Já está aberta ao público a exposição “Plantas e Povos” do Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC), da Universidade de Lisboa.
Objetos etnobotânicos e etnográficos, fotografias e filmes das coleções do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT) e do MUHNAC vão estar em exibição nesta exposição.
O objetivo é mostrar como as populações africanas, asiáticas e americanas utilizavam as plantas, assim como a incorporação desses usos na ciência europeia. “Dada a natureza das nossas coleções, esta narrativa centra-se no império colonial português e nos séculos XIX e XX”, explica José Pedro Sousa Dias, diretor do MUHNAC.
Rituais espirituais, medicina e música
Ao todo, são 300 objetos que mostram como estas populações utilizavam as plantas para fins medicinais, estéticos, artísticos, alimentares, habitacionais, de transporte, ritualísticos, entre outros.
Ossículos divinatórios utilizados pelos curandeiros para adivinhar, substâncias para inalar em rituais ou instrumentos musicais são alguns dos objetos patentes. Têm todos uma coisa em comum: abrem uma importante janela para vida das populações em que se foca a exposição.
Desmistificar preconceitos
“Plantas e Povos” pede a reflexão do público em mais do que um assunto. José Pedro Sousa Dias espera que os visitantes percebam que “o conhecimento que o homem tem da natureza não é uma via de sentido único que começa no mundo mais desenvolvido, rico e erudito e desemboca no mundo pobre. Que esse conhecimento resulta de um processo longo e diversificado (…) que envolveu e envolve (…) populações dos quatro cantos do globo.”
Mas não se fica por aí. A exposição pretende ainda “questionar a utilização e sobre-exploração dos recursos naturais e o seu impacto no desenvolvimento sustentável”. Por isso, estão também em exibição objetos naturais que correspondem a espécies ameaçadas.
Fotos: MUHNAC
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