O que são plantas invasoras
De forma simplificada, as plantas invasoras são aquelas que, sendo exóticas, se adaptaram perfeitamente às condições locais e, devido à grande capacidade de reprodução e propagação, causam impactos ambientais e económicos negativos. Mas nem todas as espécies exóticas são invasoras!
A problemática
Em termos ecológicos, as espécies invasoras são responsáveis por alterar as dinâmicas naturais que acontecem em determinado lugar. Competem com as espécies nativas pelo espaço e pelos nutrientes, ganhando a corrida, e inibem o seu desenvolvimento. Acabam por reduzir a biodiversidade, alterar a estrutura física e química do solo e, como a Natureza funciona num sistema maior interligado, não influencia a apenas a flora e a fauna, mas modifica o funcionamento do próprio ecossistema, o habitat e a paisagem.
A sua presença e propagação afeta primeiramente os sistemas naturais, mas tem também consequências socioeconómicas. Estas espécies podem ser a fonte de novos parasitas e doenças, algumas podem invadir áreas agrícolas, florestais ou pesqueiras, prejudicando gravemente a atividade e afetando a produção de alimentos, as espécies com grandes necessidades hídricas diminuem a disponibilidade de água nos lençóis freáticos afetando o fornecimento deste recurso e, por fim, alteram o valor estético e cultural da paisagem.
8 invasoras comuns no jardim
Muitas espécies invasoras foram introduzidas primeiramente como ornamentais em parques e jardins. Por esse motivo, normalizamos a sua presença e muitas vezes nem nos apercebemos que adquiriram um caráter invasor, plantando-as nas nossas casas. Acabamos por ser o seu aliado perfeito!
Mostramos algumas mais comuns para que não as plante e, se já as tiver, as elimine de forma adequada. Em alguns casos, o abate não é suficiente e é necessário recorrer a outras técnicas para inibir a propagação (tritura, queimada, etc).
Agave americana L.
Agave
Família: Agavaceae
Estatuto em Portugal: espécie invasora (listada no Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho)
Nível de risco: 18
Ailanthus altissima (Mill.) Swingle
Árvore-do-paraíso
Família: Simaroubaceae
Estatuto em Portugal: espécie invasora (listada no Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho) e incluída na lista de espécies que suscitam preocupação na União Europeia, pelo Regulamento (UE) n. o 1143/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho de 22 de outubro de 2014).
Nível de risco: 20
Dicksonia antarctica Labill.
Feto-arbóreo-da-Tâsmania
Família: Dicksoniaceae
Estatuto em Portugal: espécie invasora nos Açores, presente na Madeira e sem registos fora de cultura no território continental.
Nível de risco: (em desenvolvimento)
Lantana camara L.
Lantana
Família: Verbenaceae
Estatuto em Portugal: espécie invasora nos Açores e na Madeira; no continente está a aumentar principalmente no Sul do território e surge como casual, fugida de cultura, noutros locais. Listada como espécie invasora no Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho.
Nível de risco: 34
Hydrangea macrophylla (Thunb.) Ser.
Hortênsia
Família: Hydrangeaceae
Estatuto em Portugal: invasora nos Açores e na Madeira (listada no Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho para o território da Madeira); em Portugal Continental não é frequente encontrar esta planta fora de cultura.
Nível de risco: 13
Opuntia ficus-indica (L.) Miller
Figueira-da-Índia
Família: Cactaceae
Estatuto em Portugal: espécie invasora (listada no anexo III do Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho; regime de excepção; ainda que a sinonimia Opuntia maxima esteja listada no anexo II)
Nível de risco: 29
Pennisetum setaceum (Forssk.) Chiov.
Penisetum
Família: Poaceae (Gramineae).
Estatuto em Portugal: espécie invasora (listada no Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho) e incluída na lista de espécies que suscitam preocupação na União Europeia, pelo Regulamento (UE) n. o 1143/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho de 22 de outubro de 2014).
Nível de risco: 25
Tradescantia fluminensis Velloso.
Erva-da-fortuna
Família: Commelinaceae
Estatuto em Portugal: espécie invasora (listada no Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).
Nível de risco: 18
Referência bibliográfica: Invasoras.pt
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