O limoeiro é talvez das árvores mais fáceis de ter no jardim e até em vaso, desde que tenha sol, água e uma boa adubação.
O limoeiro (Citrus x limon) é uma pequena árvore originária da Ásia, nomeadamente de regiões da Índia, da China e do Myanmar. Terá chegado à Europa ainda durante o tempo do Império Romano. Espalhou-se também para o Médio Oriente, para zonas como a Pérsia, o Iraque e o Egipto cerca do ano 700. O seu cultivo espalhou-se por toda a bacia do Mediterrâneo com a expansão islâmica, começando a ser referido em tratados sobre agricultura. Foi em Itália que surgiu a primeira grande plantação conhecida de limoeiros, nomeadamente em Génova, no século XV.
A chegada de Cristóvão Colombo à América ajudou a espalhar o limoeiro no Novo Mundo, na vasta área de colonização espanhola. No século XIX, já havia extensas plantações de limoeiros na Florida e na Califórnia, que ainda hoje são estados que se dedicam ao cultivo de citrinos. Os limões também tinham sido usados para mitigar os efeitos do escorbuto nos marinheiros durante as longas viagens marítimas.
Os limões são dos frutos mais consumidos, seja através do seu sumo, que entra em diverso usos culinários, quer nos seus usos industriais, associados sobretudo aos produtos de higiene e limpeza.
Os países que estão no topo da produção de limões são a Índia, o México, a China, a Turquia, o Brasil e a Argentina, com milhões de toneladas anuais.
Origem: Ásia.
Altura: Até 6 metros.
Propagação: Por estaca e por enxertia.
Plantio: Inverno.
Solo: Solos ricos em matéria orgânica.
Clima: Temperado ou mediterrânico.
Exposição: Sol pleno.
Colheita: Em boas condições, colheita quase todo o ano.
Leia também:
Cultivo e colheita
Portugal dispõe de boas condições para o cultivo do limoeiro, embora culturas mais rentáveis e algumas doenças tenham tido impacto sobre as suas plantações, e a área geral tenha vindo a reduzir-se. As zonas de maior produção são o Algarve, o Ribatejo, o Oeste e a península de Setúbal. Há diferentes variedades à venda no mercado, sendo de destacar como as mais cultivadas a ‘Lisboa’, a ‘Eureka’ e a ‘Lunário’.
O plantio deve ser efetuado durante o inverno, as chuvas ajudarão a planta a enraizar-se e a adaptar-se ao local. Os limoeiros gostam de solos ricos, mas podem ser argilosos, já que retêm mais humidade.
Devemos escolher um local soalheiro para o seu plantio e ter em mente que nos meses secos os limoeiros necessitam de regas assíduas, dado serem pouco tolerantes à seca.
Se forem mantidos nas melhores condições, os limoeiros podem produzir em Portugal durante quase todo o ano.
Manutenção
Os limoeiros requerem algumas operações de manutenção. Enquanto as árvores são jovens, temos de ter em atenção a sua proteção de ventos fortes, mas também de geadas, que podem causar bastantes danos nas plantas. Depois dos limoeiros estarem bem estabelecidos, a sua manutenção em termos de podas é mínima, apenas para eliminação de ramos mortos ou doentes e para garantir um bom arejamento da copa.
A fertilização, com estrumes bem curtidos deve ocorrer antes da floração, sendo uma feita no fim do inverno e outra durante o desenvolvimento dos frutos. As regas são essenciais para manter a saúde da árvore durante os meses mais secos, já que são árvores com baixa tolerância à seca, e esta potencia o desenvolvimento das doenças e a expansão das pragas.
Pragas e doenças
As doenças e pragas que afetam os limoeiros são as que, de um modo geral atingem outras espécies de citrinos. As pragas mais comuns em Portugal são os afídeos, popularmente conhecidos como “piolhos”, a psila africana dos citrinos, uma praga que nos últimos anos teve um forte impacto sobre o cultivo dos citrinos em Portugal, os ácaros, as cochonilhas, a mosca-da-fruta e a lagarta-mineira.
Das doenças, podemos destacar a gomose, a antracnose, o míldio, a doença do enverdecimento, o cancro cítrico e a clorose variegada dos citrinos. Como sempre, a prevenção e a intervenção atempada ajudam a minimizar muitos dos potenciais problemas.
Propriedades
O limão caracteriza-se por um elevado teor em vitamina C e por percentagens mais pequenas de vitaminas do complexo B. Também possui diversos minerais, dos quais podemos destacar o ferro e o potássio.
O sumo, a pele e a casca do limão são usados para diferentes fins culinários. O fruto inteiro é usado para fazer compota, creme de fruta e licores diversos. As raspas da casca são usadas para dar sabor a diversos pratos, doces e salgados. O seu sumo é usado para limonada, refrigerantes e cocktails, ajudando a preservar no curto prazo outros sumos e pratos.
Nalguns países, a casca é preservada e depois usada com diversas propriedades. As folhas são usadas para preparação de infusões, e um óleo essencial é extraído da casca. Além disto, o limão também tem bastantes usos industriais e é usado nas práticas de aromaterapia.
Leia também:
Gostou deste artigo? Então leia a nossa Revista, subscreva o canal da Jardins no Youtube, e siga-nos no Facebook, Instagram e Pinterest.