folha de Rosa”, “Canino”, “Bulida”, “Beliana” e “Feriana”; é uma questão de pesquisar e de escolher as que mais nos agradam.

Manutenção

Ao contrário de outras frutíferas de clima temperado e caroço duro, o damasqueiro pode também ser podado no final do inverno, princípios da primavera. Deve ser uma poda relativamente leve, mas meticulosa, para estimular o crescimento de novos rebentos e a floração.

Para melhorar a qualidade dos frutos, a rega e a adubação são dois fatores a ter em conta. A rega deve ser abundante nos meses mais secos, de preferência aplicada com métodos que tornam mais eficaz o uso da água, como o método gota a gota. A adubação também é importante para conseguirmos bons frutos: o damasqueiro reage bem a estrumes de ovelha e de vaca, mas também pode ser feita uma adubação verde usando espécies como luzerna, favarola, azevém e mostardeira.

Pragas e doenças

As pragas e as doenças dos damasqueiros são muito parecidas com as pragas de outras espécies de caroço do género Prunus, como o pessegueiro, a ameixoeira ou a amendoeira, embora o damasqueiro seja mais resistente do que estes parentes. Em termos de doenças destacam-se o cancro bacteriano, a gomose fúngica, a podridão parda e a lepra. Como sempre, a prevenção é uma das principais medidas a tomar, com pulverizações à base de cobre, como a calda bordalesa.

Quanto às pragas mais comuns são os pulgões, o aranhiço-vermelho e as brocas. Convém estar-se alerta para os primeiros sinais de infestação, para se poder combatê-las.

Propriedades e usos

amascos são sobretudo consumidos ao natural, mas também são usados para fazer doces e compotas e outros preparados, além de serem secos em grandes quantidades. Os damascos frescos são bastante ricos em vitaminas C e A, além de terem quantidades mais pequenas de vitaminas do complexo B, E e K. Também tem vários minerais, como potássio, ferro e fósforo. Ao cultivarmos damascos no nosso quintal, podemos colhê-los no ponto certo de maturação, e isso torna-os mais saborosos.

A amêndoa que se encontra dentro do caroço dos damascos é usada para o fabrico de certos licores e também para a confeção de biscoitos, como os amaretti italianos.

 

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