Os frutos são ricos em água, com importantes valores de vitaminas C, E e K e beta-carotenos. Sabem melhor se consumidos frescos, com uma textura semelhante à de uma melancia.
A figueira-da-índia (Opuntia ficus-indica) é um cato suculento de porte arbustivo originário de zonas semiáridas do México. Espalhou-se para as regiões vizinhas do sudoeste dos EUA e foi levado para muitas outras zonas desérticas e semi-desérticas do mundo, incluindo regiões do sul da Europa e do Magrebe, onde por vezes assume características invasoras. No México, a figueira-da-índia tem grande importância económica, para consumo humano e do gado e para a indústria dos corantes animais, mas outras grandes regiões produtoras são a Itália, a Espanha, o Magrebe, a África do Sul ou o Chile.
O seu fruto é consumido há milhares de anos pelos povos ameríndios e, com a chegada dos europeus à América, foi trazido para a Europa e daí levado para África e Ásia. Com o aumento das preocupações com a escassez de água, combate à desertificação e culturas resistentes ao aquecimento global, a expansão da figueira-da-índia tem sido exponencial.
Cultivo e colheita
O cultivo da figueira-da-índia é relativamente fácil, pois a planta propaga-se muito fiavelmente a partir das palmas (cladódios) e também por sementes. É um cato que se adapta a diversos tipos de solo, mesmo pobres e secos, sendo de evitar os solos demasiado argilosos ou com má drenagem das águas. Prefere sol pleno e regiões onde o frio não seja demasiado, abaixo dos 4 ºC começam os danos à planta e ao desenvolvimento dos botões florais. Também tem alguma sensibilidade à salinidade. Temos de reservar um espaço adequado pois a planta cresce um bocado em altura, mas também em diâmetro e as suas raízes são superficiais, mas espalham-se por uma área grande. Com o tempo, a planta, que começa a produzir em cerca de três anos, pode lenhificar-se nos segmentos mais antigos, dando-lhe um aspeto mais de “árvore”.
Depois das flores amarelas ou cor de laranja, seguem-se os frutos, dos quais há muitas variedades, sobretudo no México, e que em Portugal se dividem em três categorias: verdes, cor de laranja e roxas. Cada uma tem o seu sabor próprio e propriedades nutricionais específicas. Além dos espinhos das palmas, temos de ter em atenção os gloquídeos, espinhos muito leves e semelhantes a uma penugem que se desprendem com facilidade dos frutos, pelo que a colheita deve ser efetuada com cuidado, recorrendo ao uso de tenazes e de luvas. A colheita é realizada no fim do verão e princípio do outono.
Manutenção
As figueiras-da-índia não são plantas que requeiram muita manutenção. No nosso quintal poderemos ter de podar para controlar o tamanho e o vigor do cato, e ter em atenção que pode espalhar-se com demasiada facilidade. As regas apenas são necessárias em épocas muito secas, os frutos geralmente crescem bem em regime de sequeiro, mas varia consoante os valores de precipitação da zona. O tamanho e qualidade dos frutos também beneficia com a adubação, sobretudo se for feita com recurso a matéria orgânica, como compostos ou estrumes bem curtidos. Pode ser feita também a monda dos frutos, deixando entre seis e oito por palma.
DEPOIS DAS FLORES AMARELAS OU COR DE LARANJA, seguem-se os frutos, dos quais há muitas variedades, sobretudo no México, e que em Portugal se dividem em três categorias: verdes, cor de laranja e roxas. Cada uma tem o seu sabor próprio e propriedades nutricionais específicas.
Pragas e doenças
As figueiras-da-índia são muito rústicas e resistentes a pragas e a doenças. Mesmo assim existem algumas pragas que podem atingi-las, como as cochonilhas, as lesmas, os caracóis, as moscas-da-fruta ou os roedores. Já em termos de doenças, elas relacionam-se muitas vezes com problemas de humidade e má drenagem, sendo de realçar as doenças fúngicas e as podridões.
Como sempre, a prevenção é a atitude mais adequada, permitindo evitar os problemas ou atacá-los logo de início.
Propriedades e usos
As figueiras-da-índia e os seus frutos têm vários usos, não só para a alimentação humana, mas também para a engorda do gado. Os frutos são ricos em água, com importantes valores de vitaminas C, E e K e betacarotenos. Sabem melhor se consumidos depois de refrigerados, com uma textura semelhante à de uma melancia.
Além do consumo ao natural, os figos-da-índia podem ser consumidos sob a forma de sumos (livrando-nos assim das sementes, que são abundantes e rijas), de doces, compotas e outros preparados culinários. As palmas (cladódios) podem ser limpas dos espinhos, sobretudo as mais jovens, e consumidas de formas várias, sobretudo grelhadas ou fritas. No México, chamam-se nopales e é fácil encontrar receitas na Internet.
Também se têm descoberto usos para as sementes, para as cascas e para as flores, aumentando o aproveitamento da planta, que é quase total.