Revista Jardins

Sabores de Natal

Para esta quadra festiva abordamos uma tradição de Natal: o Bolo-rei. Em forma de coroa, confecionado em massa macia, com frutos secos e enfeitado com frutas cristalizadas.

Origem do bolo-rei

Diz a lenda que este bolo simboliza os presentes que os reis magos entregaram ao Menino Jesus por ocasião do seu nascimento. Os três símbolos são os seguintes: a côdea dourada o ouro; os frutos secos e cristalizados a mirra; e o seu aroma o incenso.

A tradição do Bolo-rei nasceu em França durante o reinado de Luís XIV, precisamente para celebrar as festas de Ano Novo e Dia de Reis, o Gateau des Rois. Em Portugal, esta tradição chega no final do século XIX, sendo a Confeitaria Nacional (fundada em 1829), em Lisboa, a primeira pastelaria a fazer e a vender o Bolo-rei.

Chegada do bolo-rei a Portugal

“Foi o filho do fundador da Confeitaria Nacional que trouxe de França a receita do afamado Bolo-
rei, em 1875. A receita mantém-se inalterada até aos dias de hoje eapenas duas pessoas são detentoras do seu segredo – o proprietário atual e o pasteleiro mais antigo da casa.

Muitas famílias continuam a querer manter a tradição de ter na sua mesa de Natal o Bolo-rei da Confeitaria Nacional. Associada a essa tradição está o ritual de irem, na véspera de Natal, para a porta da loja, na Praça da Figueira, logo de madrugada, não só para comprar o Bolo-rei, mas também por ser o ponto de encontro anual para os diferentes clientes”, assegurou Leonor Amorim, Relações Públicas da Confeitaria Nacional.

Destacamos as plantas que contribuem para a confeção do Bolo-rei: o trigo, que dá origem à farinha
e consequentemente à massa macia; o pinhão e a avelã em representação dos frutos secos que enriquecem a sua massa; e a laranja uma das frutas cristalizadas. Nesta época tão especial realçamos estes sabores de Natal.

Trigo mole (Triticum aestivum L.)

Família: Poaceae

Gramínea de origem incerta, muito provavelmente do Médio Oriente.

As suas folhas planas e compridas são um pouco ásperas. O seu fruto conhecido como grão de trigo, é do tipo cariopse. A espiga do trigo é uma espiga composta, ou seja, no eixo floral dispõem-se de forma alterna espiguetas em grupos de 3 a 5 flores sésseis (sem cálice nem corola) por nó.

O trigo-mole é a espécie mais usada nos dias de hoje, é com este trigo que se faz quase todo o tipo de pão, tostas, bolachas e bolos. A principal diferença entre o trigo-mole e o trigo-duro (T. durum), é que o primeiro possuí geralmente palha oca e grão farináceo, o segundo possuí palha cheia e grão rijo e pontiagudo.

Pinheiro-manso (Pinus pinea L.)

Família: Pinaceae

Árvore perenifólia de grande porte, autóctone de Portugal continental. O seu tronco é geralmente direito, de cor cinzento-escuro, muito gretado. As suas folhas aciculares, com 10-20 cm de comprimento, agrupadas em pares. E o seu fruto pinhas – solitárias ou em grupos de 2 ou 3 – que possuem uma semente comestível, o pinhão. As pinhas amadurecem ao fim de 3 anos, e libertamos pinhões na primavera do quarto ano.

Laranjeira-doce (Citrus sinensis (L.) Osbeck)

Família: Rutaceae

Árvore de porte médio, com a copa arredonda ou oval, oriunda da China. As suas folhas apresentam uma forma elíptica e as suas flores de cor branca brancas ou rosadas, extremamente aromáticas, começam a despontar durante o mês de março. Os seus frutos são carnosos, do tipo baga, as laranjas.

Aveleira (Corylus avellana L.)

Família: Betulaceae

Arbusto alto ou árvore pequena, de folha caduca, originária de Portugal, Europa e Turquia. Caracteriza-se pelo seu tronco de cor pardo-avermelhado, brilhante e liso em jovem. As suas folhas, com uma forma ovada, têm uma dimensão de cerca de 10 a 15 cm.

É uma espécie monóica, isto quer dizer que possuí no mesmo indivíduo flores femininas e flores masculinas, que despontam entre os meses de janeiro e abril. As flores masculinas agrupam-se em amentilho (inflorescência, conjunto de flores, em espiga alongada ou cacho) pendente até 8 cm de cor verde-claro. As flores femininas estão agrupadas dicásios (inflorescência com o eixo principal de crescimento limitado, terminando numa flor). O seu fruto é a avelã.

Com Ana Raquel Cunha

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