Pragas e Doenças

Oídio: como combater

Uma doença provocada por várias espécies de fungos cujo principal sintoma é o aparecimento nas folhas de manchas esbranquiçadas e pulverulentas.

Oídio em goji

Oídio em goji

Por vezes quando estamos a cuidar do pomar, horta ou jardim, reparamos que as plantas estão com as folhas cobertas com manchas esbranquiçadas e pulverulentas, provavelmente as plantas estão infetadas com oídio, também chamado de mal branco, uma das doenças fúngicas mais comuns em quase todo o tipo de plantas.

As doenças do oídio são causadas por muitas espécies diferentes de fungos da ordem Erysiphales. A colonização do fungo na planta acontece, na maior parte das espécies, pelo desenvolvimento de uma estrutura responsável pela retirada de nutrientes das células epidérmicas da planta (haustório). Mas o desenvolvimento das hifas ocorre na superfície da planta, por isso, observamos a eflorescência de coloração branca (desenvolvimento fora da planta). É uma espécie de fungo que sobrevive nos tecidos vivos das culturas ou nas infestantes que as rodeiam, durante todo o ano.

Plantas hospedeiras (mais afetadas) e oídios mais comuns

· Ervilha (Erysiphe polygoni)
· Brássicas ou crucíferas (couves) – Ersysiphe cruciferarum ou E. poligoni.
· Solanáceas (Tomateiro) – Leveillula taurica = Oidiopsis taurica (Lèv) Salm ou Sicula oidium Neolycopersici e Oidiopsis haplophylli.
· Videira – Uncinula necator (= Oidium tuckeri).
· Cucurbitáceas (melão, pepino, abóboras, abobrinhas) – Padosphaera xanthll ou Erysiphe cichoracearum ou Leveillula cucurbitacearum.
· Pessegueiro – Podosphaera spp e S. pannosa (forma sexuada) Oidium leucoconium (forma assexuada).

· Macieira – Podosphaera leucotricha (Oidium farinosum).
· Bagas Goji – Arthrocladiella mougeotii (Lév.) Vassilikov (Synonyme: Erysiphe lycii Lasch, E. mougeotii (Lév.) de Bary, Microsphaera lycii (Lasch) Sacc. & Roum., M. mougeotii Lév., Podosphaera mougeotii (Lév.) Quél.)

Oídio em videira

Oídio em videira

Características da doença

Clima favorável

Favorecida por ambientes secos e quentes (primavera-início do outono), apesar de ser encontrada em clima húmido e frio. Na videira e outras plantas, os fungos são favorecidos por dias nublados com manhãs de elevada humidade relativa do ar, seguidos de períodos de sol e temperaturas acima dos 20 oC, mas, no geral, a doença é favorecida por humidades relativas, entre 25-75 por cento e temperaturas de 16-28 oC. As folhas são mais suscetíveis de ficarem infetadas durante a noite, quando a humidade é maior e a pressão osmótica das folhas é baixa; temperaturas entre os 36-40 oC não são favoráveis ao desenvolvimento do fungo. A disseminação da doença no campo acontece principalmente através do vento, que leva os esporos para longas distâncias. A água na forma de chuva intensa, ao cair, também levanta os esporos, que são arrastados, e atua na disseminação em distâncias menores.

Sintomas/danos:

Uma característica marcante são os sintomas de eflorescência de coloração branca ou acinzentada (bolor – micélio e conídios) e pulverulenta (aspeto de pó), que pode recobrir todas as folhas, ramos, flores e até os frutos. Normalmente, esse sintoma de coloração branca é observado na face superior das folhas e em menor frequência, pode ser constatado na parte inferior. Além do sintoma de eflorescência, podem ocorrer áreas amareladas ou acastanhadas, necróticas nos locais das manchas da eflorescência. Em ataques severos, pode ocasionar a retorção das folhas, morte de ramos, deformação de frutos, queda das folhas, flores e frutos. O dano causado pela doença é a interferência no processo de

fotossíntese, que pode, em alguns casos extremos, causar a morte da planta ou quebra nas produções de mais de 50 por cento.

Oídio em abóbora

Oídio em abóbora

 

Luta química/biológica

· Aplicação de enxofre molhável ou enxofre em pó como preventivo; o enxofre deve ser aplicado a temperaturas de 10 oC a 25 oC.
· Pulverizar as plantas com decocção de cavalinha ou extrato de alho.

Luta biológica

Existem produtos comerciais com fungos parasitas (Ampelomyces quisqualis e Tilletiopsis) e bactérias (Bacillus subtilis) que previnem os ataques e destroem o fungo patógeno.

Tratamento/controlo

Prevenção / Aspetos agronómicos

Uso de cultivares resistentes ou tolerantes e não muito vigorosos.
Evitar sementeira em épocas favoráveis da doença (clima mais favorável).
Realizar plantações ou sementeiras em locais soalheiros e arejados.
Não aplicar excesso de fertilizantes azotados e aplicar um bioestimulante à base de algas. O excesso de azoto acelera e agrava o desenvolvimento da doença.
As rotações das culturas devem ter intervalos de 3-4 anos.
Não plantar em solos salinos.
Mondar as infestantes, que alojam muitos fungos, infetando facilmente as plantas ao seu lado.
Não plantar demasiado denso, para o ar circular, utilizando métodos de condução arejados.
Efetuar policultura ou várias culturas intercaladas, para impedir a disseminação.
Retirar as plantas muito infetadas ou podar (cortar) algumas folhas e ramos muito contaminados.
Utilizar técnica de mulching, que impede o crescimento das ervas e o movimento da água que transporta os fungos para outros locais.
Controlar as regas que devem ser localizadas, não molhar as folhas.
Varrer e eliminar as folhas mortas.
Manter um bom sistema de drenagem dos solos.

 

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