Saiba como cultivar esta fruteira original cujos frutos são muito aromáticos e doces.
Nomes Comuns: Sapote, sapoti, sapota-branca, maçã-mexicana, matasano, zapote-blanco, zapote, casimiroa e maçã-mexicana.
Nome científico: Casimiroa edulis.
Origem: México e América do Sul e Central.
Família: Rutácea.
Factos históricos/curiosidades: O nome sapote vem da palavra cocheztzapot do povo Azteca: cochi significa dormir e tzapot, fruto doce. Pertencem à família Rutácea, que inclui Citrus e são identificados botanicamente no século 18, pelo botânico espanhol Casimiro Gomez de Ortega.
Descrição: Árvore de porte ereto, que pode atingir os 15-16 metros de altura, folha permanente de cor verde-escura, compostas de 3-7 folíolos, oblongo-ovados ou lanceolados. O tronco pode medir 40 cm de diâmetro e tem cor verde-acinzentada. Os ramos têm tendência a quebrar quando estão carregados de frutos. As raízes são profundas e estendem-se bem no terreno.
Polinização/fecundação: As flores são pequenas e pouco vistosas de tom amarelo-esverdeado e agrupam-se em 15-20 na parte terminal dos novos ramos ou nas axilas das folhas adultas. Florescem todo o ano desde que o clima seja favorável. Em Portugal, aparecem na primavera e verão, são polinizadas por abelhas e também atraem outros insetos. O pólen de certas árvores é estéril, podendo deformar os frutos.
Ciclo biológico: A árvore começa a produzir entre o 3.o e o 4.o ano (árvores enxertadas) e entre o 7.o e o 8.o ano depois de semeada e vive 50 a 150 anos.
Variedades mais cultivadas: “Wilson”, “Blumenthal”, “Pike”, “Dade”, “Suebelle, “Louise”, “Lenz”, “Lemon Gold”, “Fernie”, “Luke”,” Amarillo”, “Mc Dill”.
Parte comestível: Fruto (drupa esférica ou ovoide) de cor verde-amarelada, ligeiramente oval e com 6-15 cm de diâmetro. Contém 2-5 sementes (toxicas) do tamanho de uma amêndoa de cor castanho-clara. A polpa é ligeiramente amarelada ou creme, tenra ou fundente, com sabor doce. A pele não é comestível.
Condições ambientais
Tipo de clima: Subtropical e temperado.
Solo: Pode cultivar-se em solos variados, mas prefere os arenoargilosos ou limo-arenosos, profundos, ricos em matéria orgânica, bem drenados. O pH ideal situa-se entre os 6-7,5.
Temperaturas: Ótimas 18-26 ºC; Mín.: -5 ºC; Máx.: 34 ºC.
Exposição solar: 2000-2300 horas/Ano.
Quantidade de água: 1500-3000 mm/ano. Suporta bem períodos de seca necessitando mais na fase de crescimento do fruto e nas primeiras fases de crescimento da árvore.
Humidade atmosférica: 66-76%.
Altitude: 600 até 2000 metros.
Fertilização
Adubação: Composto com estrume de cavalo, frango, peru e cabra. Pode-se também aplicar guano e regar com chorume de galinha bem diluído. Não aplicar fertilizantes químicos sintéticos. Apenas corrigir a falta de algum micronutriente.
Adubo Verde: Centeio, fava, favarola e azevém.
Exigências nutritivas: 2:1:1 (N:P:K)
Técnicas de cultivo
Preparação do solo: Lavrar o solo superficialmente (máximo de 15-20 cm de profundidade).
Multiplicação: Por semente (enterrar a 2 cm de profundidade), enxertado (escudo com 2 cm de comprimento) em bons porta-enxertos na primavera ou verão. Se colocarmos só a semente, a qualidade dos frutos não é garantida.
Germinação: 3-5 semanas.
Data de plantação: Princípio da primavera.
Compasso: 5-6 m x 7-9 m.
Amanhos: Poda de formação, cortar os ramos que crescem muito em altura e conduzir em forma de cúpula ou cone; aplicação de um coberto vegetal (adubo verde) entre as plantas ou uma camada de mulching (não tocar no tronco).
Regas: Gota a gota, regar no período de primavera-verão.
Entomologia e patologia vegetal
Pragas: Nematodes, cochonilha-de-escudo, mosca-da-fruta e afídios.
Doenças: Podridão cinzenta e Pythium.
Acidentes/carências: Sensível às geadas e temperaturas elevadas.
Colheita e Utilização
Quando colher: Desde setembro-outubro (outono), quando a casca do fruto fica verde-amarelada ou quando o fruto adquira um tamanho considerável (ainda verde), mesmo que esteja duro. Algumas variedades colhem-se um mês antes da maturação completa, ficando aptos para o consumo em 15 dias. Normalmente, o fruto fica pronto 6-8 meses depois da floração.
Produção: 100-400 kg/planta/ ano.
Valor nutricional: Rico em vitamina C e A, niacina e minerais.
CONSELHO DE ESPECIALISTA
Trata-se de uma planta pouco conhecida, mas que dá uns frutos muito aromáticos e doces e que, em Portugal, nas zonas menos frias, pode ter sucesso. A época de colheita tem de ser muito bem calculada para não deixar que os frutos amoleçam, pois a fragilidade da casca é um grande inconveniente na comercialização deste fruto.
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