Saiba o que são e para que servem.
Existem plantas, designadas por “ervas daninhas” ou “flora espontânea”, que crescem em determinados locais, muito específicos, e que podem fornecer ao agricultor informações muito variadas sobre aspetos edafoclimáticos.
As chamadas ervas daninhas tornam-se indesejadas por crescerem em locais onde não as queremos. De qualquer modo, essas plantas nascem espontaneamente em ambientes muito favoráveis ao seu desenvolvimento. Embora muitas ervas daninhas possam aparecer em solos variados, a maioria expressa um verdadeiro diagnóstico das condições do solo e do clima. Ao olhar para as plantas que crescem, no terreno, podemos fazer uma diagnóstico da zona e ter informações precisas sobre as culturas que poderemos instalar e o que poderá ser modificado para melhorar o solo.
Plantas indicadoras
São as que nascem espontaneamente, sem serem plantadas ou semeadas, apresentando grande adaptação e vantagens de crescimento e desenvolvimento em relação às outras plantas cultivadas. Estas plantas podem indicar o tipo de ambiente (clima e solo) ao desenvolverem-se nessas condições especificas.
As plantas chamadas indicadoras podem então dar-nos informações sobre os seguintes aspetos:
1) Textura do solo: percentagem de areia (2,0-0,02 mm), limo (0,02-0,002) ou argila (diâmetro inferiores a 0,002 mm).
2) Humidade: quantidade de água no solo.
3) Minerais: a fertilidade do terreno pode ser “denunciada” por muitas plantas que gostam de determinados elementos minerais ou, pelo contrário, adaptam-se a terrenos pobres.
4) Compactação do solo: percentagem de ar no solo, existem plantas que se adaptam melhor a solos compactos e outras a solos mais soltos.
5) pH: muitas plantas aparecem só em solos ácidos, alcalinos ou neutros.
6) Matéria orgânica: determinadas plantas só se dão bem em terrenos com muita matéria orgânica.
7) Terrenos salinos (nível elevado de cloreto de sódio): por exemplo, o lírio cor-de-rosa aparece muito nesses terrenos.
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Lista de algumas plantas indicadoras e a sua utilização
Em Portugal, muitas destas plantas, que são consideradas invasoras ou daninhas, têm utilidade como alimento, medicinal ou outra utilização benéfica.
A compactação do solo pode dever-se ao uso excessivo de máquinas, ao constante pisoteio humano ou animal. Quando aparecem plantas adaptadas a esse tipo de solo, pode ser um alerta para intervir de uma maneira mais sustentável e biológica. Para descompactar o solo, a plantação de adubos verdes pode ser uma solução, pois muitas plantas possuem, raízes que rompem essa camada compactada e reestabelecem a infiltração de água e a oxigenação, aumentam a matéria orgânica e consequentemente a vida no solo. Existem plantas que, devido às suas raízes longas, conseguem amolecer o terreno e trazer das camadas mais profundas elementos nutritivos (por exemplo, o taráxaco transporta cálcio e o saramago, potássio) que se conservam no solo, não sendo por isso arrastados ou lixiviados.
Podemos assim através de uma análise (biológica), apenas das plantas espontâneas, identificar e conhecer muitos aspetos importantes que nos dão indicações precisas do tipo de culturas que devemos instalar num determinado local.
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