É um fruto muito refrescante dado o seu alto teor de água. Têm muitas propriedades medicinais, são calmantes, diuréticos, laxantes e combatem problemas renais.
Origem
O meloeiro que se cultiva em Portugal (Cucumis melo var. inodorus) é uma planta anual, herbácea e rasteira com cultivares originárias da Península Ibérica, sendo também cultivada a meloa (Cucumis melo var. reticulata), especialmente da cultivar ‘Gália’.
A origem ancestral do melão é incerta, mas terá tido origem em África e depois noutros centros de difusão, como o Médio Oriente, a Ásia Central, a Índia e mesmo a Península Ibérica, onde terá sido introduzido pelos árabes, sendo na Europa a região onde o cultivo do melão é mais antigo e regular.
Cultivo e colheita
Como referimos acima, cultivam-se genericamente em Portugal duas variedades de melão, conhecidas popularmente como melão e meloa.
O melão é habitualmente maior e oval, enquanto que a meloa é redonda e mais pequena. Das cultivares de melão comuns em Portugal podemos destacar o “Branco do Ribatejo”, o “Casca de Carvalho”, o “Amarelo” e o “Pele de Sapo”.
Das de meloa, destaca-se sobretudo a “Gália”, aparecendo também por vezes no mercado a “Cantaloupe”, de polpa cor de laranja e casca riscada.
Os meloeiros propagam-se por semente, devendo ser semeados quando o frio mais intenso já passou: genericamente, semeiam-se em março, para uma colheita em julho, e em maio, para uma colheita em setembro. A sementeira é muitas vezes feita em estufa ou estufim, porque as sementes necessitam de temperaturas altas para germinar e existem em Portugal grandes produções em estufa, onde até a polinização tem de ser feita manualmente. Num quintal, precisamos de espaço e de um solo profundo, fértil e bem drenado, com pH alcalino.
Cada planta de melão ocupa bastante espaço por ser rasteira, mas pode ser “capada” para produzir mais rebentos laterais e não crescer demasiado em comprimento. A monda de frutos é aconselhável, deixando crescer só um melão por cada haste. A polinização pode ser feita manualmente se o tempo estiver frio e houver poucos insetos a circular. A colheita deve ser feita quando o melão cede à pressão que fizermos com os dedos junto ao pedúnculo, ou quando vemos secar a folha mais próxima do pedúnculo e mudar o aspeto do próprio pedúnculo, começando a secar.
Manutenção
O melão aprecia sachas e fertilizações regulares, visto que é uma planta de crescimento rápido. As regas devem ser comedidas, pois o melão não aprecia água em demasia, sendo sobretudo de evitar molhar as folhas para impedir o desenvolvimento das doenças fúngicas como o oídio. Regas em excesso podem fazer também os melões gretar, perdendo o seu valor de mercado. O meloeiro é muito sensível às geadas e ao frio em geral e deve ser sempre cultivado em pleno sol.
Pragas e doenças
É sensível a diversas pragas e doenças, como o aranhiço-vermelho, o oídio, a verticiliose e a fusariose e a podridão do colo. Algumas destas doenças são causadas por má ventilação (quando há cultivo em estufa ou estufim) ou por rega incorreta, que vai potenciar o desenvolvimento de fungos.
Propriedades e usos
Os melões e as meloas são muito refrescantes dado o seu alto teor de água e consumidos na época da sua colheita, ou seja, no verão. Possuem propriedades medicinais, sendo calmantes, diuréticos e laxantes. Ajudam a combater o reumatismo, a artrite, problemas renais e outras questões de saúde. O melão é quase sempre consumido em fresco, quer como entrada, quer como sobremesa, muitas vezes associado ao presunto.
Pode ser consumido sob a forma de sumos naturais. É rico em vitaminas A e C, bem como em potássio e em niacina. Os melões são uma fruta de época, devem ser consumidos após a colheita pois não se conservam bem, mesmo com refrigeração. O consumo de melão com água deve ser evitado pois torna-se indigesto para algumas pessoas: é tradicional acompanhar-se com vinho.
Ficha técnica do melão (Cucumis melo var. inodorus e Cucumis melo var. reticulata)
Origem: África central, Médio Oriente, Ásia Central, Península Ibérica, entre outras.
Altura: Rasteiro.
Propagação: Por sementes.
Plantio: Primavera
Solo: Solos bem drenados, profundos e ricos em matéria orgânica e de pH alcalino.
Clima: Zonas sem geadas.
Exposição: Zonas de pleno sol.
Colheita: A partir de julho, normalmente.
Manutenção: Podas, sachas e regas esporádicas
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