Ter pouca luz em casa não tem de significar não ter plantas ou recorrer a artificiais. É um facto que as plantas não prosperam na escuridão total e que precisam de luz para viver e crescer, contudo existem espécies que, devido às condições de que são originárias, adaptam-se a ambientes com menos luminosidade.
Antes de enumerar plantas mais resistentes à ausência de luz, é importante salientar que uma iluminação adequada determinará a salubridade das plantas, sobretudo quando se encontram circunscritas a um vaso ‒ quando uma planta necessita de mais luz do que a que tem disponível, ficará mais suscetível a doenças e infestações!
Como perceber quando uma planta não está a receber luz suficiente? Condições de pouca luz são sempre um desafio, mas, com a ausência desta, começam a notar-se vários sinais: as plantas tendem a estiolar (começam a deformar a suas características originais de forma a conseguir captar mais luminosidade), podendo começar a inclinar-se no sentido da luz, a esticar as suas folhas ou a alongar os caules.
Outro sintoma que se poderá verificar é a perda de brilho e coloração das folhas. Para compreender as situações de iluminação mais comuns em espaços interiores, é necessário ter em mente as quatro zonas de exposição que a que as plantas poderão ser sujeitas:
• Sol direto: condições de luminosidade que correspondem à exposição próxima a uma janela sem estores, persianas ou cortinas. Normalmente numa fachada voltada a sul (no nosso hemisfério), sem elementos a causar sombreamento nas horas de maior exposição.
• Luz intensa: local onde a luz solar não incide diretamente, mas que se encontra muito próximo desta.
• Luz intermédia/difusa: espaço afastado de uma janela ou próximo de uma janela com pouca luz.
• Luz fraca ou sombra: local onde não chega luz natural, seja por ausência de janelas ou por existência de objetos que a filtrem. É certo que muitas plantas de interior crescem bem em condições de luz artificial fornecidas por lâmpadas incandescentes ou fluorescentes, mas existem várias opções de plantas que podem ser escolhidas de acordo com o ambiente em que tencionamos colocá-las. Se nos recordarmos que, nas profundezas da selva, a luz do sol é bloqueada por um sem-número se folhas, ramos e troncos antes de atingir o solo, percebemos que também em casas pouco iluminadas conseguiremos ter plantas. Vejamos alguns exemplos:
SANSEVIÉRIA
A conhecida língua-da-sogra ou espada-de-são-jorge é uma das mais recomendadas plantas para ambientes com pouca luz, no entanto, apesar de tolerar estes ambientes, prospera melhor em espaços com luz intensa a difusa!
ZAMIOCULCA
Abreviadamente tratada por ZZ (de Zamioculca zamiifolia), trata-se de um exemplo de uma planta muito resistente que não necessita de muita luz para sobreviver. Prospera em luz indireta média a baixa, mas pode até tolerar luz indireta brilhante. Embora se acredite que é um elemento que traz boas energias ao espaço, não é pet friendly!
JIBÓIA
De nome científico Epipremnum aureum, esta é uma das plantas de suspensão mais fáceis de cuidar! É mais um exemplo de planta em que a luz intermédia seria a melhor opção, mas também sobreviverá em espaços mais assombreados, embora com um crescimento mais lento.
Ao colocar esta planta num espaço com menos luz, as suas “guias” irão crescer com folhas mais esparsas e uma coloração mais escura. Para escolher um local para esta planta, eis uma dica: opte por um local onde consiga sentar-se a ler durante o dia. Se conseguir ler sem semicerrar os olhos, a sua jiboia prosperará.
FICUS ELÁSTICA
A (falsa) borracheira, como tantas vezes é tratada, é outro exemplo de planta que resiste a menos luz do que a maioria das plantas do seu porte. Embora resista num espaço com luz fraca, é com luz intermédia ou difusa que irá prosperar. É uma das plantas de interior mais infalíveis! De coriáceas folhas verdes, causa impacto visual em qualquer divisão, sendo também uma planta que contribui para a melhoria do ar no interior das habitações.
DRACAENA
São inúmeras as plantas do género Dracaena usadas em casas, escritórios, apartamentos, lojas, etc. O género inclui cerca de 40 espécies e centenas de cultivares em vários tamanhos e formas, entre elas, várias que são boas escolhas para espaços com pouca luz.
ASPIDISTRA
Talvez devido ao seu crescimento lento, ainda não é uma das plantas mais comuns de se encontrar nas urban jungles. As suas folhas duras, brilhantes e verde-escuras conferem-lhe muita resistência e, nos viveiros, se não a encontrar entre as plantas de interior, procure-a entre as plantas de exterior – sombra. É extremamente resistente a pragas e doenças, precisando apenas de atenção à rega para se manter saudável (deixar secar o substrato entre regas), bem como de limpeza regular das folhas com um pano húmido.
Ter pouca luz em casa não é necessariamente sinónimo de plantas artificiais. Não se esqueça: adquirir uma planta é adotar um ser vivo. Sempre que o fizer, aconselhe-se bem, tendo sempre em consideração•o espaço onde irá colocar a sua planta.
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