Revista Jardins

Jardinagem para a mente e para o corpo

Ganhamos tanto quando dedicamos tempo às nossas plantas e ao nosso jardim.

 

 

Este artigo pretende ser um incentivo para que jardinar passe a ser um prazer e não uma soma de tarefas enfadonhas e cansativas. Jardinar pode trazer inúmeros benefícios físicos e mentais e nada melhor do que começar o ano de 2023 com o propósito de jardinar mais e melhor, descobrindo como é que a prática da jardinagem pode contribuir para o nosso bem-estar, físico e mental, ao mesmo tempo que o nosso jardim, varanda, horta ou qualquer outro tipo de espaço exterior vai beneficiar com este nosso empenho e o meio ambiente também.

Termos um jardim é um enorme privilégio e só por isso devemos estar gratos e cuidar dele com todo o carinho e dedicação!

 

1. Jardinar ajuda-nos a manter a forma física

Dependendo da dimensão do jardim, as tarefas a fazer podem ser verdadeiros exercícios físicos, cortar relva, podar e/ou cavar queimam mais de 300 calorias em 30-60 minutos! Mesmo as menores, como carregar sacos de substrato, mudar plantas de vaso, podar, subir e descer de escadote para regar e podar… ao fim de algum tempo, sem darmos por isso, já fizemos exercício. Uma ótima forma de queimarmos umas calorias extra todos os dias.

2. Jardinar ajuda-nos a manter a flexibilidade e o equilíbrio

Baixarmo-nos para tirar ervar, subirmos para cortar um ramo, baixarmo-nos para semear ou plantar bolbos, hortícolas ou aromáticas, subirmos para podar uma trepadeira, que nos obriga a esticar os braços até ao limite. Conduzir uma planta, abrindo os braços na máxima amplitude. Regar com um regador em cada mão, podar em cima de um escadote… Tudo isto são tarefas que nos obrigam a subir, a descer, a exercitar a nossa flexibilidade, muitas vezes sem nos apercebermos, de forma intuitiva.

3. Jardinar ajuda-nos a ter a dose de vitamina D diária

Estar lá fora nas horas em que o sol está no seu auge, usando um protetor, faz-nos bem para repormos a nossa dose de vitamina D durante todo o ano. Jardinar é das formas mais simples de o fazer e muitas vezes nem nos lembramos disso.

4. Jardinar ajuda-nos a apurar os sentidos, a visão, o olfato, o tato, o paladar

Quando jardinamos, todos os nossos sentidos devem estar atentos, a visão, é desperta pelas cores maravilhosas das flores, folhagens e frutos, mas também pela procura de sinais de pragas e doenças, o que nos faz apurar este sentido! O aroma das flores, das plantas aromáticas e até da terra faz-nos sentir o prazer de estar em contacto com a Natureza. Os sons dos pássaros, do vento, dos insetos, põe-nos o ouvido alerta. O tato, quando tocamos nas diferentes texturas das plantas, desde o aveludado de algumas folhas e o fresco dos frutos à suavidade das flores e ao toque húmido da terra. O paladar, quando cultivamos alimentos, quer sejam plantas aromáticas, hortícolas ou frutos. Quando os comemos, o nosso palato ganha outra dimensão!

5. Jardinar ajuda-nos a acalmar e combater o stresse diário

Se, naqueles momentos em que estamos no nosso jardim, estivermos mesmo lá, aproveitarmos para observar, se fizermos as tarefas que são necessárias naquele dia, com calma, com os sentidos alerta. Se respirarmos, conseguimos acalmarmo-nos e reduzir os nossos níveis de stresse e de ansiedade. Para quem faz meditação, o jardim de manhã é um ótimo local para meditar.

6. Jardinar ensina-nos a ser pacientes

Este é para mim um dos maiores ensinamentos da jardinagem, desde que semeamos até que colhemos, passam meses, e esta aprendizagem de paciência é muito importante. O mesmo quando plantamos ou quando podamos. As plantas têm o seu ritmo, demoram a reagir e nós temos de respeitar esse ritmo.

7. Jardinar pode elevar os nossos níveis de dopamina e de serotoninax

Está provado que, ao lidarmos com plantas e com flores, o nosso cérebro liberta dopamina e serotonina, duas hormonas da felicidade, e isso faz-nos sentir mais felizes. Logo, jardinar faz bem à nossa saúde física e mental!

8. Jardinar ensina-nos a ser gratos 

Este é um sentimento a que só quem já colheu o que semeou sabe dar valor. Por mais simples que seja, colher manjericão, salsa, coentros ou mesmo um ramo de flores para alegrar a casa. Um limão, uma taça de morangos ou uma cesta de tomate. A gratidão e a alegria que se sente quando se saboreia o que se cultivou é difícil de expressar por palavras. Ou mesmo a gratidão com que se contempla o jardim de que cuidamos com todo o carinho.

9. Jardinar ensina-nos a aceitar as falhas

A par com o ser-se paciente, este é outro dos ensinamentos que considero muito importante na jardinagem e que transmito muitas vezes nos vídeos e nos workshops que faço. Estamos a lidar com seres vivos, por isso é natural que por vezes as coisas não corram bem, que as plantas morram, que as sementes não germinem, que apareçam pragas, doenças, que metade das nossas colheitas seja comida por lagartas ou caracóis. Tudo isso são acidentes de percurso, que nos ensinam a recomeçar, a procurar alternativas e a ser criativos, pacientes, resilientes e até bem-humorados!

10. Jardinar ensina-nos todos os dias a fazer escolhas mais sustentáveis

Quando estamos a cultivar, só por si já estamos a contribuir para um planeta melhor, pois estamos a trazer mais plantas para o meio urbano ou o meio rural, estamos a cuidar do jardim aumentado a biodiversidade. Ao cultivarmos alimentos, estamos a deixar de comprar produtos que muitas vezes vinham de longe, diminuindo assim a nossa pegada ambiental. Mas as nossas escolhas quando jardinamos são muito importantes, como usar produtos biológicos, substratos, inseticidas, adubos, fazer compostagem, usar plantas que sirvam de alimento aos pássaros e insetos no inverno.

Reciclar vasos e embalagens, multiplicar as plantas, recolher sementes, aproveitar a água da chuva, da lavagem dos legumes e frutas, da água do banho se esta demorar a aquecer, etc. Tudo isto são pequenos passos com os quais podemos fazer a diferença.

Citando Jane Goodwall, “what you do makes a difference, and you have to decide what kind of difference you want to make” [O que fazemos faz a diferença, e temos de decidir que tipo de diferença queremos fazer].

 

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