Rafael Bordallo Pinheiro (1846-1905) é reconhecido como um dos mais influentes artistas da sua época em Portugal, com um forte legado nas artes visuais. Foi ceramista, caricaturista, ilustrador e artista multifacetado do século XIX.
Nasceu em Lisboa e desde cedo mostrou um talento excecional para o desenho, com formação em artes pela Escola de Belas-Artes. Iniciou a sua carreira como caricaturista e ilustrador em várias publicações (António Maria, Pontos nos ii e a Paródia), onde se destacou pela sua habilidade satírica e crítica social. As suas caricaturas frequentemente abordavam questões políticas e sociais da época, tornando-se conhecido pelo seu humor mordaz.
Em 1884, inicia a sua produção cerâmica na Fábrica de Faianças nas Caldas da Rainha (atualmente Fábrica Bordallo Pinheiro) onde, com o seu talento, introduziu técnicas inovadoras na produção de cerâmica artística com peças inspiradas na Natureza e na cultura popular portuguesa. Bordallo Pinheiro destaca-se pelas suas representações humorísticas e satíricas de figuras públicas em cerâmica, muitas das quais eram caricaturas em forma de pratos, jarras e esculturas. As suas obras eram tão populares e apreciadas que ganharam destaque e o seu trabalho na cerâmica conquistou medalha de ouro em exposições internacionais (Madrid, Antuérpia, Paris e nos Estados Unidos). Além do seu talento artístico, Bordallo Pinheiro era um pensador crítico e uma figura dedicada a causas sociais e políticas. Deixou um relevante legado na arte e na cultura de Portugal, sendo celebrado como um mestre da cerâmica e um satirista talentoso. As suas obras continuam a ser apreciadas e estudadas, e sua influência perdura na arte contemporânea e na produção de cerâmica em Portugal e no estrangeiro.
Atualmente a Fábrica Bordallo Pinheiro conta com a colaboração de talentos criativos de diversas origens, incluindo designers, artistas plásticos e outros visionários artísticos de todo o mundo. Estas parcerias artísticas têm impulsionado a marca, através do enriquecimento das peças Bordallo Pinheiro, com as suas perspetivas únicas e inspiradoras, assegurando assim a singularidade da marca.
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Este mês destacamos espécies botânicas que inspiraram três das linhas recentemente nomeadas e/ou premiadas com um German Design Award: Melancia (nomeada em 2017), Alcachofra (premiada em 2019) e Banana da Madeira (premiada em 2020).
MELANCIA
Designação científica: Citrullus lanatus.
Família: Curcubitaceae.
Planta herbácea anual, rasteira, cultivada para produção do seu fruto, a melancia. Nativa do Saara oriental, desenvolve-se sobretudo no bioma tropical sazonalmente seco. Folhas alternas, triangulares, recortadas em três ou quatro pares de lóbulos, possuem gavinhas, estruturas que permitem que a planta se fixe ao solo. Flores solitárias de corola amarela, femininas, masculinas ou de ambos os sexos na mesma planta. O fruto é um pepónio de polpa doce e suculenta e de casca espessa, que pode atingir um peso considerável. Tanto a casca da melancia como a sua polpa podem apresentar diferentes tonalidades, a casca variando entre o verde-claro e o verde-escuro, de cor uniforme ou com estrias. A polpa pode variar entre a cor vermelha, amarela, laranja e cor-de-rosa em algumas variedades.
ALCACHOFRA
Designação científica: Cynara cardunculus.
Família: Asteraceae.
A alcachofra é uma planta herbácea perene, pode atingir 1 m de altura, originária da região mediterrânica e norte de África. O seu caule é estriado ou sulcado. Folhas pinatífidas, carnosas, pubescentes, de grandes dimensões com espinhos, de cor castanho-esverdeada na página superior e branco-acinzentada na página inferior. O botão da flor ou coração de alcachofra, que é a parte comestível, deve ser apanhado ainda jovem e tenro. Além de pouco calórica, é uma poderosa planta medicinal (por exemplo, diminuição do colesterol, prevenção da diabetes, controlo da tensão alta, eliminação de toxinas).
BANANA
Designação científica: Musa acuminata.
Família: Musaceae.
A bananeira é uma planta herbácea, vivaz, de grande porte e de crescimento rápido. Nativa da Índia até ao sul da China e oeste da Malásia, desenvolve-se sobretudo no bioma tropical húmido. É uma planta acaule, ou seja, possui um “falso tronco” constituído pelas bainhas das folhas que pode atingir até 3 m. Folhas de grandes dimensões de tom verde-escuro. Depois de originarem as folhas, as plantas emitem um escape floral de grandes dimensões, em que os primeiros grupos de flores dão origem aos frutos comestíveis, dispostos em cachos, as bananas. Além do seu interesse como espécie fruteira, é também utilizada nos jardins como planta ornamental devido à sua aparência exótica.
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Curiosidade
Na intervenção da adaptação do Palácio Pimenta a Museu da Cidade, em Lisboa, o jardim foi valorizado com esculturas e outros elementos do acervo e, desde 2010, acolhem um projeto da artista plástica Joana Vasconcelos, integrando cerâmicas desenhadas por Rafael Bordallo Pinheiro.
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