Revista Jardins

Fruteira do mês: Pera

A pereira-comum (Pyrus communis) é uma árvore da família das Rosaceae, tal como a macieira, e originária da Ásia. Existem outras espécies de pereiras, sendo a mais conhecida a Pyrus pyrifolia, com nome comum de pera-nashi, muito cultivada na Ásia.

A maior produtora mundial de peras é a China, seguida por países como a Itália, os EUA e a Espanha.

Na Antiguidade e em certas culturas,  a pera foi muito valorizada, estando até presente em literatura, como na Odisseia de Homero.

Ficha técnica da pera (Pyrus communis)

Origem: Ásia.

Altura: Geralmente cultivadas até dois metros, embora cresçam mais.

Propagação: Habitualmente por estaquia e enxertia.

Plantio: Inverno e primavera.

Solo: Terrenos frescos, fundos, de pH neutro e ricos em matéria orgânica.

Clima: Rústica em Portugal.

Exposição: Zonas de pleno sol.

Colheita: A partir de junho-outubro.

Manutenção: Podas, sachas, e regas.

Cultivo e colheita

O plantio das pereiras deve ser feito nos meses do fim do inverno ou início da primavera para garantir que as árvores enraízam. Geralmente, a propagação é feita por enxertia em pé-franco ou em marmeleiro.

Atualmente a pera-rocha é a variedade mais cultivada em Portugal, ocupando quase 95% da área de cultivo.

É uma variedade originária de Sintra que se conserva por mais tempo, por isso a que tem maior interesse comercial, sendo regularmente exportada para outros países europeus. O seu cultivo em Portugal concentra-se na região do Oeste e, no Brasil, onde foi introduzida nas últimas décadas, nos estados do Sul do país.

Num horto, é muito fácil encontrar esta variedade, que contudo não é a mais doce nem a mais saborosa; existem muitas outras variedades de interesse para cultivo num quintal, de sabor e textura superiores.

Das estrangeiras, podemos destacar a “Lawson”, que é logo uma das primeiras a amadurecer ainda em junho, a “William’s” e muitas portuguesas como a “Carapinheira”, de sabor excecional e muito sumarenta, a “Marquesinha”, a “Pérola”, a “Parda”, entre muitas que devemos cultivar para que não desapareçam.

Para uma família, conte-se com cerca de quatro pereiras. Devem plantar-se sempre pelo menos duas para facilitar a polinização cruzada, que é efetuada por insetos.

As peras devem ser colhidas, com o  pé, estando completamente maduras mas não em demasia, pois geralmente ficam farinhentas ou demasiado moles.

Depois de colhidas, devem ser estendidas em tabuleiros numa única camada e guardadas em local fresco e seco. Poderão durar assim alguns meses.

Pereira

Manutenção

As pereiras são árvores que não requerem muita manutenção.

Depois de serem conduzidas, de forma semelhante às macieiras, das quais são aparentadas, em forma de vaso ou cordão, a manutenção restringe-se às podas, aplicação de fertilizantes e tratamentos fitossanitários e regas nos meses mais quentes

As pereiras beneficiam da aplicação de matéria orgânica, nomeadamente de estrumes e compostos, que ajudam a tornar o solo mais leve e fresco.

Pragas e doenças

As pereiras são bastante resistentes a pragas e doenças, sobretudo se estiverem bem tratadas.

Algumas das que as afetam são os afídios (piolhos), a psila-da-pereira, o pedrado da pereira, que é um fungo que se previne com a aplicação de calda bordalesa e o comum bichado da fruta.

A palavra de ordem é a prevenção para evitar mais tarde o uso de pesticidas industriais ou ver uma colheita arruinada.

Propriedades e usos

As peras são muito ricas em fibras, em vitaminas A e C e especialmente do complexo B, bem como em sais minerais.

As peras têm um baixo valor calórico e podem ser consumidas por um amplo leque de pessoas, mesmo as que seguem uma dieta baixa em calorias. A pera tem propriedades diurética e pode ser utilizada para combater a obstipação e a hipertensão arterial.

O consumo da pera é geralmente feito ao natural, mas pode também ser consumida cozida (com ou sem vinho), em doces, em calda, cristalizada e num sem-número de formas, até sob a forma de sidra, bebida de baixo teor alcoólico.

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